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OPINIÃO: TEXTOS SOBRE A ONDA DE VIOLÊNCIA ATRIBUIDA A PUNKS EM SÃO PAULO

Segue abaixo texto do goiano Eduardo Mesquita sobre os últimos acontecimentos envolvendo “punks”, violência e afins em São Paulo. Confira também opiniões de pessoas do meio e carta aberta do Movimento Anarco-Punk sobre o assunto.

Punk.

Essa palavra é uma das mais presentes na minha adolescência, e ainda hoje perto dos 40 anos eu permaneço com muitos desses ideais e crenças. Por isso é muito incômodo, se não doloroso, ver essa palavra, essa ideologia, esse tipo de música, associado violência, assassinato e ganguismo.

Comecei meus comentários no blog do Loaded – www.loaded-e-zine.com – relembrando fatos dessa minha tão amada e marcante adolescência. Não vou repetir aqui, então se quiser parar um pouquinho e ir lá dar uma lida, eu te espero. Não falo nada enquanto você não voltar.

Leu? Então entendeu minha associação com essa forma de pensar e agir e entendeu meu incômodo em ver um monte de malucos se matando e misturando coisas valiosas com sangue, destruição insensata e morte. Nada justifica matar uma outra pessoa, NADA! Primeiro porque a violência por si só é extremamente perniciosa, e mesmo em situações que julgamo-la justificável, ainda assim é sempre um último e desesperado recurso.

E matar é sempre um recurso definitivo, não há retorno, não há perdão, não há arrependimento que corrija o que foi feito. Pode-se prender o criminoso, a besta-fera assassina, mas isso não repõe a vida perdida, isso não ajuda na formação do filho que ficou sem pai, isso não deleta da memória das pessoas a saudade, a ausência e a dor.

Não aceito que tanta ideologia possa ser conspurcada por atos estúpidos de gente que não merece ser chamada assim. Não aceito que tudo aquilo que me mostrou que um mundo melhor era possível, mesmo que em conta-gotas possa ser misturado com repulsa, nojo e medo.

Sim, o punk busca incomodar, agredir, mas não dessa forma. Não por causa de quarenta centavos, não aos pontapés e facadas.

Me lembra a história de um cara que eu respeito demais. Sendo de família de posses ele tinha tudo para ser um acomodado, um playboy, um garotão feliz nas fazendas de “papai”. Mas ele preferiu fazer outro caminho para ele, e assim um dia ele saiu de casa para pular um carnaval em outra cidade, mas aquele era só o começo da história. O carnaval era um motivo, os propósitos eram outros. Ciente de sua capacidade e de suas vontades, valorizando como ninguém tudo aquilo que ele sabia e acreditava, ele mudou o rumo da viagem e foi para outra cidade. Foi para a capital.

Lá esse cara arrumou um jeito de estudar, arrumou emprego e tocou sua vida. Voltou para sua cidade natal após dois ou três anos, quando todo mundo já achava que ele tinha morrido, porque o maluco nunca quis mandar notícias e avisar o que ele estava fazendo. Quando tudo estava organizado e ele estava se virando sozinho, gerindo sua vida da forma como ele bem entendia, aí ele resolveu fazer uma visita para sua família. Apareceu na cidade bem vestido, cheiroso e sem depender de nada nem ninguém informou o que estava acontecendo e voltou para a capital. Tocou sua vida.

Punk é acreditar em si próprio? Ele acreditava. Ainda acredita muito.

Punk é auto-gestão? Ele se auto geriu e fez sua vida do jeito que quis.

Punk é atitude? Não conheço ninguém com mais atitude que ele.

Punk é coragem para realizar mudanças? Ele vive isso até hoje, nunca se acomodando e não aceitando as coisas que não concorda.

Punk é ser tachado de doido? Ele é. Muito doido!

Não conheço ninguém mais punk que meu pai. Sem nunca ter ido a um show do Cólera, sem nunca ter escutado o disco branco do DK de ponta a ponta (ouviu uma música ou outra), sem nunca ter usado um jeans rasgado (a não ser quando ia capinar uma plantação de milho que tinha), sem nunca fazer tatuagem, esse sujeito é punk até a raiz do osso. E é o meu maior exemplo para continuar acreditando que o mundo pode ser melhor, que vai ser melhor graças aos esforços de lokis como ele, eu e você que está lendo.

