Por Hugo Morais
O velho ditado não mente: de boas intenções o inferno está cheio. Então quando se trata do mercado independente-dependente não adianta boa intenção. Ou se tem as costas largas, conseguida através de muita malhação criando um círculo de amigos produtores, ou o produto tem que ser muito bom para chamar a atenção de todo mundo. Como isso não acontece facilmente fora do círculo Faustão-Gugu-jabá, prepare-se para uma malhação severa.
Dá gosto pegar um disco bem feito como os EPs da Planant e Venice Under Water. Diante de tantos discos lançados apenas em 2010 (eu computo na minha lista 63 entre nacionais e internacionais, até agora, maio de 2010) é de se esperar que o EP, álbum, single, seja no mínimo bem feito, bem produzido. Se a música é boa ou ruim, o tempo irá se encarregar disso. Se você já ouviu os discos das bandas citadas, deixe de lado o gosto pessoal, assim como eu que não gosto de ambas, e veja o lado da produção dos discos. Partindo deste princípio, as bandas tem tudo para conseguir uma audição em sites especializados, curadorias de festivais, conseguir quem sabe um edital para circular ou produzir um álbum.