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RESENHA DE DISCO: KANYE WEST – GRADUATION

Por Bruno Nogueira (popup)

Em fevereiro de 2008, o rapper Kanye West vai estar pela terceira vez consecultiva a uma rima de ganhar o Grammy de melhor disco do ano. Prêmios dessa proporção, que contemplam mais de 10 gêneros distintos, costumam importar cada vez menos no mundo da música; mas ficar no “quase” não é uma situação que deixa West muito feliz. Ele já se comprometeu a nunca mais comparecer a um programa da MTV americana até levar para casa um Music Awards, “Oscar” da emissora. Por essa expectativa, “Graduation“, nome de seu novo disco, parece ser providencial. Em sua melhor fase, parece que agora o rapper vai finalmente ser graduado.

“Graduation” é mais que uma referência ao “agora vai!” de Kanye West. Ele completa uma trilogia da obsessão que o rapper cultivou em batizar seus discos com algo relacionado ao colégio (os outros se chamavam, traduzidos, “Largando a Escola” e “Matricula Atrasada”). Depois de produzir faixas para Jay-Z, Beyoncé, Alicia Keys, Common e Mariah Carey, West focaliza em tendências e provoca uma mudança no uso que o rap faz dos samplers. No lugar de faixas incidentais, todo o disco é recheado de mashups, com outras músicas sobrepostas pela rima de West.

A mais óbvia vem estampada até em adesivo no encarte. “Stronger” se mistura com a música “Harder, Better, Faster, Stronger” do Daft Punk; e com “Cola Bottle Baby” de Edwin Birdsong. Apesar de ser um produtor requisitado, Kanye West foi esperto em pedir uma mão extra nessa e em “Good Life“. Os dois maiores hits desse novo repertório também carregam a assinatura de Timbaland nos créditos. Provocam frenesi na pista e agradam a audição particular, quando o ouvido atento descobre a voz de Michael Jackson nesta segunda faixa.

Esses dois momentos se destacam com folga do restante do disco, mas “Graduation” se salva quase por completo. Em “Everything I Am“, ele retorna ao hip hop mais clássico, com scratches que lembram um pouco do momento atual do ritmo no Brasil. A principal falha de West nos discos anteriores – sua própria voz – tem uma melhora gradativa nas novas músicas. Ele ainda se arrisca a cantar sem muito retoque, no que resulta na longa e chata “Drunk and Hot Girls” e em “Homecoming“.

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