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CLIPPING – RESENHADO SHOW DO PEIXE COCO E DUSOUTO NO DOSOLROCKBAR

De cara ao chegar a Ribeira achei estranho a grande movimentação pelas ruas. Ricardo Chaves na Music. Ahhhhhhhhhhhhhhhh. Não que o Peixe Côco ou o DuSouto não merecessem o grande público que se movimentava por lá, mas seria muito estranho e os motivos são os mais variados, desde a hora ao preço passando por muitos outros. Uma cerveja quente, antes de entrar, é muito bom pra ficar pensando pior. Pois é. Queria uma vez na vida tomar uma gelada antes de entrar. Uma vez só.

Lá dentro, mais de meia-noite, estávamos eu e Rebeca e mais algumas pessoas no bar. Não mais que dez pessoas. Uma gelada na mão e o Peixe Côco subiu ao palco para plugar seus instrumentos. Começaram o show e mais algumas pessoas foram entrando, umas trinta acompanharam a apresentação. O que pude notar foi uma evolução no quesito estilo, ou linha musical a seguir. A mistura que imperava antes, e que ia de Queens Of The Stone Age a Bob Marley, diminuiu. Não desapareceu, é tanto que estava lá “I shot the sheriff” e “Típico Local” do General Junkie numa versão mais pesada que a convencional. Mas as músicas novas apresentadas, como “Vou primeiro”, que estarão no disco “Oceana” e que deve sair até o carnaval, segundo Caio Vitoriano, estão mais praianas, mais ska-rock. Além das músicas novas tocaram as dos outros discos como “A luz”. Um bom show, movimentado. A banda está amadurecendo o som e definindo para onde seguir.

O DuSouto subiu ao palco beirando as duas da manhã. No repertório músicas do primeiro disco e inéditas, comprovando que a banda está redonda. Sobre o palco muita descontração. Gustavo brincando com as mãos projetando um cão na tela atrás da bateria enquanto Júlio arrumava seu computador e o projetor. Mais uma cerva para aliviar um pouco o calor do DoSol. Tudo pronto? Ok. Começou o samba-funk-ska-rock-reggae-côco potiguar com Lampião “dançando” na tela. Se Lampião estava todo pimpão dançando não se pode dizer o mesmo de Maria Bonita que apontava a arma para a câmera. O DuSouto que nasceu com três componentes hoje conta com cinco fazendo sucesso. E tome “Iê mãe Jah”, “Black Point”, “O mundo do lado de lá”, “Samba souto” e muitas outras que oscilavam entre um dub bem dançante e um reggae relax. Isso é uma coisa que não gosto muito nos shows deles. A variação entre o calmo e o agitado. Mas quase todos os shows são assim, as bandas tocam músicas mais agitadas e outras mais calmas. Com o repertório maior, com o tempo, a banda montará um set list mais redondo. Totalmente empolgante, claro que se esse for a intenção, se não for, ta bom do mesmo jeito.

O som do DuSouto remete ao General, pela originalidade (e não venha me dizer que não é original) e pela própria música “Amigos do fumo” que saiu no disco dos Junkies e com o DuSouto ganhou uma versão mais laite. Mas a banda é muito mais: em dado momento enquanto Gabriel mandava os efeitos na pickup, julio jogava imagens na parede, Joab quebrava na batera e Paulo suingava no baixo, Gustavo dançava de forma hilária. São DuSouto porque não são prensados, é isso que costumam dizer. Teje dito.

Hugo Morais
19/11/2006

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