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RESENHA FESTIVAL DOSOL – ROCK PRESS (RJ) – PRIMEIRO DIA

FESTIVAL DOSOL

Rua Chile, Natal

Primeiro dia – 3/8/2007


O Cachorro continua latindo alto


Texto e fotos: Hugo Morais

 

 

 

 

Quando a MONOPHONE, do Ceará, subiu ao palco o público já estava à beira do palco apreciando a banda. Uma mistura do rock mais moderno que muitas fazem a Strokes com algo do tipo Gram. Se é que isso define algo. CDs e camisas foram atirados à platéia e depois que o vocalista disse que é muito bom tocar e ser bem recebido pelo público, a receptividade aumentou. Diante do palco, uma gurizada milimetricamente assanhada e com as roupas que fazem a cabeça do que chamam de indie.

 

 

O PEIXE CÔCO subiu ao palco para abrir mais ainda o leque de influências que compõe seu som. Para muitos elas são bem equacionadas e resultam em um produto final acabado: reggae, rock, hardcore e, nesse show, contou até com DJ. Como hoje tem rótulo para tudo, parte do público fica sem entender o que se passa. Um show interessante que pode ficar bom se bem direcionado.

 

O DISTRO veio em seguida, com os quatro integrantes vestidos com paletós, uma alusão ao disco que estava sendo lançado: Propaganda Enganosa. O som é rápido e pesado. Feito com qualidade, mas sem um diferencial, o que leva a banda a se perder em meio às outras tantas que existem por aqui.

 

 

No excelente galpão aprontado na última hora, THE SINKS fez um show para relembrar os Ramones. Letras em inglês, rock rápido e direto como pede a fórmula power trio. O público já era muito bom a essa altura. Show redondo com direito a “The KKK Took My Baby Away”, que seria tocada novamente pelo Moptop. CASCADURA veio da Bahia para fazer um rock de letras e som simples. O quarteto veterano (já se vão 15 anos) fez um som de altíssima qualidade. Teve quem ficasse procurando rotular, mas não há o que dizer além de que a banda é rock.

 

 

O VOLVER começou o show, ou melhor, encerrou a passagem de som, com “Amigo Punk”, de Frank Jorge, da saudosa Graforréia Xilarmônica. Começou bem. Quem esperava um show feito de hits do primeiro disco ficou a ver navios com muitas músicas do novo disco. Se no primeiro a equação jovem guarda e rock sessentista mais rock moderno estava bem feita, nas novas músicas ficou clara a maior influência das guitarras à Franz Ferdinand e Strokes, que imperam pelas bandas surgidas nos anos 2000. Mas o show foi bom.

VAMOZ (foto) subiu ao palco para expulsar quem não gosta de barulho e de guitarras no alto. O trio, duas guitarras e bateria, vem de Recife e leva ao extremo a história de guitar band. Aula para quem diz que faz algo semelhante aqui em Natal. O MOPTOP veio após com todo o hype que conseguiu. Toda a gurizada citada no início do texto estava mais uma vez na frente do palco, dessa vez cantando todas as músicas.

 

É muito bonitinho o cabelo despenteado, o som pop e os riffs bem executados, o problema é ser muito parecido com Strokes, que vai findar recebendo direitos autorais de tanto ser citada.

 

 

Escalado para abrir para Cachorro Grande, o ex-power trio BUGS, agora quarteto, fez o show costumeiro: muito barulho e rock psicodélico aliado a algo mais pesado como hard rock. Se existe a denominação guitar band, o Bugs pode ser chamado de bass band. Paolo domina a ação, desde as letras até o instrumento que empunha. Muito bom show.

 

 

Depois dos potiguares quem veio ao palco foi nada mais nada menos que a banda preferida da MTV, o que faz com que o público lote o galpão, cante todas as músicas, dance e se acotovele frente ao palco. Claro que tudo isso não é mera imagem, sobre o palco a banda faz por onde soltando uma a uma as músicas dos quatro discos que fazem dela a maior da atualidade do rock brasileiro. Já beirava quatro horas da manhã e o melhor era ir para casa mesmo.

 

 

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