Por Marcos Bragatto, Rio de Janeiro. RJ
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Toda vez que um medalhão do hard rock está prestes a lançar um disco, lhe cai sobre as costas a pergunta: o mundo da música precisa de mais um disco dele? Pois no caso do AC/DC, antes mesmo de o questionamento ser formulado, o “mundo da música”, se identificável, já clama pelo grupo há ao menos uns cinco anos. O motivo principal está provavelmente no sucesso do filme “Escola de Rock”, de 2003, que além de ter músicas do grupo na trilha sonora, veste o personagem principal (um impagável Jack Black) com a indumentária escolar consagrada por Angus Young.
Nesse “Black Ice” o grupo fornece ao sedento público doses de puro AC/DC – e nada mais. Sabe-se que esta é a seara daqueles que, como Ramones e Motörhead, fazem sempre o mesmo tipo de som, e têm, nisso mesmo, sua principal e mais elogiável característica. Sabe-se, ainda, que Angus Young é um dos maiores guitarristas da história do rock pesado e que seu irmão Malcolm é um verdadeiro artesão de riffs e bases que fazem a cama para Angus passear. Soma-se a isso a indelével voz de pato rouco de Brian Johnson e tem-se o legítimo som do AC/DC.
Mesmo possuindo, digamos, licença para ser repetitivo, o trabalho de fazer um disco requer o mínimo de criatividade, afinal não se pode apresentar 15 faixas em vão. E é aí que está a principal virtude de “Black Ice”. Se todos queriam novas músicas do grupo, as duas primeiras faixas que foram liberadas na internet não fizeram feio. “Rock’n’roll Train” é daquelas músicas curtas, simples e que satisfazem pela economia e eficácia de riffs e passagens de guitarra que cativam logo de cara. E “War Machine” vem com um riff matador que destrói o pensamento cético em relação à banda antes do primeiro minuto, quando se revela um petardo e tanto. Nas duas, os irmãos Young dão aula de técnica, simplicidade e criatividade: a síntese do AC/DC.
Outra obsessão dos australianos é o refrão pegajoso, que aqui aparece em quase todas as 15 faixas, mas gruda mesmo na circular “Spolin’ For a Fight”, onde o título é repetido zilhões de vezes; na básica “Rocking All The Way”; e em “Skies On Fire”, que consegue fundir riffs, ponte e refrão com exemplar sutileza. Assim como acontece com o Whitesnake, boa parte da música criada pelo AC/DC tem ligação direta com o blues, e daí o hard rock de cada um, reservadas as características próprias, ser diferenciado. Aqui, fica evidente a busca do ritmo criado Robert Johnson na ótima “Storm May Day”, com uma impressionante slide guitar; na adorável balada “Rock’n’roll Dream”, que já nasce clássica; e na deliciosa “Rocking All The Way”, de fazer inveja aos mestres do rockn’n’roll de raiz.
Tudo isso já faz de “Black Ice” um excelente trabalho, que tem levado os mais entusiasmados a considerá-lo o melhor álbum do AC/DC desde “Back In Black”, o disco de rock mais vendido em todos os tempos. Ainda é cedo para se chegar a tal conclusão, mas uma verdade precisa ser dita: o mundo da música precisa, sim, de um novo disco do AC/DC.
Kra vi ontem o clipe de Rock’n’roll train e achei muito massa, nem acreditei q a faixa era de um CD novo do bom, velho e inesquecível AC/DC, muito foda !!!!
escutei o disco e achei como sempre: muito bom!
Os discos do AC/DC sempre foram fascinantes, apesar de não ter escutado o “Black Ice” eu já sei q o tal é uma repetição dos outros, o que aconteceu com todos os discos da banda. Fato é que o AC/DC não precisa fazer diferente pra ser bom. EU só deixo de escutar o AC/DC se o Angus parar de tocar com aquela sg hsuahsuhsau
Excelente álbum, ACDC puro…Destaque para a música 5 “War Machine”, relembrando os velhos tempos…Só não entendi porque eles lançaram o disco no Wal Mart…Espero que dêem uma passada no Brasil na próxima turnê!!