Em tempos de leis de incentivo a cultura, quando não se consegue apoio na continuidade de um projeto, o que fazer? “Se readaptar,oras!”. Dessa maneira, foi realizada a terceira edição do Festival Dosol: enxuga daqui, encolhe dali e assim se manteve o espírito da festa com o brilho reforçado pela força de vontade aliada a coragem de arriscar.
O Festival Dosol cumpriu o prometido: 47 bandas, 26 horas de música, descontração e muito rock and roll. E se há males que vem para o bem, o formato da nova edição encaixou perfeitamente pro porte do Festival. De maneira inteligente, os shows foram distribuídos para duas casas: Armazém Hall (palco maior) e Dosol Rock Bar (palco menor), o que deu um clima mais intimista ao evento, onde circularam 4.500 mil pessoas, em média, nos três dias. O que fez falta, foi um espaço alternativo melhor, como nas edições passadas, onde as bandas pudessem dispor o merchan e assim fazer girar o ‘mercado financeiro independente’, onde bottons, camisetas, cds e adesivos são tão valorizados.
Se por um lado houve linearidade por parte da organização do evento, sem tumultos e com horários e ordens de apresentações respeitadas; a sonoridade musical foi diversa e frenética, destaque pra sábado, com 20 bandas tarde-noite adentro. Surpresa ou coincidência, a maioria das bandas que tocaram no Festival eram formadas por ‘power trios’. É um sinal de que a velha fórmula “baixo+guitarra+bateria” continua sendo a essência da coisa. Entre tantas apresentações no Festival é até difícil não ter preferências ou apontar destaques…