Por Rafael F. e Leandro Menezes
Foto: Laura Morgado
Momento de rever os amigos que moram distante, de conhecer novas ações do universo cultural, de escutar boa música… Assim foi o Festival Dosol 2008, que esse ano movimentou muita gente. Além do tradicional público rockeiro, tinha uma ruma de entusiastas com câmeras em punho, registrando aquilo que está sendo postado nesse momento em blogs diversos, cada vez mais populares por essas bandas. Sem contar com a mídia especializada, produtores, músicos outsiders e demais possibilistas, tava todo mundo lá.
Vale salientar a ação certeira da produção do festival em recrutar uma tremenda equipe para fotografar e filmar a festa toda, criando uma espécie de portfólio áudiovisual do festival. A moçada de Natal que está envolvida nesse meio teve uma participação ímpar, demonstrando que música e imagem fluem no mesmo rio. O resultado disso pipocará em breve. Doravante, saudamos a presença do pessoal do Coletivo Lumo. Eles cobriram o festival em tempo real para a webrádio Fora do Eixo, além de entrevistar as bandas em vídeo para a webtv do coletivo. Acompanhamos de perto a agitação dos caras dando um gás na medida do possível. No final das contas, “cooperação” acabou sendo umas das palavras que melhor definem o que aconteceu nesses dois dias de festival. Bonito de se ver!
Não temos dúvidas: a música é o carro chefe que movimenta um universo de idéias orgiásticas! O Festival DoSol é um bom exemplo disso. Multiplicidade de sons, palavras, olhares. Um caldeirão pulsante. Uma excelente amostragem do que está borbulhando no universo rockeiro desse continente chamado Brasil. Quem vai a um festival como o Dosol, no mínimo volta para casa afim de montar uma banda, retomar aquele velho projeto, começar a fotografar, filmar, fazer um zine, se expressar.
Quantos aos shows em si, fica difícil registrar em palavras as vivências proporcionadas pelas 26 bandas que passaram pelo festival nesses dois dias. Entretanto – e exageros a parte – deixamos algumas dicas:
Mukeka di Rato [ES] – Deixou muita gente desapontada quando anunciaram que o carismático vocalista Sandro não viria a Natal. Mas depois da seqüência de clássicos que abriram o set, foi difícil ficar de cara.
Star 61 [PB] – Flaviano André, líder do grupo, é garantia de rock’n roll, putaria, plumas e muita irreverência. Bom humor e chinfra garantida!
Catärro [RN] – O que dizer de um “Concurso de kakiado”? O prêmio? uma dedada no cu! Da pra tu?! Powerviolence intenso, irreverente e jovial para um público, segundo o vocalista Pedro Mendigo, sem futuro. “Eu sou o fí do Satanás, ow nai, oh yeah… fí do satanás-ás-ás!”. Restou no ar uma pergunta: “Mendigo, cadê Dalua?”.
Macaco Bong [MT] – Sonoridade empenante. Rock lombra torta hipnotizante e minutos no espaço. Há quem diga que Hendrix não morreu!
MQN / Black Drawing Chalks [GO] – Ambas de Goiás, trouxeram na bagagem excesso de peso: rock’n roll endiabrado prensado-racha-coco padrão de qualidade do cerrado. Stoners filhos de umas putas! Muito bom!
Amp / River Raid [PE] – Representaram muito bem o Hellcife… Aliás, parece que a capital pernambucana se livrou do fantasma do manguebeat. Overdrives e camadas de asfalto.
Forgotten Boys / Venus Volts [SP] – From paulicéia desvairada: Rock acinzentado e preciso. Sem mais a declarar.
The Donnas [USA] – Tremendas!!! Até que tocam muito bem, mas o melhor são as caras e bocas. Da até pra tocar em casa… algumas músicas.
Agora falando sério. Por último e em especial, saudamos as bandas locais: Calistoga, Rosa de Pedra, Camarones Orquestra Guitarrística, Distro, Brand New Hate, The Sinks, Expose Your Hate, Fewell, Barbiekill, Gandhi, Rock Rovers, Ak-47 e Lunares. Parabéns pelo esforço e a dedicação em manter a criatividade sonora da cidade!!!