Aí você deve pensar: E que tipo de doida casa com um cara como esse pai do Inimigo? Eu respondo: uma criatura que teve as manhas de jogar uma pasta de documentos na cara de um patrão apenas porque achou que o dito cujo tinha sido injusto em algumas atitudes com a equipe. Cabe comentar que o empresário-patrão já era, na época, poderoso e influente e hoje tem status de ministro. E minha mãe, a doida baiana que me pariu, enfiou a pasta na cara do sujeito e virou as costas antes de ouvir a frase do Trump/Justus. Punk ou não? Hahahahahahahaha

Com pais como esses o que vocês queriam que eu me tornasse? rsrs

Bão, essa semana eu vou divulgar alguns textos que recebi e que versam sobre essas maluquices ocorridas em SP. O primeiro deles é da Deise Santos, jornalista de Nova Iguaçu, que me foi enviado pelo Redson, do Cólera. Textaço! Deise tem a caneta quente e manda uma dúzia e meia de recados ouvindo um CD belíssimo. Valeu Redson e Valeu Deise!!

O segundo texto vem do Movimento Anarco-Punk de São Paulo (MAP-SP) e busca ser uma carta-resposta a todos que estão misturando os conceitos e aceitando como verdade que punks matam pessoas. Quem tiver blogs, divulgue essa carta, é importante que o máximo de pessoas tenha acesso a ela.

Por fim mando uma carta do Glauco Mingau, punk das antigas e de responsa daqui de GoiâniaTown que está na sétima edição de seu zine e pede ajuda para quem tiver material. Se é seu caso, ajuda, porque zines não podem sumir e esse sujeito merece todo apoio possível. O cara é dos bons que ainda existem.

Eu ia colocar aqui na coluna, mas não ia ficar legível, então vai até o blog Inimigo – http://ogritodoinimigo.blogspot.com – e confere o Poema Punk do Latuff. Troço lindo!

Há braços!
Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei

Caos Mental Geral e Punks de SP

Por Deise Santos

Todo dia quando acordo, ligo o som e faço a seleção do que posso dizer que é a trilha sonora daquele dia, escolho alguns CD’s, ponho no meu já surrado aparelho de som e pronto. Dei ritmo ao meu dia, ao menos o ritmo sonoro.

E não é que essa semana selecionei um CD do Cólera entre outros como Catalépticos (“Little Bits of Insanity”), Metallica (“Kill’ em all”), Ratos de Porão (“Homem inimigo do homem”), Wolfpack (“Allday Hell”). O álbum do Cólera foi o “Caos Mental Geral”. Nada mais apropriado. Não é novidade que as músicas do Cólera têm conteúdos interessantes e que caem como uma luva em diversas situações do nosso cotidiano. Mas “Caos Mental Geral”, lançado em 1998, parece que teve suas letras compostas esse mês.

Dez anos depois de chegar s nossas mãos, esse álbum parece querer sacudir e clarear as idéias de gente que anda por aí, sem entender muito bem o que é ser punk, o que é defender um ideal ou ao menos o que é ser humano.
O álbum abre com cânticos indígenas e “Qual Violência” explode, com suas críticas s pessoas que se deixam hipnotizar pela TV, s armas fabricadas para matar e a violência pela violência. Não parece com algo que estamos presenciando nos últimos dias? Via telejornal, sites de notícias, jornais impressos e rádio, além de discussões em comunidades do orkut e pré-conceitos vindo tona? Enfim. A próxima música vem chegando e é como se falasse do “Caos Mental Geral” vivido nos últimos dias: repressão policial, medo e os atos cometidos inconsequentemente. Desespero!
E os “Viralatas” chegam. Violência pela violência. Necessidade de ganhar pela força e pelo punho em direção a um fraco, indefeso e trabalhador, no lugar disso, os punhos deveriam estar pro alto, protestando, clamando pelo direito voz.

Levantar os punhos é apoiar a contracultura, fazer a “Cultural Revolução”. Mas fazer com bandas, fanzines e protestos, com arte, música e conteúdo. Não sair por aí arrumando brigas, matando pessoas por R$0,40, se apropriando de um nome e um movimento que é musical, sim, mas tem sua veia política e contra-cultural de contestação.

