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CLIPPING: MALKUF NO DOSLROCKBAR

Malkuth no DoSol Rock Bar

Um dia após a Sexta-Feira 13, estávamos eu e minha namorada-assistente pelas vielas escuras da Ribeira para conferir o que rolaria no underground do Metal natalense no mês do Halloween. É nesse clima que conferimos a quarta vinda do Malkuth, uma das mais conceituadas bandas de Black Metal do Nordeste e do Brasil Natal. O público parecia promissor na entrada do DoSol Rock Bar, mas infelizmente o Black Metal é uma arte que escapa compreensão da maioria e as expectativas do número de pagantes não foram correspondidas.

Chegamos por volta das 22h e ainda rolava a passagem de som da banda de abertura, o Nighthunter, que ainda demoraria cerca de mais meia hora para subir no palco. A horda natalense que é composta por L.C. Vortex nos vocais, Exu Fox Blasphemator (Lord Baphomet, Nocturno Culto e Evil Empire) e Ivan Jones nas guitarras, David Praxedes (Comando Etílico) no baixo e Lobato na bateria, apresentou um set list curto, o que conceituou sua presença no show apenas como uma participação. Influenciados por Violent Force, Whiplash e Desaster, o grupo tocou apenas cinco faixas, sendo ?Dead City? do Violent Force a única cover. Apresentando uma competência razoável, conseguiram arrancar as primeiras batidas de cabeça e vociferações do até então tímido público. As quatro autorais tocadas e mais duas novas músicas devem estar no primeiro registro Demo que o ?Caçador da Noite? prevê para Janeiro de 2007.

Após o aquecimento com o Nighthunter, sobe ao palco outro representante local, o Evil Empire, que além de contar também com o guitarrista Exu Fox Blasphemator, tem ainda na formação Hellfire (Vocais), Belphegor (Baixo) e Nephistofoles (Bateria). Investindo num Black Metal com elementos Thrash e influenciados por nomes como Maniac Butcher, Desaster e Immortal, a horda executou o material de seu trabalho Demo, ?Black Order Of Fire?, lançado em 2004, e ainda covers de Rotting Christ e Sarcófago, o que gerou grande satisfação nos presentes. O Corpse Paint e uma presença mais elaborada e instigante (a melhor da noite) fizeram com que a reação do público fosse um pouco mais animada do que na participação do Nighthunter, auxiliados pelo fato do público estar mais solto e no clima. Os integrantes do ?Império do Mal? contaram ainda que pretendem gravar um Split com o Nighthunter em 2007, no qual apresentariam composições novas.

É a vez de subir ao palco um dos convidados de fora, o Gates Of Holocaust, da Paraíba. A banda recusou-se categoricamente a contribuir com nossa cobertura, negando-se a dar informações sobre os dois trabalhos Demo lançados, influências e até mesmo nomes dos integrantes (Informações estas que consegui pesquisando por conta própria depois). Mas fizeram isso de maneira educada e até agradeceram nossa intenção. Não tenho certeza se tal atitude foi para manter a postura segundo seus ideais ?filosóficos?, ou se foi por duvidarem da minha capacidade particular de escrever sobre Metal e música pesada, trabalho que tem seu devido espaço no site, e que vem agradando músicos das bandas locais. O vocalista e guitarrista Murder Occult talvez tenha interpretado mal quando eu lhe disse que o site era especializado em Rock. Eu gostaria de deixar claro que cada um tem uma função no site e eu faço tudo aquilo referente ao Metal, com qualidade semelhante a muitos outros zines especializados em Metal. Ainda assim respeitamos o Gates Of Holocaust, afinal, todos tem o direito de pensarem e agirem como quiserem. Também adeptos do Corpse Paint, o trio apresentou no palco um Black Metal cru e direto, fortemente influenciado por Mayhem e ironicamente foi minha banda favorita. De todas, esta teve o clima mais soturno e desolador. Apesar da discordância de muitos, gostei dos vocais de Murder Occult, descontando apenas a maneira apática como se dirigia ao público. O único ponto fraco da banda era o baixista, não pelas linhas simplórias que estavam condizentes com o som, mas por não executar bons vocais nas vezes em que se prestava a tal função. Seu jeito e aparência juvenis também não transmitiam o ?feeling? necessário, principalmente quando ele tentava instigar o público. A horda de João Pessoa (PB) que conta ainda com o baterista Ayperos, lançou a Demo full-lenght ? Battles In Hell? no ano de sua fundação, em 2004, e recentemente neste ano gravou um Split com a banda pernambucana Lord Tenebrion, intitulado ?AntiChrist Declaration?.

Era a vez agora do headliner da noite, o Malkuth, de Pernambuco, assumir seu posto no palco. A maioria encheu-se de satisfação ao ver Nightfall (Vocais), Astaroth (Guitarra, Backing Vocals), Demitrius (Guitarra), Necrodemon (Baixo) e Nekrogod (Bateria) diante de seus olhos mais uma vez em Natal, desta vez divulgando seu quinto álbum (fora os trabalhos não-oficiais), ?Nekro Kult Khaos?. O grupo tocou quatro faixas deste novo trabalho, que traz um Malkuth mais agressivo, embora mais refinado e polido. A temática lírica, outrora mais satanista, agora tem enfoque no paganismo e no misticismo extraídos de diversas culturas. Dos álbuns anteriores, foram executadas uma faixa do ?Fourth Empire?, uma do ?The Dance Of The Satan?s Bitch?, duas do ?Extreme Bizarre Seduction? e três do ?Destroying The Symbols Of Lies?. A pouca movimentação e expressão foi particularmente para mim o único ponto fraco do show. O grupo agradeceu ainda a colaboração do guitarrista local Exu Fox Blasphemator (que nesta noite tocou com o Nighthunter e com o Evil Empire).

O público, como de esperado, recebeu muito bem os pernambucanos, bateram muita cabeça e a satisfação foi geral, mesmo tendo sobrado pedidos para tocarem diversas outras músicas. Nada mais condizente com o mês do Halloween para o underground do Metal como um show de Black Metal. Esperamos que mais bandas renomadas de fora possam vir até o fim do ano, e é claro, que a cena local se fortaleça e nos prestigie com mais outros bons shows. Hail!

Freddy Frenzy
13/10/2006

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1 Comment

  1. pouca movimentação? mermão o show é de black metal e ñ metal melódico…pregamos a tristeza e desolação…o que importa é q natal é uns dos melhores públicos nossos, fieis até a morte…

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