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RESENHA FESTIVAL DOSOL – ROCK POTIGUAR – 2º DIA

Começando bem mais cedo que o dia anterior e praticamente na hora (por volta das 4 da tarde) começa o segundo dia do festival DoSol. As bandas Toy Gunz, e Secks Collin abriram a tarde, que seguiu com Fliperama e seu rock bubble gum que fez o pessoal dançar. Saindo do Armazém, vou ao Rock Bar conferir o Joseph K? do Ceará. Os meninos fazem um rock rápido e compassado com guitarras e bateria fortes. É bom ver que o Ceará não está apenas importando bandas de forró de nome e som indigestos, mas também boas bandas de rock. E o Joseph é uma prova disso. Seguindo os cearenses, veio a banda mineira Enne e um som hardcore. Com uma boa presença de palco, interação com o público, os famosos pulos em conjunto e um repertório em inglês com nuances do Bush, eles chamaram uma boa platéia para a frente do palco. Era a primeira turnê da banda pelo nordeste. O set list contou com uma música que foi gravada com Rodrigo do Dead Fish. Da terra do pão de queijo para a terra do camarão, é a vez do Arquivo soltar o som. Um som que está amadurecendo e crescendo. Os músicos estão com uma boa presença no palco e a música está saindo mais bacana e com mais identidade. Fizeram um show que contou com as famosas rodas de poga e animação do pessoal.

Terminando o show do Arquivo foi a vez dos cariocas do Stellabella subirem ao palco do Armazém. Com um vocalista que facilmente passaria por gringo aqui em Natal e um baterista que me lembrou o cara dos 300 de Esparta, o Stella fez um show redondo, com bons solos de baixo e foi ganhando o público a cada música. Na música ”Alguém” teve poga e para encerrar o show e para aproveitar o clima da galera, eles tocaram Nirvana. O repertório além da banda do Kurt, contou com as autorais do CD “Alguém” que estava sendo divulgado no festival e em breve será resenhado aqui no site. Deixando as praias cariocas, voltamos para as praias de Iracema. E a próxima banda a tocar é a Red Run. Logo de cara me chama a atenção o baixista que lembra um dos meninos do Fall Out Boy. Mas deixando a banda emoamericana de lado, vamos ao som dos cearenses. Com uma música animada, eles levantaram a galera no Rock Bar e ainda chamaram umas meninas que ficaram babando pelo baixista na frente do palco. Uma boa pegada de bateria, boa performance de palco acabaram conquistando o público, abrindo terreno para o Allface que fez um show com bastante energia, tanto da banda como do público. Um bom show de se ver.

Sai Allface e entra Rockefellers. Os goianos chegaram com um vocalista e seu chapéu de vaqueiro, camisa quadriculada e adereço no braço. Mas se você pensa que a banda é só o visual, está redondamente enganado. Também com um repertório em inglês e uma música contagiante e dançante, conquistaram os presentes logo de cara. outra banda no formato de trio que deu bem o recado e não deixou a desejar no número de guitarras ou baixos. Saíram aplaudidos do palco e deixaram um gosto de mais um. Deixando a bela apresentação dos meninos da terra das duplas sertanejas (Goiás não é feito só disso, vide o festival Calango e a banda MQN que não deixam cena passar em branco). De volta ao som papa-jerimum, sobre ao palco do Armazém o Jane Fonda. Com seus fãs gritantes e cantantes, eles fizeram um bom show e preparam os ânimos para outra banda potiguar: o Zero8Quatro. Com um DoSol lotado e rodas de poga a banda tocou suas autorais e balançou o Rock Bar. uma cosia bacana do show deles foi a animação da banda no palco e da platéia. Saíram aplaudidos pelos fãs seguidores.

