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RESENHAS FESTIVAL DOSOL – ROCK PRESS (RJ) – SEGUNDO DIA

A maratona das 20 bandas

 

Vinte bandas. Mil pessoas. Hard rock, eletro-rock, bubblegum, rock, rockabilly, punk, new metal, indie e mais influências mescladas às sonoridades escolhidas para serem o carro-chefe fizeram a festa de quem compareceu à Ribeira para curtir a segunda noite do Festival DoSol.

 

EnTre o Toy Gunz e o Allface, passaram 11 grupos: LÓTUS, SECKS COLLIN, FLIPERAMA, JOSEPH K?, ENNE, ARQUIVO, ESTELLABELLA e RED RUN. A primeira banda, ainda de tarde, foi a TOY GUNS e já havia em torno de 150 pessoas. Quando o ALLFACE subiu no palco, próximo às 21h, já se podia ouvir as músicas serem entoadas pela platéia e as primeiras boas reações às apresentações se faziam mais presentes – resultado principalmente do público cativo do Allface – sem reduzir os créditos de Red Run e Enne.

 

Até o fim, com Rock Rockets, quem não conseguiu mais que alguns aplausos foram Violins, Supergalo e Rockfellers. Não que os shows tenham sido ruins. Às vezes é falta de vontade de ver algo diferente. No caso da VIOLINS talvez tenha sido a estranheza dos efeitos do teclado, que não eram ouvidos direito, ou do vocal alternado entre calmo e gritado do vocalista. A banda faz um som estranho e difícil de rotular, o público não entendeu.

 

SUPERGALO tinha na bateria Fred, dos finados Raimundos. Nem isso atiçou a platéia. Letras simples, rock idem, nada demais. Nenhuma novidade, vão sem deixar saudades. O ROCKFELLERS veio a Natal mostrar porque Goiânia é conhecida como a Seattle Brasileira. Apesar da região ser famosa pelas duplas sertanejas, também exporta bandas dos mais diferentes estilos e muitas excelentes – como neste caso.

 

Como no dia anterior, parece que a dose excessiva de riffs pesados de guitarra ainda não é a preferência da molecada que é maioria no festival. O show foi bom, um hard rock pesado com influências de country, seja no som ou no visual do vocalista com seu chapéu de couro.

 

As demais bandas contagiaram o público. Seja pela graça, pela qualidade ou pelo hype. JANE FONDA é das bandas potiguares que mais levam público aos shows – mais que o dobro dos que se dispuseram a ver a anterior Rockfellers. Podem falar o que quiser do JF, mas os vocais berrados de Rodrigo BS e o som irrequieto das guitarras e bateria, aliado às letras sentimentais de relacionamentos levam o público jovem, alguns bem jovens mesmo, ao delírio. As letras são cantadas em coro e o show de moshs começa com força.

 

No Rock Bar, o ZERO8QUATRO continua com o bom público, já que muita gente que gosta de um, curte o outro. A qualidade da banda é inferior ao Jane, mas segura o público que é uma beleza.

 

LUCY AND THE POPSONICS voltou a Natal depois da passagem pelo MADA, no qual conquistou fãs. A banda é uma que vai na leva do tal eletro-rock. Letras infantis, programação eletrônica no melhor estilo batidão e uma guitarra rasgando. Por rasgando entenda-se arranhar as cordas e tirar qualquer som. Não faz muita diferença.

 

Na primeira música a corda da guitarra quebra e para atiçar o público, enquanto Piu conserta a corda, a vocalista, que é potiguar mas mora em Brasília, ameaçou um strip tease. Os marmanjos vão ao delírio: “Diliça, diliça, diliça”. Em vão. Outro pede para ela fazer um solo no baixo. “Eu não sei tocar, ah se eu soubesse” responde ela. É isso o Lucy. Aliás, Lucy é quem faz o trabalho, ela é a bateria eletrônica. Piu, como bom recém contratado da Monstro Discos, veste uma camisa do MQN – duvido que ele ouça.

 

THE HONKERS subiu ao palco para fazer a apresentação incendiária de sempre. O rockabilly abraça o punk e o que se vê é uma apresentação enlouquecedora de Rodrigo Sputter, o vocalista e líder da putaria, como ele gosta de definir a apresentação. Desce do palco, sobe na área vip, nas caixas e canta do telhado, tenta quebrar cadeira e por fim tira as calças do guitarrista, deixando-o só de cueca, e fica roçando a bunda nele, que continua tocando sem se importar. O som? Ah, eles tocaram ska, tocaram rock e em certos momentos parecia mais psychobilly. Fora do palco, lá está ele tranqüilo, vestido e conversando com quem se interessar. Saíram deixando muitos fãs.

 

Para segurar a onda veio em seguida a ZEFIRINA BOMBA, que deu bomba no MADA ano passado, mas veio ao DoSol para mostrar seu punk misturado a grunge. Tocaram trechos de músicas de várias pessoas, inclusive dos Irmãos Rocha!, uma banda ainda pouco conhecida. A viola envenenada aliada ao baixo e a bateria no talo fizeram a roda de pogo reabrir e os moshs continuarem. Show destruidor encerrado com “Aneurysm”, do Nirvana, e o vocalista pendurado na estrutura que segura o telhado.

 

Entra o quarteto incendiário formado por Olavo, Thiago, Arthur e Rafael, OS BONNIES. Músicas próprias do EP e mais novas, rock instrumental, problemas com cabo da guitarra, pedestal lançado pro outro, cusparadas de cerveja para cima e público dançando frente ao palco. Essa foi a apresentação. A fama de destruidores os acompanha até mesmo quando eles não fazem nada. A apresentação foi boa, mas não melhor que a de Recife.

 

Boa parte do público preferiu ficar no galpão e esperar o ROCK ROCKETS, que começou com uma música instrumental de surf music. Depois, pedradas do disco de estréia e canções novas. Mais cerveja pro alto, mais moshes, mais barulho e rock simples com três acordes. No fim, já estavam no palco os integrantes do Zefirina e Honkers para terminar a noite com mais putaria e barulho do bom.

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