A história tem o divertido hábito de se repetir. Uma das principais tensões no universo contemporâneo do Heavy Metal começou quando a banda Nightwish, ao atingir finalmente o “MTVstream” da música, decidiu demitir sua vocalista e ícone adolescente Tarja Turunen. Ecos da mesma coisa que aconteceu com Ozzy Osbourne e o Black Sabbath, numa versão mais pasteurizada e agora recheado de subgêneros confusos – metal sinfônico? – aos não iniciados. Em versão solo, Tarja coloca em xeque-mate se o sucesso vem da banda ou de sua imagem.“My Winter Storm” poderia ser anunciado como um disco do próprio Nightwish, mas sua característica mais forte é ser o ponto de partida para uma segunda separação clássica. O que Tarja faz não é mais rock, tampouco variações refinadas do metal. Sua pequena banda poderia ser confundida com uma orquestra, com o Violoncelo, teclados e bateria eletrônica soando muito mais alto que guitarra e baixo. A voz da Soprano encontra lugar mais confortável como uma contadora de histórias e Tarja narra versos, muito mais que canta.
Tarja Turunen está mais soturna, como se puxasse aos extremos permitidos de seu gênero para conquistar o apoio dos fãs numa disputa com sua antiga banda. Intenção que fica clara em “I Walk Alone“, música autobiográfica e que carrega o nome do disco nos versos. Ela canta “Volte para um sono eterno / longe dos tolos e de portas trancadas / Porque eles estão estão próximo e farão de tudo / Para que você não possa ver / No que eu me tornei”. O ego sempre dá o tom das batalhas épicas cantadas pelo metal melódico, quase como se fosse uma partida de RPG.
Com a própria Tarja como personagem principal das músicas, o disco inteiro segue em um tom de biografia esquisita, quase doentia. Em outros versos como os de “Ciarán’s Well”, onde ela canta que “Por anos ela rezou / Que os santos lançassem uma magia / para que a floresta a deixasse partir, só reforça essa obsessão que a cantora incorporou por ter sido expulsa do Nightwish. Paralelamente, em seu mais recente trabalho com nova cantora, a banda já passa a fazer oposição em canções mais leves e animadas que o natural. Os próximos capítulos dessa briga prometem ser, no mínimo, perturbadores.
Boa Tarde!
Realmente concordo com tudo essa briga rídicula não vai acabar nunca, o que é uma pena para todos…
Curti muito mesmo o CD da Tarja, tem uma atmosfera sombria que até lembra o Nightwish.
O novo disco do Nightwish “Dark Passion Play” é bom (esperava mais) mas acho que não se pode comprar com o da Tarja.
As melhores faixas são: “Lost Northern Star”, “Ciarán’s Well”, “Boy And The Ghost”, “Minor Heaven” e “Sing For Me”.