Porrada: Como a banda se formou ?

Allface: Nós tocávamos em outras bandas e no final de 2002 senti a necessidade de registar múicas que não tinham muito haver com os trabalhos que eu estava desenvolvendo, então junto com alguns amigos entrei em estúdio e comecei a ensaiar as músicas que viriam a se tornar o primeiro disco do Allface. No carnava de 2003 juntamos as músicas e em três registramos o álbum “Jamis Diga que Sabe tudo”.

Porrada: Olhando para um passado próximo e rápido, o Allface tem 04 registros de 2003 2005 (2 álbuns de estúdio, um EP e um acústico ao vivo) com tiragem esgotada. Quanto tempo cada cd ficou disponível até a última venda? Vocês previam ou sabia da proporção de cada álbum a partir do momento que cada um saia prontinho do estúdio e era encaminhado as rock stories ou lojas?

Allface: A gente não tem muita preocupação em trabalhar um disco, fomos gravando o que aparecia e isso nos parece uma forma mais honesta de nos expressarmos através desse trabalho. Quase todo o trabalho da banda vai se escoando através de shows e coisas do tipo. Para o próximo álbum que já fica disponível nesta semana do Porão do rock, estamos trabalhando com o selo DoSol eu virou um Net Label, ou seja o álbum vai ser totalmente gratuito, disponível para download no site do selo. Cada trabalho tem um formato diferente de se trabalhar, queremos explorar todos eles.

Porrada: O nome da banda permite duas compreensões distintas: Allface (muitas faces, múltiplas caras ou algo parecido) ou Alface (folha verde que costuma acompanhar com bastante sabor a comida brasileira). Qual a verdadeira intenção do nome? Existe alguma relação com uma das situações acima ou é apenas um nome sem nenhum significado em especial?

Allface: É exatamente isso, queríamos dar essa conotação que você apontou na pergunta. Soar inglês, português, com violão com guitrra distorcida, queríamos ter a liberdade para fazer o que bem entendêssemos e acho que estamos conseguindo isso. O policiamento no meio do rock é algo chato que deve ser combatido, cada um faz como acha que deve fazer. Rock é liberdade!

Porrada: De uns anos pra cá, uma quantia enorme de bandas brasileiras adotou uma sonoridade mais sutil nas suas temáticas, mas tentando fazer da parte instrumental algo mais pesado (pra balancear), persistindo em assumir uma tendência mais “core” como sua definição musical. Sabendo disso tudo, o Allface tenta se desvincular desse meio para não se tornar mais uma banda de caráter comercial e tão similar quanto s outras ou apenas dar continuidade a maré sem fazer questão do que estar em jogo? Allface: Não temos amarras com gravadoras, produtoras ou coisas do tipo, por isso acho até meio petulante da nossa parte querer seguir uma moda para ser aceito. Gostamos de Bad Religion, Weezer, Foo Fightesr, The Ataris, Jovem Guarda, tanta coisa que nem dá para citar. Para o Allface o importante é estar em ação, se mexer, registrar. O que vem dessa nossa movimentação não dá para prever. No disco novo da gente tem uma música que é só violão e voz e a primeira faixa é uma pancada com afinação baixa. Sem rótulos é bem melhor Porrada: De onde são extraídas as composições da banda (temas, sons, ruídos, freqüência, energia)? Quem começa, que termina, quem acrescenta mais, que deixa a faixa mais triste, quem compõem as faixas mais elétricas? Ou tudo é um grande apanhado de idéias de todo mundo pra todo mundo, mesmo sendo “músicos de gerações distintas”? Allface: Quem faz a maioria das músicas sou eu, mas o dedo dos caras na hora dos arranjos é que dá o sabor. Gosto também de gravar alguns compositores jovens que temos em Natal,. Jão Saraiva é um deles, um parceiro eterno. Acho que as canções levam aos arranjos, quando ela é triste todos na banda tendem a seguir essa tendência, quando é mais alegre a mesma coisa. Isso é muito importante para manter uma unidade no som, mesmo com músicas tão distintas. Porrada: Vocês vão tocar na sexta feira,dia 1° de Junho do festival Porão do Rock. O que vocês estão esperando do público de Brasília ? Allface: É um sonho que vamos realizar e só o fato de dividir palco com bandas que amamos já é um vitória, esperamos tocar alto, ehehehe.

Porrada: Foi um grande prazer para nos, do Porrada fazer essa entrevista, e tenho certeza que o público Brasiliense vai receber muito bem a banda. Desde já, deixamos o nosso parabéns, e o nosso boa sorte! Mandem um recadinho para o público .

Allface: Brasília é a cidade do rock já tocamos aí uma vez num teatro e a energia foi muito boa. Prestigiem o Porão que é um dos festivais mais legais desse país, nos encontramos lá!