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A BELEZA POLITIZADA DE AIYRA

Por Anderson Foca

Dei um play descompromissado no álbum da Aiyra, cumprindo a função dupla de apreciador de música e também de diretor artístico da Incubadora Dosol, um dos financiadores do álbum Quebra-vento, estreia da artista como cantora e compositora. Fui entrando no universo da qual ela faz parte e tentando entender o que tem por trás de uma assinatura como essa.

Aiyra tem exercício na música pela carreira acadêmica na ótima Escola de Música da UFRN como percussionista. Com alguns vídeos tocando e cantando suas próprias canções foi chamando atenção mais para o lado de cantora e compositora. Como uma metáfora usada na sua própria composição, foi nesse momento que ela “Pariu a Si Mesma e se deu a luz“.

O que ouvimos em Quebra-vento é uma cantora potente e uma instrumentista completa. Já seria por si só uma bela estreia se esses fossem os principais atributos desse trabalho. Mas é nas composições que Aiyra faz sentido. Politizada, observadora e feminista consistente, ela narra o dia-a-dia da luta das mulheres por igualdade passando pelos mais diferentes aspectos da luta, tudo isso sem perder a beleza e originalidade das suas interpretações, envoltas num universo de ancestralidade e cultura pop.

É um trabalho que vai crescendo e juntando peças no decorrer da audição do álbum, sem pressa, sem deixar de lado a apreciação como força motriz do álbum. Parece vento que trás junto sensações e abraços. E escolhe abraçar quem tem sensibilidade pra entender que o mundo precisa de luta, precisa de símbolos.

Aiyra veio para ficar e ficará.

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