Camarones no Dosol: Centro Cultural promete movimentar a cena musical
Movimentar o cenário da música alternativa em Mossoró e região, além de oferecer um espaço para manifestações culturais, gravação de CDs e shows. Estes são apenas alguns dos serviços que serão oferecidos pelo Centro Cultural Dosol Mossoró (ao lado do Teatro Dix-huit Rosado), e que será aberto oficialmente, para imprensa e convidados, no próximo dia 19, às 21h; e dia 20, às 22h, para o público em geral.
Segundo Anderson Foca, responsável pelo Dosol, a escolha do lugar foi “um misto de sorte com oportunidade”. “Estávamos à procura de um prédio para funcionar o Centro Cultural Dosol Mossoró. Queríamos um espaço que funcionasse com estúdio, pub, escritório e dormitório ao mesmo tempo e achamos esse prédio que é no Corredor Cultural.
Pensamos muito no acesso, no próprio fato de estarmos no coração cultural da cidade e afins. Acho que vai ser bom para todos”, diz. Ligado ao município, Anderson revela que desde o ano 2000 faz shows em Mossoró e recebe bandas da cidade na capital. “Acho que estamos indo para uma atividade mais sólida em Mossoró, no momento certo. Há pessoas interessadas, e um público que, se não é grande, é fiel. Mossoró cresceu muito nos últimos anos e continuará crescendo. Além disso, é um ponto de passagem muito forte entre Natal e Fortaleza. Estrategicamente é muito bom para receber tours de bandas de outras regiões. Tudo isso fez com que finalmente realizássemos o sonho de abrir o nosso segundo centro cultural escolhendo a cidade. É uma página muito especial na história do Dosol”, salienta.
O espaço, segundo Anderson Foca, não é muito grande, mas comporta aproximadamente 150 pessoas por show e a expectativa é que o ambiente tenha boa rotatividade. “Estamos muito animados. Além disso, queremos levar projetos para a cidade, temos alguns deles em andamento em Natal, como o Festival Dosol e o Circuito Cultural Ribeira, que podemos reaplicar em Mossoró. Não estamos na cidade só para fazer shows, queremos participar da vida cultural do município como um todo e, principalmente, contribuir. Nossa equipe de gestores culturais locados em Mossoró é excelente e está pronta para entrar em ação”, fala.
O Centro Cultural Dosol Mossoró será um espaço multiuso que pode abrigar muitas atividades artísticas. “No térreo (o prédio é de dois andares) teremos um escritório que vai funcionar todos os dias das 14h às 19h, onde desenvolveremos todas as atividades de agendamento, feitura de projetos e geração de conteúdo para nossa comunicação. No térreo, teremos um pub para 150 pessoas com som próprio, palco, luz e bar que abrirá de quinta a sábado (e pode abrir qualquer dia da semana de acordo com os shows ou atividades que aparecerem). Esse espaço também pode ser usado para audiovisual, poesia, exposição e outros fins. No primeiro andar teremos um estúdio de gravação e ensaios e um dormitório para receber os artistas de passagem por Mossoró. Essa é a ideia central do espaço”, frisa.
CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA – E para movimentar o lugar em sua semana de abertura, é a Camarones Orquestra Guitarrística que se apresenta no dia 19. “A banda Camarones, que é uma revelação no Estado, é uma das esperadas para o Dosol em Mossoró… Mas há dezenas de bandas agendadas em todos os estilos para apresentações na cidade: Artur Soares, Elisabeth Freitas, Monter Coyote, Red Boots, High Desert, 30 de Outubro, Lei do Cão, Dead Pixelm, todos artistas de Mossoró.
De outras cidades, temos Talma & Gadelha (RN), Jason (RJ), Sodoma (PB), Gloom (GO), Vendo 147 (BA) e muito mais. Todos são grupos importantes na cena nacional”, revela Anderson Foca.Para ele, as bandas que estão surgindo no cenário musical do RN estão cada vez mais dispostas a buscar novos públicos.
O problema, de acordo com Anderson, é que muitas delas não sabem como fazer isso. “É um processo de aprendizado que se forma dia após dia. Por isso é raro ver alguém ter sucesso numa empreitada da noite para o dia. Mas isso não é especialidade da música, na medicina também se passa muito tempo até operar alguém; é preciso estudar, conhecer. Na música é a mesma coisa, com dedicação e esforço dá certo”, explica.
Anderson acredita que a música, como instrumento de expressão artística, “nunca foi tão grande como agora e o RN também vem colhendo seus frutos por conta desse crescimento”. “Internet, interação entre as pessoas, facilidade de comunicação e acesso a tecnologias de gravação deram esse “up”. O RN tem um papel de protagonismo no Nordeste quando se trata de rock, temos excelentes festivais, bandas em tour constantes e uma expressiva interiorização capitaneada por Mossoró. Vivemos um bom momento”, complementa.
UM PÚBLICO FIEL- Anderson vê o crescimento do gênero no Estado e explica que “o público do rock é um dos mais fiéis e também um dos mais exigentes”. “Claro que se você comparar com os shows de música popularesca, talvez possa dar a impressão de que não é tanto público assim. O fato é que o rock sempre vai estar presente onde menos se imagina e sempre terá público para prestigiar. Aqui, o fluxo é bom, tem tido muitos shows e a maioria com bom público”, fala.
Centros culturais como o Dosol ajudam novas bandas na divulgação de seus trabalhos. “Formatamos o Dosol para ser um combo cultural autogestionável. Por isso atuamos em todas as áreas da música, desde a gravação e produção de álbuns, até vídeos, cartazes e produção e organização dos shows. Foi uma forma que encontramos de fazer a coisa funcionar e está dando certo. Estamos entrando para o nosso 11º ano de atividades. O selo tem sido todo fomentado pela web; não fazemos mais lançamentos físicos. Porém, está dando tudo certo”, explica, ressaltando que esses espaços desempenham “um papel fomentador. Muita gente que não conhece bandas novas, e grupos mais vanguardistas, terá essa oportunidade e isso cria público. Não temos estilos musicais definidos no nosso centro cultural de Natal e faremos o mesmo em Mossoró. Tendo qualidade, tem vaga por lá”, frisa.