Sabemos todos o quanto a dinâmica e facilidade de acesso a veículos alternativos de comunicação na internet favoreceram a auto gestão de bandas, programas, produtoras, selos e demais agentes dessa cadeia produtiva. Um dos grandes adendos foi o surgimento das web tvs, em pleno diálogo com a tv convencional em alguns casos. Um desses casos é o Alto Falante, programa mineiro que ocupa a grade da Rede Minas e ocupou a da Tv Cultura por um bom tempo.

Nessa historia de diálogo com a internet, o programa era inserido apenas em partes na internet através de videocasts. O projeto seguinte foi a Sessão Alo Falante, em parceria de veiculação com o My Space Brasil. A novidade agora é que o conteúdo na integra vai pra internet. Segundo Terence Machado, um dos responsáveis pelo programa, a migração para a rede é uma forma de deixar os espectadores mais à vontade para verem o programa quando quiserem. E dá outros motivos: “Com  todo o desarranjo das grades da tv pública, no Brasil, vimos que já passava da hora de colocarmos na web o programa na íntegra”.

Além dos programas inteiros na internet, o Alto Falante também vai gerar conteúdo exclusivo para a versão de web. Outra exclusividade dos telespectadores da internet é o resgate de matérias de arquivo e clipes exclusivos de todas as bandas que passaram pelo programa em mais de uma década.

A atitude do Alto Falante dá ainda mais estímulo à produção de web tvs, por se tratar de um programa da tv pública que migra para a net, atraindo seus telespectadores e ampliando os horizontes para o consumo das Tvs na Web.

Para entender um pouco mais disso, eis abaixo a ferrenha opinião de Terence Machado:

Ao invés de ficarem à mercê das mudanças de horário e a onda inconstante de transmissão das tvs públicas, principalmente, da TV Cultura que mudava a grade de programação constantemente, deixando o telespectador a ver navios, sem saber se o programa estava ou não no ar e qual o horário de veiculação. Uma hora passava de madrugada e tinha reprise, outra hora ficava sem reprise.

Daí mudou de horário. Foi para as 19h30 e, sem mais nem menos, atrasaram 30min., na exibição. Quase sempre ficávamos sabendo dessas alterações através dos nossos telespectadores. Isso dá um pouco o tom desafinado da Cultura.

Mas a internet está aí pra derrubar esses antigos poderes, controles absolutos. O movimento Fora do Eixo o que é afinal? Por que não dar uma imensa banana pra Cultura e procurar novos parceiros? A TV Cultura, na “marolinha” em que está, não perde a pose nunca e quer decidir tudo sempre, quem é bom, quem merece ser transmitido em rede nacional.

A Rede Minas, com a programação que tem, poderia “encabeçar a tal rede nacional”, sem ter que “pedir benção” à TV Cultura.

Não parece, mas até nós estamos fora do eixo! Mas lá se vão doze anos de programa, conquistas, fidelização de telespectadores, ganho total de credibilidade. Não dá jogar a toalha porque a TV Cultura adotou uma postura meramente cômoda e bairrista. Várias tvs educativas, espalhadas por todo o país já estão de saco cheio dessa centralização.

Só que a tv pública, no Brasil, sempre foi um “cabo de guerra”. Mais ou menos metade do país segue o que é exibido pela TV Brasil(antiga TVE-RJ) e outra metade segue a TV Cultura. Só que as emissoras que alcançaram uma sustentabilidade e boa projeção/produção de programas como a Rede Minas não podem ficar dependentes da Cultura ou depender de São Paulo para ter o atestado de qualidade ou não.

___

A partir da semana que vem os programas já começam a ir pra web. Dois vão ao ar, à priori, da semana que passou e o seguinte de modo que se igualem as exibições entre o que está sendo exibido na tv e na web.

Os programas irão ao ar todos no site do programa, o www.programaaltofalente.uol.com.br