– “Acossado por um presente marcado pela ruína, o presidente dos EUA tentou empurrar o próprio julgamento para a posteridade. Bush disse que “a história vai julgar as decisões” que tomou. Bobagem. Desnecessário esperar tanto. Pode-se avaliá-lo imediatamente. Uma palavra resume-lhe os sete anos de gestão: desastre. Bush começou em vexame, colecionou ultrajes e termina em fracasso.” O bom artigo de Josias de Souza sobre o fim da Era Bush reforça um sentimento que nutro faz algum tempo: a completa incapacidade de atirar pedras nos EUA, a nação.
– Há que se condenar a política externa e os meios algumas vezes espúrios de manutenção do império, mas jamais não reconhecer a dinâmica da democracia americana que não deixa confundir os princípios políticos de um país com a política de alguns presidentes. Bush volta para onde nunca deveria ter saído, os EUA seguirão certamente com menos ranço após o trauma, aprimorando a sua democracia. O que me faz, além de recomendar a leitura de Tocqueville, ter muita dó de quem conta os dias para a “queda do império”. A troca de comando americano pelo chinês vai ser muito pior…
– New Journalism para contar como foi a micareta dos nerds, a Campus Party, que aconteceu esta semana em São Paulo. O Ibirapuera estava um primor. Texto de Pedro Doria.
– Na redifinição do mercado de arte pop e entretenimento que o mundo vem passando, idem o Brasil, as grandes empresas estão sendo obrigadas a admitir que existe um novo nicho, um potencial mercado e que precisa de apoio. Por isso, além de comemorar o incentivo da Petrobras aos festivais de música independente, cabe um aplauso a OI, que vai investir uma nota preta em cinema, música, artes plásticas e literatura. Incluindo meu afetivo Festival DoSol. Só uma coisa: é bom que isso se reverta para as bandas, em cachê e estrutura. E não apenas no DoSol, mas em todos os festivais agora apoiados por grandes empresas, públicas ou privadas.
– E aí, tá afim de torcar no Abril Pro Rock? O festival este ano além de Paulo André, conta com a curadoria de Gui e Bruno.
– Fui ver o show da Mallu Magalhães no Studio SP, sexta passada. Perdi. Assim que cheguei, mais de meia noite, ela estava de saída. Tinha aula no outro dia, não podia dormir tão tarde. Coisa normal para uma menina de 15 anos. Próxima sexta prometo chegar mais cedo. Vai ser bom ouvindo uma menina nova e que não está fazendo samba com ruidinhos eletrônicos. Ah, dá para baixar um EP dela aqui, organizado por alguns fãs.
– Aproveita e faz download do disco Let It Die, para mim o melhor da canadense Leslie Feist. Soft folk com classe.
– Hum… Sei lá porque, mas hoje acordei com vontade de ouvir o disco Mezzanine, do Massive Attack. Parece que foi ontem o susto bom que tomei quando ouvi pela primira vez.
– Sempre existem aquelas categorias do Oscar em que na hora do bolão de apostas entre os amigos, a gente não faz a mínima idéia de em quem votar. Uma delas é a de Melhor Curta Metragem. Não fazíamos idéia. Agora os curtas indicados podem ser assistidos aqui.
– Um site fofo.
– Nós que não dávamos a mínima para a revolução e um dia fomos tão jovens, bonitos, imortais. Por Lawrence Schiller.
– Até Robert Fisk foi vítima da pirataria.
– É temeroso e tênue o limite entre a crítica e o desrespeito a um senhor de oitenta anos de idade, como Ariano Suassuna. Que como resume bem Xico Sá, é um grande escritor, mas um pensador de merda. Só que na espuma criada por suas palestras engraçadas e comoventes, esquecem justamente disso: do seu pensamento de merda, conservador e xenófobo. Nem tudo são flores. Aliás, algumas flores são verde oliva…