Mais um revezamento de banda e de palco e é a vez do Violins (também de Goiás) mostrar o que a terra das fazendas de bois tem. O que chamava a atenção para a banda (além das palavras escritas pelo corpo do vocalista) era o teclado, que foi bem incorporado ao som da banda. Ao invés de ser abafado pelos outros instrumentos, ele tinha seu lugar e complementava a melodia da banda. Guitarras com efeitos que lembravam o Radiohead arrancaram aplausos da platéia. As letras amorosas se juntaram ao peso da guitarra e da bateria, dando o toque final com o teclado. As músicas tinham um belo arranjo e a banda encerrou o show de uma maneira bem peculiar: um a um iam saindo os músicos até que ficou o tecladista no palco fazendo um solo. Também saíram aplaudidos.

Dos teclados e guitarras para a guitarra e os eletrônicos. É a vez dos brasilienses do Lucy and the Popsonics subirem ao palco do DoSol. Depois de uma apresentação no MADA desse ano, eles voltaram a Natal para divulgar o CD recém lançado “A Fábula (ou a farsa?) de Dois Eletropandas”. O show começou bem, mas a guitarra de Pil teimou em arrebentar a corda. Enquanto ele consertava, a vocalista Fernanda ficava conversando com a platéia.Quando finalmente a guitarra ficou pronta, eis que o show realmente começa. O set list foi basicamente o CD novo e o público gostou e dançou ao som da guitarra eletrônica. Eles foram bem aplaudidos ao fim de cada canção. A apresentação terminou antes da hora por causa da guitarra. Mas isso não impediu do público dançar e curtir o som de Lucy. Do Rock eletrônico para o rock insano do The Honkers. Um vocalista ligado em 440 kw e um instrumental bacana marcaram a apresentação dos baianos. Além de subir em uma das janelas que ficavam atrás do palco e tentar escalar as caixas de som, o vocalista fez uma performance marcante e a banda mostrou um rockão de primeira qualidade. E ainda há que diga que no nordeste não há rock. Para provar o contrário, é a vez dos paraibanos do Zefirina Bomba que já haviam tocado no Banda Antes em julho do ano passado no DoSol. Com um rock ágil, compassado e ligeiro, eles colocaram de vez o público para dançar e pogar. Além de mostrar uma música bacana, o Zefirina tem um vocalista que faz a diferença. Dessa vez, ele escalou as paredes laterais do Rock Bar e se pendurou em umas das madeiras que sustentam o teto. Para terminar mais uma apresentação do Zefirina (que nunca faz um show igualzinho ao outro, sempre há uma surpresa), eles tocaram Nirvana. E haja poga!

Saindo do DoSol e voltando ao Armazém, chega a vez da tambpemn brasiliense Supergalo tocar. Com Fred dos Raimundos na competente bateria, eles fizeram um show para poucos. A banda é muito boa, com destaque para a batera de Fred, que só tem melhorado com o tempo. A música deles é daquelas que pega pela melodia agitada. Pena que não empolgou os presentes. Os que estavam puderam ver uma boa apresentação. Seguindo o Galo, é a vez dos potiguares dos bonnies destilarem seu rockabilly para ninguém botar defeito. Fizeram a galera agitar, dançar, pogar e girar. Eles prepararam a energia para os paulistas do Rock Rocket, que estavam pela sua terceira passagem pela cidade, a segunda só esse ano. Foi o show dos moshs, da invasão do palco e da explosão de energia. O set list foi preparado para não deixar ninguém parado, começando com o hit “Puro amor em alto mar”. Sobre os moshs, o baterista soltou a pérola: “A gente é a favor das meninas darem mosh. Meninos cumpram seu dever; agarrem-nas!”. O Rock Rocket fez outra apresentação bacanérrima e prova porque estão crescendo tanto na cena independente. Foi com uma apresentação pra lá de supimpa que o festival encerrou sua segunda noite. O que se espera para o ano que vem é que as empresas abram os olhos e os ouvidos para a música independente local, pois ela tem um público já formado, visto que temos dois festivais que são referência na cena. Gente pra ouvir nós temos, boas bandas também. Só falta esse mero detalhe do patrocínio para que o a música do RN cresça mais e mais!

Sandra Martins
17/08/2007

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