E não é que a próxima música fala de união? “Meu Igual” mostra que no movimento punk não há lugar para diferenças de cor, origem ou qualquer outra, que no pogo estão todos juntos, respeitando-se. “Juntos na Missão Libertar”, libertar-se da prisão midiática, das regras de moda, consumo e preconceitos. O caminho fácil para seguir é calar-se, não questionar e trabalhar para ganhar um salário de fome. Mas as pessoas não precisam seguir isso e podem soltar um “Grito de Ódio”, mostrar sua força, ações positivas só acontecerão se você pensar. Os pensamentos antecedem s ações.

O dia está apenas começando e eu penso “porra! Esse álbum é atualíssimo!” Não que eu nunca tivesse atentado para a força das palavras proferidas entre os acordes desse trio. Mas acho que tem muita gente precisando ouvir e ler essas letras, o que não acontece com muita gente que só baixa o álbum em mp3, enche a cara, poga e não presta atenção nas mensagens. Chega “Porque ela não!?!” Bom, as coisas têm mudado,mas o preconceito ainda rola. Muita mina já participa da cena, faz zine, toca, canta, vai pras gigs, mas muita gente ainda vê as mulheres como troféus, não as deixam se impor, é machismo em pelo século XXI. Enfim, como protestos são sempre repreendidos, o jeito é tocar, então “Dê o fora” quem está a fim de podar o direito liberdade de expressão. Cada vez mais as bandas são meios de expressar os pensamentos de pessoas ligadas contracultura. E por isso que o álbum continua dizendo pra você, acorde para acordar! Acredite em você. Forte e grande é você!

“Hhei” o punk é forte, não precisa ganhar as páginas dos jornais por praticar a violência gratuita e entrar para essa triste estatística da banalização da violência. Faça diferente. O Punk é muito grande! Não esqueçamos que o álbum foi lançado há 10 anos e a Igreja Universal já era forte naquela época, agregando ao seu meio, pessoas fracas, aquelas que escolheram o caminho fácil pra seguir, se anulando. “Fuck IURD”, uma instituição que manipula as pessoas através da dor e da pobreza de espírito e de cultura. A música “Noite do Vagal” é pra lembrar que as noites de São Paulo causam terror e medo. E agora mais ainda, com essa onda de violência gratuita, com a mídia veiculando os acontecimentos exaustão, aumentando o ódio e o preconceito. Mas você deve estar se perguntando: Quem ela pensa que é? E eu devolvo a pergunta “Quem é você?”

Pergunte isso para você mesmo, é um gigante? Gigante no sentido de matar um leão por dia em busca dos seus objetivos e do bem comum? De respeitar o outro e o meio ambiente? Você contribui para que a vida moderna deixe de ser um “Subúrbio Geral”? Para que as pessoas parem de usar a força para matar e o corpo em troca de pão?

Estou arrumando a casa um pouco distraída quando chega aos meus ouvidos os acordes que abrem “Quanto vale a liberdade”. E essa eu dedico a quem está atrás das grades depois de gritar “Aqui é punk!” E quem está nas ruas querendo mostrar através da força que seu ideal é o mais importante, que sua cultura é a que vale. Lembro-me de um menino de 16 anos que perguntou ao Redson uma vez, num show no Caffeine (SP), quanto valia a liberdade para ele? E Redson devolveu a pergunta: “Quanto ela vale pra você?” E complementou: “O que você dentro de si mesmo? Olhe pra dentro, veja seus ideais, aí você vai descobrir quanto vale a sua liberdade.” Está faltando isso, as pessoas olharem para dentro de si mesmas, entender como elas podem contribuir para um mundo melhor e é nessa reflexão que vem “Era”. Perfeito! Autonomia, livre arbítrio. Usar a liberdade para fazer você mesmo, para daí entender o que é ser punk, o que é ser autônomo. Usar a mente e entender você e o outro. Vem meu igual!

E pra fechar esse devaneio pelos 50 minutos e 21 segundos deste álbum, vem o som de “Dia e noite noite e dia” retratando a violência ao redor do mundo, da hipocrisia que circunda a sociedade e da apatia que toma conta das pessoas que não fazem nada, a não ser que ela se sinta atingida por essa violência. As pessoas não pensam no todo. É hora de pensar globalmente e agir localmente. Será que esse grito é em vão?????

