O curioso caso dos camarões guitarrísticos antenados à nova ordem musical
Quinteto potiguar Camarones Orquestra Guitarrística está prestes a concluir seu 3º CD e iniciar turnê com parada até no Chile
Dizem que Deus fez o ser humano com dois ouvidos e uma boca com um motivo: ouvir mais e falar menos. O Camarones Orquestra Guitarrística poderia ser enquadrado nessa lógica. Mas não. O quinteto de música instrumental potiguar fala muito. E a voz é alta, amplificada por caixas de som, plugs, guitarras e uma única linguagem: a independência.
É uma língua bem disseminada neste século 21. Sobretudo em um sem número de eventos de música independente, fora do eixo ou não. Parece mesmo ser o novo e próspero idioma falado pelo segmento musical. Escapam aos downloads e novas vivências alguns resistentes do velho mercado fonográfico – uma nação em processo de extinção.
O Camarones é o retrato do novo tempo. Não só pelo estereótipo de banda juvenil em início de carreira, determinada e com som modernoso. O grupo se insere numa nova “onda” iniciada no início do século, não só de bandas instrumentais de variados estilos de som, mas a de um verdadeiro combo de utilidades multiuso voltadas à nova “indústria” da música.
“A autogestão musical, hoje, tem mais sustentabilidade do que o dito mercado. Ser somente músico já não é mais, digamos, inteligente. O músico já faz sua assessoria de imprensa, seu cartaz, seu vídeo promocional, já manja minimamente equipamentos de mixagem, da linguagem dos editais, já divulga sua música em sites ou plataformas na net…”.