Coberturas

COMO FOI? DISCARGA (SP) NO DOSOL

discarga dosol

Por Rodolpho Pêagá

Fotos: Jomar Dantas

Fonte: www.rockpotiguar.com.br

Noite mais do que esperada por muitas pessoas. Todos na expectativa para assistir, depois de 6 anos, a banda paulistana de hardcore, Discarga. Um evento realizado com muito esforço pelo Coletivo Chuva Negra, que deu certo e fez muita gente chorar de alegria. Nem mesmo um evento realizado no mesmo horário em um bar do lado, atrapalhou os planos e o publico de aproximadamente 300 pessoas se fizeram presentes para a destruição total naquela noite.

Para falar da primeira banda, pedi a meu amigo Shilton Roque que escrevesse sobre a Desafeto, por eu fazer parte da mesma:

“Primeira banda da noitada hardcore, a Desafeto trouxe uma sonoridade por demais coerente com o evento, o som dos caras lembra muito a pegada do Discarga. Som direto, rápido e com letras que colocam em cheque nossas atitudes enquanto seres que vivem em sociedade. Mesmo enquanto os caras ainda passavam o som, no bar já se fazia presente alguns rapazes a espera do baile, dessa forma, quando a banda começou já tinha um bom quorum sacando o som. Como a galera ainda estava fria lá embaixo, com o show apenas começando, não se fez presente as rodas, quem imperaram pelo resto da noite, mas isso não diminuiu a empolgação do vocalista PH. Os caras ainda tiraram uma leve onda tocando o hit pop “I Got Felling” e o show também contou com a participação da esposa do vocalista, Camila, em uma das músicas em que os caras falam sobre ateísmo e exploração animal, além de dois covers, um do “Poison Idea” e outro da cearense “Vingança”. Em suma, foi um bom show, só não foi melhor devido as pausas entre uma música e outra, creio que shows desse tipo de som que os caras levam não permite esse tipo de parada, sob pena de quebrar todo o clima.”

Logo após a Antiskieumorra sobe ao palco com um integrante a mais. Se com 4, a destruição ja era garantida, imagina com 5 então. A banda entrou em ação para fazer o que sempre fazem: Se divertir. No repertorio músicas dos três trabalhos da banda. Músicas como Urubunização, Cuspir Para Cima e Abada Maldito. O espaço no palco era pouco, com um integrante a mais, porem nada que o bom, velho e rápido hardcore resolva. Algumas pausas foram o suficiente e Jonzin assume os microfones para uma outra atividade ,piadas. Bem, ele tentou. Acho até que inventou, mas ta valendo. No penúltimo show antes da saída definitiva de Walter, por motivos pessoais, a Antiskieumorra demonstrou que tem muito mais a mostrar.

Dando prosseguimento a noitada sobe ao palco a Todos Contra Um. Com um atraso considerável e perdoável, eles sobem ao palco com pressa e raiva. É certo que as letras da banda e a música rápida são um convite para a diversão e funciona como válvula de escape. Mas ver a banda em ação é ainda mais instigante. A empolgação do Diego Jamaica, afeta diretamente os outros integrantes e o show fica agitado. Matheus Furax, com uma guitarra linda, diga-se de passagem, confundia aqueles que já o conheciam de antes, sentindo o show e se movimentando bastante no palco. Jão tocou com o tênis desamarrado, mas é conseqüência. Alguns covers, como “WHN?” Da banda What Happens Next? Tiraram os presentes do serio – eu particularmente. Alguns dos presentes não estavam muito a fim de sacar a banda, e começaram os gritos de “vão se fuder”, logo respondido a altura como se deve, pelo vocalista da banda: “Quer me fuder? Vem me fuder. Ah, homofobico hehe”. Diria que foi uma das partes mais divertidas do show. As músicas rápidas convidavam ainda mais a platéia para permanecer até o fim.

Em seguida, a Lei do Cão se preparava para tocar, mas faltava baterista. Infelizmente só vieram de Mossoró, Philippe Leitão e o menino lobo, Fernando. Segundo HC e Fred, não puderam comparecer. Leitão e Fernando então saíram em busca de algum amigo baterista, que se dispusesse a tocar naquela noite. Negão, baterista da Antiskieumorra se propôs, com certo receio, pois não conhecia tão bem a banda a ponto de tocar sem ensaiar. Antes Juninho da Discarga, e Alan da Todos Contra Um, negaram o pedido dos aflitos mossoroenses. Infelizmente a banda subiu ao palco e tocou apenas uma música e com humildade e sinceridade, Leitão anunciou no microfone que a banda não poderia tocar e explicou os motivos. Para tristeza de alguns muitos e dos próprios integrantes da banda. Mas é isso, infelizmente essas coisas acontecem e a banda não vai deixar de ser muitíssimo boa por esse pequeno contratempo. Valeu Leitão e Fernando, pela tentativa. Outros rolés virão.

Depois, a grande expectativa da noite se preparava para subir ao palco: Discarga. Banda de São Paulo. Uma das melhores bandas do cenário nacional de punk/hardcore. Subiram no palco aproximadamente as 21:00 horas da noite. Música rápida e envolvente. A energia da banda no palco é uma das coisas que encanta os olhos. Poucas bandas tocam com tanta vontade. E parecia que a emoção de voltar a Natal após 6 anos, aumentou a expectativa não só por parte da platéia, mas da própria banda, que estava mais animal, como eu nunca havia visto antes. Juninho elétrico, ligado no 220. As músicas novas e velhas se cruzavam. Um fato que pouquíssima gente sabia: O baterista, Nino, havia sofrido um acidente há algum tempo atrás, e tocava no esforço, com muitas dores na clavícula, que salvo engano, estava deslocada. As pausas que rolavam durante o show, serviam para que ele aliviasse um pouco as dores. O show começou com as músicas do cd mais recente, o Música Para Guerra. Depois eles emendaram algumas do Sem Remorso, como “Num Queremo” e “Esforço em Vão”. Fim do show, mas não acabaria mesmo por ai. “Ainda vamos tocar umas 180 músicas”. O Juninho prometeu pela banda e eles cumprirão. Covers apareceram. Fogo Cruzado, Ratos de Porão, etc.. Por sinal, xFurax, gutarrista da Todos Contra Um, teve o prazer de tocar com a Discarga, a música “Verdadeiro até a Morte”, na guitarra do Daniel, enquanto ele cantava a música toda e ainda cantou “Vida Ruim” do Ratos de Porão, banda que o Juninho faz parte.

Foi isso, um show lindo. “O Suor, a rima, o sangue”. Depois do caos, um rango feito e servido pelo próprio coletivo, fez a noite da galera, que se encontrava totalmente destruída e com sorrisos maiores que os rostos.

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