Deise Santos, 33, é jornalista, produtora cultural e baixista da banda Repressão Social. Não apóia a violência em nenhuma circunstância e acredita que acima de qualquer movimento ou ideologia, as pessoas que cometeram esses crimes são seres humanos e criminosos, não importa se são punks, pagodeiros ou funkeiros.

Carta Resposta

O Movimento Punk e a vinculação com a Violência

Aos meios de comunicação e sociedade

Nota preliminar: uma primeira versão desta carta, parte das discussões que ocorreram para que chegássemos nesta, que se segue abaixo, foi divulgada em algumas listas virtuais, sem que se houvesse chegado a um consenso.

Assim, ressaltamos ser a presente carta o resultado das discussões e, portanto, opinião coletiva do Movimento Anarco-Punk de São Paulo.

“Desde o início do ano, uma série de casos de violência envolvendo punks tem sido veiculada pela mídia e, neste mês de outubro, dois casos ocorridos em um curto intervalo de tempo tiveram enorme repercussão. Frente a todos estes acontecimentos, nós, do Movimento Anarco-Punk de São Paulo, vimos a necessidade de retratar, relatar e nos posicionar ante aos fatos.
É preciso ressaltar primeiramente que estas ações não têm quaisquer ligações com a cultura, política e filosofia de vida proposta pelo Punk.

As idéias e ações punks sempre estiveram diretamente ligadas mudança radical do sistema social no qual vivemos, através da música, estética, meios alternativos de difusão da informação, e das diversas formas de manifestação cultural e política do Punk através dos tempos. O movimento Punk tem uma origem de luta e resistência contra o sistema, uma quebra de valores sociais e morais; é inegável também a militância e reconhecimento de punks dentro de diversos movimentos sociais, não como supostos “baderneiros”, mas como aliados dentro dos interesses revolucionários. Vide por exemplo a atuação de indivíduos punks junto ao movimento negro, homossexual, de luta por moradia, indígena, entre outros. Logo, não podemos aceitar que estes acontecimentos sejam generalizados e veiculados como verdade absoluta no que concerne ao movimento Punk como um todo.
Nossa história fala por ela mesma. Nossa luta é contra o sistema, e não contra o povo!

Nós, Anarco-Punks, não propagamos e nem compactuamos com a violência ou com o ganguismo. Mas, entretanto, é necessário que lembremos que vivemos atualmente em meio a uma onda de violência urbana crescente, em uma sociedade que promove o consumismo, a competição e a ganância, e que, por outro lado, provoca e legitima uma profunda desigualdade social. Ante a este quadro, em que a violência se torna fator preponderante, casos de agressão, brigas e assassinatos, entre jovens, velhos, homens, mulheres, etc., são cada vez mais freqüentes, indo muito além do que agora se atribui como um fenômeno ligado ao Punk, ou aos casos que chegam aos jornais ou entram nas estatísticas. Pessoas exterminam-se como em uma guerra e nada é feito pelos governantes parasitas e burocratas acomodados, que apelam unicamente s forças policiais como meio de resolução do problema. Será preciso que lembremos de pontos básicos como educação e cultura? Até quando a sociedade irá procurar supostos responsáveis “criminosos” para um fenômeno da qual ela própria é, de fato, responsável? Mais uma vez afirmamos que a luta punk é a favor do povo e contra o Estado, a burguesia e os defensores deste e outros regimes totalitários: buscamos a liberdade e não a opressão!

Percebemos na forma como tais casos têm sido tratados a deturpação de nossos princípios, que com o apoio e ampla divulgação dos tendenciosos meios de comunicação de massa, vêm minando os focos de luta e resistência popular Punk.

Há tempos, nós, Punks, somos atacados e deturpados pela mídia corporativa, e desde o início da década de 80 sentimos e resistimos a este problema.

O que no início gerou uma grande queda no movimento, atualmente é utilizado como mera manchete, da forma mais barata e tendenciosa possível. A cooptação do punk pelo sistema tornou fatos terríveis como estes notícias de extremo valor para o grande circulo midiático corporativo, colocando pessoas como meras personagens secundárias. Assim, o importante é o sangue e a violência, e não o que gerou estes atos. No entanto, quando explanamos isso, não falamos de algo superficial, tal como esta mídia tem abordado estes casos. Falamos de algo muito mais profundo, como em que condições diárias estão colocados trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, senhores e senhoras; que fatos do cotidiano levaram a estes atos? Em quais condições sociais sobrevivem? Pois nada acontece de uma hora para outra…
A partir desta vinculação midiática do Punk com a violência, é perceptível também a tentativa de criminalização do Movimento Punk como um todo, como se fosse possível atribuir este tipo de violência como característica de todo um grupo.

