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BRUNO NOGUEIRA (PE): CABARET (RJ) NO JÔ

Para quem não viu…

[youtube:http://br.youtube.com/watch?v=NmAnsR-hPro]

Isso bate com uma coisa que, volta e meia, eu falo aqui pelo blog. Sobre as tensões entre a cena independente e o que vai se tornar o mainstream pop brasileiro. A aproximação que existe hoje entre bandas e a produção de festivais independentes não é muito saudável. Poucas bandas conseguem diferenciar que para aquele produtor, atingir algo como a Abrafin é realmente um ponto muito alto. Mas para quem apenas toca não. E por isso tem muita gente arriscada em morrer no circuito de festivais, achando que o lance é realmente chegar ali e pronto. Não é difícil eu encontrar uma banda que vem me falar que não vai conseguir crescer, porque não está fazendo parte dessas escalações. Quando ainda existe muito mais.

O que existe a mais, aos poucos, começa a ser demonizado por essa própria cena. Vide casos como o da Pitty e do Los Hermanos. Existe uma suposta perda de autenticidade tanto para o público quanto para outras bandas quando um artista atinge mais. Como se ser cooptado por um grande veículo de mídia fosse uma força contrária a tudo que alguém constrói numa carreira.

Está se criando uma troca de valores e o novo máximo definido para uma banda atingir caiu bastante de conceito. São idéias muito generalistas (isso é óbvio, mas é sempre bom esclarecer). Mas se aplicarmos esse raciocínio a todas as outras bandas que fogem dessa lógica – curiosamente, as bandas que mais aparecem na programação dos festivais hoje – vamos perceber que esse é um dos grandes motivos para novas bandas terminarem tão cedo hoje. Ser notado, uma parte do processo que antes parecia ser impossível, agora passou a ser ignorado com a facilidade trazida pela Internet. Com isso, a ambição é pouca e a frustração é ainda maior.

Se por um lado, é triste ver uma banda conseguir chegar nesse ponto, tocar em dois ou três importantes festivais independentes e então não crescer em mais nada; é sempre algo incrível ver uma banda “passando de fase” para um nível maior. Não que tocar no Jô seja uma mega conquista, mas acho mesmo que essa participação representa essa divisão para o Cabaret, uma banda que sempre me pareceu predestinada para muito mais. Basta agora eles saberem utilizar a exposição.

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3 Comments

  1. Lembro do Cabaret, em 2006, na Final das Seletivas do Festival MADA que participei tb com a minha banda da epoca (audio3).

    Naquele dia, na hora em que eles tocaram, vi que já eram diferente de tudo o que tinha passado naquele palco.

    Fico feliz de ver bandas que assisti participando de festivais na minha cidade, tocando em programas tão bacanas, como o do Jô, o qual o Brasil todo (e alguns lugares do exterior tb) assistem!!

    Parabens pro Cabaret!!

    E tb acho uma puta hipocrisia nego ficar por aí falando que bom é ser independente, quando o que todo mundo queria mesmo era alcançar o mainstream e poder viver (bem!) de musica!!!

    beijooooo

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