A vez dos perros locos
Rafael Duarte – Repórter
O Mad Dogs vai provar o sotaque castelhano dos Beatles na próxima semana quando participa, entre os dias 12 e 18 de dezembro, em Buenos Aires, na Argentina, da sexta edição da Semana Beatle de Latino América. É o segundo ano que a banda potiguar bate o ponto no evento dedicado aos Fabfour de Liverpool, na terra de Evita Perón.Para os que adoram uma despedida, amanhã os Dogs organizam um bota fora, a partir das 21h, no bar Sargent Pepper’s de Petrópolis. O couvert custa R$ 5.
A idéia é arrecadar grana para a bancar a alimentação dos músicos. O grupo teve as passagens custeadas pela prefeitura do Natal, através da Fundação Capitania das Artes. O hotel e o translado até a casa Cavern Club, local dos shows, é oferecida pelo evento. A relação dos Mad Dogs e os festivais dedicados aos Beatles não é de hoje. O grupo já participou de três edições da Week Beatles, festival realizada todos os anos em Liverpool e que reúne bandos do mundo todo e um público estimado em 500 mil beatlemaníacos e curiosos.
O primeiro convite para tocar em Buenos Aires, em 2004, por sinal, ocorreu pela empatia criada com o público e os produtores do Cavern Club argentino. Embora a Semana Beatle de Latino América seja uma seletiva para o Beatle Week do próximo ano, o Mad Dogs vai apenas como convidado, uma vez recebeu o convite direto da produção do festival. Na bagagem, a banda leva o segundo trabalho de versões dos Beatles, ?Mad Dogs Evolution?, lançado em 2006. O guitarrista Carlos Suassuna e o baixista Paulo Sarkis acreditam que o fato de terem apresentado versões das canções da banda inglesa, e não covers como faz a maioria dos grupos convidados, foi fundamental para o sucesso na Inglaterra.
?A diferença é que, em alguns casos, a gente costuma criar melodias e novos arranjos para as músicas. Tinha gente, em Liverpool, que chegava para a gente depois dos shows e dizia que adorou o que fizemos porque já estavam cansados de ouvir as mesmas coisas todos os anos. O engraçado é que parece que fomos os pioneiros nisso. A partir do segundo ano, notei algumas bandas, até mesmo da Europa, fazendo coisas diferentes?, conta Suassuna.
Bandas do Brasil não entram em seletiva
A impressão deixada foi tão boa que o grupo passou a ter a presença cobrada no evento. Sarkis conta que semana passada recebeu um e-mail da produção do evento perguntando o por quê da ausência dos Dogs na edição do ano passado do Beatle Week. O carão veio com um convite já para o próximo ano. ?Eu expliquei que tivemos problemas com os aviões da Varig, mas o pessoal já mandou a gente correr atrás do patrocínio para custear as passagens porque querem a gente lá de qualquer jeito em 2007.
Na América Latina, o Brasil é o único país que tem o direito de mandar as bandas sem necessidade de passar por uma seletiva. E ano que vem promete ser especial porque os Grogs deve ir também. Nas três vezes que participamos, fomos a única banda representando a região Nordeste do Brasil. Agora imagine se conseguirmos emplacar duas do nordeste e do Rio Grande do Norte?, comemora. Os músicos admitem que a banda tem um carinho especial por Buenos Aires. Embora o festival argentino prime também pelos covers e canções dos Beatles, os Dogs conseguiram encaixar o trabalho autoral da banda.
?Na Argentina é mais fácil mostrar nosso trabalho do que na Inglaterra porque a língua portuguesa quase não entra na Europa. E num dos shows que fizemos, o próprio produtor do evento disse para a gente tocar uma do nosso repertório. Ficamos meio sem graça, achando que o pessoal poderia não gostar muito, mas ele insistiu, tocamos e para nossa surpresa o pessoal gostou e chegou até pedir ?A conta?, uma das canções do CD que levamos para vender durante o festival?, lembra. Atualmente, o Mad Dogs se forma com CBI (vocal), Paulo Sarkis (baixo), Carlinhos Suassuna (guitarra), Fernando Suassuna (bateria), Neemias Lopes (Sax) e Marco França (teclados).
Serviço:
Bota fora do Mad Dogs antes do embarque para Buenos Aires,
amanhã, a partir das 21h30, no bar Sargent Pepper’s,
localizado na rua Potengi, em Petrópolis.
Couvert artístico: R$ 5