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PARA REFLETIR: CAMARONES NO ORLA SUL

ROCK VERSUS TRUCULÊNCIA: VENCE O ROCK

Por Clotilde Tavares

Quando minha filha tinha mais ou menos uns doze anos recebi um bilhete do colégio dizendo que ela tratava mal os colegas, era brusca, rude e sem educação. Fiquei perplexa, porque em casa nunca havia notado esse comportamento. Aí fui até o colégio falar com a diretora para tirar a história a limpo.

Chegando lá, enquanto esperava a diretora, entrei no ginásio onde as adolescentes estavam treinando voleibol, minha filha entre elas. Ao primeiro erro de uma das meninas, o professor-treinador rompeu numa torrente de insultos contra a garota, chamando-a aos gritos de burra, retardada, estúpida e outras palavras do mesmo teor. Imeditamente mandei a minha menina sair do jogo e perguntei ao “professor” que tipo de trabalho pedagógico era esse que ele fazia, tratando dessa forma meninas de doze anos dentro de uma instituição de ensino. Era com ele que ela estava aprendendo a se comportar dentro da escola, e com mais algum tempo desse “treino” certamente levaria a “habilidade” para a nossa casa e outros ambientes.

Vi uma cena igualzinha ontem (domingo, 10/08) no Shopping Orla Sul, durante a apresentação da Banda Camarones Orquestra Guitarrística, da qual a minha filha faz parte. Um aula de truculência, falta de educação e desrespeito ao trabalho artístico, protagonizadas por uma mulher que trabalha na segurança daquele espaço.

Ora, se o espaço não permite som de guitarra elétrica, de música “alta”, de rock and roll, então que não se contrate esse tipo de som. Mas o caso é que contrataram, e quando a banda iniciou sua apresentação vem essa mulher, mandando baixar o som enquanto os músicos estavam tocando, atrapalhando-os, falando com eles enquanto eles se apresentavam.

Tem mais: ficou junto ao palco durante toda a apresentação, de cara feia, fazendo muxoxos, batendo o pé, encarando a rapaziada que tocava. O curioso é que ela alegou que o som estava em volume alto, mas não estava. Os músicos sequer conseguiam se ouvir uns aos outros em cima do palco. Por outro lado, a música das chamadas “dançarinas do ventre” que se apresentaram antes da banda estava em um volume muito mais alto e ninguém reclamou.

Então, uns lembretes para quem contrata músicos ou qualquer outro tipo de artista, coisa básica, mas que as pessoas parecem não saber: 1) Não contrate um artista se não pode dar condições para ele faça seu trabalho; 2) Não, nunca, jamais, interrompa a performance de um artista. Espere que ele termine, e fale depois; 3) Explique aos artistas, antes da apresentação, as condições que ele vai ter para se apresentar, para que ele possa cancelar a apresentação se notar que não há condições de fazer seu trabalho direito.

Aquele shopping abriga uma faculdade, uma instituição de ensino. Por isso, sua responsabilidade com o que acontece ali e com o comportamento dos seus funcionários é bem maior. Ontem de noite, vi lá duas aulas. A primeira, ministrada pela profissional de segurança, passou conteúdos de falta de educação, grosseria, desprezo pela arte, truculência, e completa ignorância da forma de se conduzir numa situação pública como aquela. A segunda aula foi dada pela banda: uma aula de profissionalismo, de delicadeza e de respeito com o público que ocupava boa parte da praça de alimentação, a maioria deles público da banda, e que tinha ido ali para vê-la. Somente por isso a banda não suspendeu o show e encarou o desafio de tocar sendo incomodada, maltratada e interrompida a todo tempo.

Só resta esperar que os jovens ali presentes tenham aprendido a lição da banda, e não a lição daquela profissional despreparada que em nenhum momento soube lidar com a situação.

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4 Comments

  1. ahhahahahahahahahahaah
    o Orla sul é osso mesmo! Já vivi esse episódio tbm!!
    é de ficar puto mesmo!!!!

    Rock tem q ter o minimo de altura, mas tem gente que não sabe nem o que é rock!!! Mas Camarones é irado!!!

    rá!

    =*

  2. homi, a gente tava tocando com som minimo pra um voz e violão…

    Teve uma música que eu e kalango fomos pra um lado e henrique e dante pra outro pq NÃO ESTÁVAMOS NOS ESCUTANDO em cima daquele palco. Eu escutei quase nada da guitarra de henrique e acho que ele e o público tb.

    Só nao desistimos do show pq todas os parentes, sogros, enteados, avós, primos e sobrinhos, que não frequentam o DoSol estavam lá pra aproveitar a oportunidade de nos ver. Aí por essas pessoas achamos melhor continuarmos.

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