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BRUNO NOGUEIRA (PE): EDITORIAL – OS PRÊMIOS

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Existe uma regra geral na música brasileira que manda você desconfiar, o máximo possível, de qualquer premiação. Isso valia até para o impecável e hoje saudoso prêmio Tim. Talvez essa regra tenha nascido daquele tipo mais comum de artista, o que pensa que o sucesso só chega quando outra pessoa trabalha por você, afinal, a premissa da desconfiança é que certamente aquele troféu foi comprado por alguém. Mesmo entre os que estão ali no palco, perto de receber a homenagem, vai ter que concorde com essa idéia. E o fato que, no fim das contas, nem ao menos importa tanto assim se isso é verdade ou mentira.

Lembro que, em 2006, eu e um amigo de Natal, o Yuno, entramos meio que de penetra no prêmio Multishow. Tivemos que assistir tudo do palco, para não esbarrar em nenhum segurança. Ontem, com bem menos glamour, eu acompanhei o evento via o Twitter de quem tem TV a Cabo. Pensando bem, não é o choro dos perdedores que dá força a essa teoria de que os prêmios no Brasil não tem muito valor; mas sim resultados como esses. Afinal, tirando talvez Marisa Monte que de fato lançou um ótimo DVD, os vencedores de praticamente todas as categorias são incrivelmente questionáveis.

Perdi pouco tempo refletindo o que tinha feito de Seu Jorge o melhor cantor do Brasil inteiro ano passado. Porque, entre as idéias, veio a tal revelação Banda Cine. Não tenho nada contra emocore – aliás, passei boa parte da minha adolescencia ouvindo bandas como Millencolin e Nofx, que tem uma certa semelhança com essa turma – mas não apenas o grupo é expressivamente irrelevante em qualquer contexto de “revelação”, como é incrivelmente ruim. Nunca senti tanta falta de 20 segundos perdidos na minha vida como aqueles que se foram ouvindo o começo de uma música dessa banda.

Com isso tudo, fui curioso ver os indicados do VMB Brasil, o prêmio da MTV, o próximo do calendário. E tive uma ótima surpresa. Não apenas tem uma seleção bem coerente – com direito até a Banda Cine, de novo, em revelação – como está com novas e saudáveis divisões. Se você curte premiações – quem não curte, né? – recomendo gastar um bom tempo entre os indicados de lá, porque o voto é totalmente popular (assim como o do Multishow). Tem uma verdadeira batalha de titãs entre os instrumentais, com Pata de Elefante, Macaco Bong, Hurtmold e Retrofoguetes; além da atestação do óbvio, que são os Móveis Coloniais de Acaju com o melhor show do ano.

Aqui vão minhas sugestões / apostas:

Revelação: Copacabana Club.
Aposta MTV: Black Drawing Chalks
Melhos show: Móveis Coloniais de Acaju
Blog do ano: Brainstorm 9
Guitarrista: Lúcio Maia (Nação Zumbi)
Baixista: Dengue (Nação Zumbi)
Baterista: Pupilo (Nação Zumbi)
Rock: Autoramas
Rock Alternativo: Black Drawing Chalks
Hardcore: Devotos
MPB: Céu
Samba: Casuariana
Instrumental: Pata de Elefante
Eletrônico: The Twelves

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