Por Foca
Analisar um disco estando totalmente inserido no processo de realiza-lo parece fácil mas não é. Para isso, passei um tempo longe do que produzimos em “Suculento” para fazer um diagnóstico do trabalho com o ouvido mais limpo.
De cara, a primeira coisa a se detectar é que Luiz Gadelha é um compositor de mão cheia. Ele tem a qualidade de criar músicas simples sem cair nas armadilhas da canção fácil (mesmo quando parece). Pegar as músicas para produzir sem conhecer nada do repertório foi uma opção para se livrar de qualquer amarra na hora de registrar o álbum. Foi muito bom conhecer as canções da maneira mais simples e reencontra-las no resultado final.
Incrível como muita coisa fez sentido com o disco pronto. Na hora de gravar tudo nem pensamos muito em como tudo ia soar. No primeiro dia de gravaçãos, só para dar um exemplo, nem tínhamos uma banda e fui chamando pessoas mais próximas para irem gravando pedaços, takes inteiros até criar todo o conceito de “Suculento”.
Nesse clima, conseguimos tirar o melhor de quem passou pelo álbum. Resultado alcançado pelo simples fato de que não houve e nem há pressão para que haja resultados. Foi só gente que toca interpretando as músicas de um cara que compõe.
Não vou destacar faixas, elencar esse ou aquele arranjo de que mais gostei porque curti absolutamente tudo: timbres, colocação das vozes e principalmente as composições, e foi exatamente partindo delas que direcionei a produção do álbum, reforçando as canções.
Luiz Gadelha se mostra um belo intérprete, mas sem dúvida é seu maior mérito ser uma das gratas “revelações” da nova safra de compositores da música brasileira. Recomendo uma audição tranqüila para os fãs de música e recomendo ainda mais essas canções para intérpretes a fim de registrar belas músicas em seus álbuns. “Suculento” é uma máquina de hits.