Termos como “grupo raivoso”, “ataques de punks”, ou comparações de semelhança entre o Punk com grupos fascistas como os skinheads tem pautado um discurso que, para além de deturpar nossos princípios e ideais, passam a justificar a repressão a todos/as os/as Punks. Assim, em poucos dias já se veicula a informação de que o Movimento Punk e inclusive nós, Anarco-Punks, seremos alvo de investigação policial, sem que se questione a arbitrariedade destas medidas.

E assim se criminaliza, sob um discurso arbitrário, todas as manifestações culturais e políticas de caráter pacífico que o Movimento Punk produz e produzirá daqui pra frente. Não podemos compactuar com isto! As manifestações populares não podem ser enquadradas como criminosas sem que ao menos questionemos!

Não defendemos e nunca apoiaremos estes atos de violência, mas o que questionamos é a forma mentirosa como eles são divulgados, colocando vítimas como mártires e agressores como carrascos, tudo para finalizar uma “boa notícia” que mais parece uma peça de teatro. Mas com isso nós perguntamos: quantas vidas são necessárias para uma “boa notícia”? Fazemos também a mesma pergunta que foi feita pelo cineasta Michael Moore ao dono da corporação transnacional Nike, Phil Knight, “quantos milhões são necessários para satisfazer seu ego”?

Nos parece estranho ainda, quando se coloca no papel de vítima um indivíduo que, colocado como “estudante espancado”, é, na realidade, parte de um grupo neonazista que tem como prática principal, no exercício de sua intolerância, este mesmo tipo de ação violenta, direcionada a homossexuais, imigrantes e outros, como foi veiculado pela imprensa o caso ocorrido em fins de outubro nas imediações do batalhão de policia militar (rota).

Os fatos que tem ocorrido, com ou sem motivos plausíveis, não se justificam. Vidas não podem ter valores, não se agrega preços ou importância, são vidas!

Logo, tendo em vista todos os esforços que nós, Anarco-Punks, temos empenhado dentro de nossa luta por reconhecimento da vida e dos direitos dos seres vivos, não podemos ser coniventes com atitudes que apenas deturpam nossa militância e nossos ideais.

Estes não são atos punks, mas de pessoas que não tem a mínima percepção e/ou relação com o que é de fato a cultura punk, ao tomar atitudes totalmente opostas quilo que buscamos, que é o respeito s diferenças, a tolerância, e um mundo igualitário entre os diferentes. Também não apoiamos quaisquer atos de intolerância, sejam eles de homofobia, racismo, machismo, sexismo, etc.

Enquanto pessoas morrem nas ruas das periferias e o sangue escorre para o asfalto desta grande metrópole que é São Paulo, nós, punks, resistiremos a toda a deturpação e ataque deste sistema nossa cultura de luta e resistência popular.

Fatos como estes são, para nós, de extremo repúdio, fruto de pessoas mal informadas e vitimadas pelo parasitismo social que este sistema impõe aos indivíduos. Estamos sentidos pelas reais vítimas destes atos, pessoas pobres que assim como nós, lutam para sobreviver dentro deste sistema opressor. E ante aos fatos, o próprio Movimento Punk torna-se vítima também. Continuamos na luta por mudanças e pela revolução social e contra toda e qualquer forma de fascismo e intolerância, sejam estes institucionais ou individuais.

Sem mais,

Movimento Anarco-Punk de São Paulo (MAP-SP)

map.sp@anarcopunk.org
Cx Postal 1677 CEP 01060-970 SP/SP”

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2 Comments

  1. Para Eduardo Mesquita e galera do DoSol.
    Valeu por publicarem o meu texto! foi feito pra isso mesmo. pra girar e mostrar que a cultura underground é mais forte do que qualquer mídia tendenciosa.
    Estamos juntos sempre!
    O que precisarem das bandas de cá do Sudeste, é só gritar, ok?
    um grande abraço.
    O punk é muito forte. Forte e grande somos nós!

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