Coberturas

COMO FOI? BLACK DRAWING CHALKS, DISTRO E CALISTOGA NO DOSOL

bdc-no-dosol
Foto: BDC no C.c. Dosol por Jomar dantas

POR ALEXANDRE ALVES

No já costumeiro e bom esquema do final de tarde, mais uma vez aquelas bem intencionadas 100 pessoas (talvez um pouco mais, talvez um pouco menos, tipo umas 91) compareceram ao C.C. Dosol para prestigiar duas bandas locais em ascensão na cena potiguar – o Distro, que está gravando dois EP’s ao mesmo tempo, e o Calistoga, também em fase de gravação de novo material – além de o público igualmente ter vindo para ver e ouvir uma das sensações do circuito independente nacional, os goianos do Black Drawing Chalks.

O Distro começou ali pelas seis e poço mandando logo “O prego”, riffs ostentosos de guitarra, justamente o cartão de visitas do último cd deles. Daí em diante foi perceber a alternância dos vocais entre Rafaum e Vinicius costurando a mistura de rapidez punk, riffs de hard rock e algumas melodias resvalando no power pop americano. Destaque para a última, em inglês, “Litlle lion”, indicando que pode vir coisa boa por aí.

Na sequência, o quarteto Calistoga, já bem acostumado ao palco do lugar, tocou em um volume absurdamente alto, a ponto das guitarras e vozes ecoarem nas paredes e explodirem em uma microfonia daquelas. Alta octanagem guitarrística entre Henrique Rocha e Dante, este gritando mais que nunca nas explosivas “Get together”, “Wait to fight” e “Meltdown”. Um pequeno problema com o microfone do baixista Gustavo Rocha atrapalhou a execução de uma versão para “?”, do At The Drive-In, mas nada que retirasse o bom desconforto daquela parede de zumbido que ficou no fim do show, quando ligaram todos os pedais (e olhem que eles tem uns vinte, se juntarem todos).

Por fim, os esperados goianos Black Drawing Chalks, nome este que Rafaum (Distro) disse em pleno palco ser muito difícil de pronunciar caso você esteja sob influência de substâncias proibidas pelo ministério da saúde. Quanto ao som, bem mais simples, carregando a tradição das bandas barulhentas de Goiânia (MQN, Mechanics, The Rockfellers), o também quarteto disparou uma saraivada de riffs, ora mais cadenciados ora mais rápidos, fazendo lembrar rock’n’roll de primeira, como os Hellacopters ou Datsuns, só para citar bandas mais recentes. Destaque para o vocal bem nítido de Victor Rocha (também dono de uma guitarra Gibson modelo) e para os pés – isso, os pés! – do baixista Denis de Castro, que ficavam irrequietos o tempo todo, dançando no melhor estilo rock’n’roll, mas sem sair do chão. A rapaziada parece que tem que aprender com ele!

O grupo vem azeitado com um show que recentemente foi mostrado nos EUA (no famoso South by Southwest, no Texas) e no Canadian music Week (Canadá, claro!). Vindos diretamente do Abril Pro Rock, onde tocaram na sexta, a produção, muito preocupada com a fama de beberrões convictos que a banda tem, viu os quatro se refrigerando na água mineral enquanto mandavam riffs supersônicos, como em “Free from desire” e “I’m a beast, I’m a gun””, faixas presentes no cd de estreia da banda. Eles se mostraram super-profissionais e bem entrosados, com um nem olhando para o outro e já tocando a faixa seguinte. O agitado quarteto goiano parece ser uma das apostas do cenário independente brasileiro em 2009.

Agora, uma pergunta foi escutada advinda do público feminino: quem seria que tomava conta dos bigodes ultra-bem cuidados da banda…? Passou um cara cabeludo e disse para as meninas: “Ah, vão escutar Lynyrd Skynyrd!”.

Previous ArticleNext Article

10 Comments

  1. Banda super competente. Mas longe de ter sido um dos melhores shows que natal já viu. Achei o show morno dos caras, e olha que foi meu terceiro show deles. No abril sim, foi porrada, mas ainda prefiro os caras mais em disco. Peguei as 4 últimas do show do calistoga, pra mim, me tocou mais que o show do BDC inteiro.

  2. Esse tal de Alexandre Alves é um fuleira. Coloca a informação pela metade. Não diz o nome da faixa do At The Drive-In – que realmente é “One armed scissor”, escutei demais nos alto-falantes da extinta loja da Solaris Discos – e a guitarra de Victor Rocha é uma modelo FIREBIRD. Acorda, escriba!…

  3. Eu, em nome do Black Drawing Chalks, quero agradecer a todos envolvidos neste evento, principalmente Foca e Rafaum!!! É sempre um enorme prazer tocar em Natal, vcs todos são pessoas excelentes. Apesar de termos dormido 3 horas na noite anterior ao show e ter enfrentado 6 horas de onibus na estrada indo direto ao bar tocar, foi extremamente gratificante tocar nessa cidade. Esperamos voltar em breve! Rock!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *