GOIÂNIA NOISE: A CARA DO ROCK ALTERNATIVO NACIONAL
Por Anderson Foca
Um divisor de águas. Assim foi a 13ª edição do Goiânia Noise Festival que rolou no último final de semana na capital goiana. Com patrocínio da Petrobrás, Sol, Sebrae e Novo Mundo a Monstro Discos provou ser capaz de organizar e gerenciar eventos de porte internacional e proporcionaram uma reunião de ótimos shows em três dias de muitas novidades.
Assim como o Abril Pro Rock no final dos anos 90 o Noise passa (já há algum tempo) a virar referência para quem quer conhecer novas bandas, ver revelações em ação e artistas consagrados em igualdade de condições com seus possíveis substitutos. No primeiro dia o Mugo com um som pesado e gritado, o Seven com um bom surf music torto, Diego de Morais com uma inocência talentosa e crua e o psycho doidão do Sick Sick Sinners foram os destaques entre as bandas que eu ainda não tinha visto shows. O Violins em casa emocionou assim como MQN. O ápice veio com o Móveis Coloniais de Acaju que mais uma vez roubou a cena num grande festival (já tinha sido assim no MADA e no Porão do Rock, além da prévia do Festival DoSol). Os Dt’s e o Pato Fu também fizeram grandes shows.
No segundo dia do Noise o nível das apresentações de manteve bem alto. Pelvs, Sangue Seco e Perroski foram os destaque entre as bandas mais novas (ou não tão conhecidas do grande público). O Mechanics fez o show junto com dois ótimos atores e impressionou os presentes com a força do som misturado com o visual da performance cênica. Nota 10. O Korzus também arrebentou mostrando porque é há muitos anos é uma das maiores bandas do metal nacional. O Mukeka di Rato com o Sandro nos vocais é uma banda mais perigosa e ácida. Foi show para beber e brigar. Já o Júpiter Maçã deu uma aula. Mesmo bêbado e desafinado segurou a onda num misto de Serguei e Mick Jagger nos anos 70. Bom de ver, nem tão bom assim de ouvir. Show para iniciados. O Cordel fechou a noite em alta. Não gosto do som mas é um ótimo show. Talvez num transe junto com a banda funcione melhor. De cara não me pega muito.
Terceiro e último dia do rock em Goiânia é o nível permanece alto (de novo, mais uma vez !). Aliás, uma das melhores escalações de festival que já tive o prazer de acompanhar. Black Drawing Chalks com um indie rock mais pesado e guitarrudo e o The Name com claras influências de sonoridades do anos 80 (alguém já ouviu o Plastique Noir do Ceará?) abriram bem o palco externo. Na seqüência vieram uma maratona de ótimas apresentações. Damn Laser Vampires, Macaco Bong, Pata de Elefante, Battles (melhor show de todo o festival), Motorsierra, Mundo Livre tocando só clássicos e Sepultura fechando o noise com a fúria do metal.
Não dá para dizer tudo, fiquei sem palavras. A dica é ouvir as bandas citadas e se deliciar. A revolução já começou fique esperto e saia na frente. Depois não diga que não avisei. Voltamos depois com uma dúzia de notas dos bastidores.