Por Foca
Me peguei assistindo uma dessas lives pandêmicas e cai na monstruosidade habilidosa do Sérgio Groove tocando. O susto serve pra vários instrumentos, mas no baixo é um assombro. Já vi e ouvi shows em vários cantos do mundo, consegui sacar ao vivo gente habilidosa, pop, carismática tipo o Thundercat, só pra dar um exemplo de um artista parecido e posso afirmar sem medo: não vi ninguém melhor no baixo que Sérgio Groove por onde passei. Ele tá no topo.
Isso me instigou e me deixou pensativo. Sérgio Groove, potiguar na vida, mundial no baixo. Por que não fazer um disco fora da caixa do álbum instrumental para músicos? Fora do regionalismo em que ele passeia muito bem. Inspirado no Brasil mas de olho na África, no groove bamba americano, linkado ao que tem sido feito no new jazz pop incensado nos festivais mundo afora?
Outra questão bateu forte junto com a minha instiga com Sérgio Groove. Por que pessoas um pouco mais velhas que o convencional, estão fadadas a não serem uma novidade? Um jovelho está proibido de ser um artista novo? Em que momento passou-se essa régua. Ela me parece muito mais mental do que se possa imaginar. Artista nasce pra ter 20 anos pra sempre no inconsciente popular.
Tudo isso me fez tomar coragem e convidar Sérgio Groove para um projeto especial, um experimento sonoro que chamamos de Rux. Ao mesmo tempo em que começamos a conversar já veio em mente chamar outro jovelho genial no seu instrumento, o baterista Silvio Franco. Todo mundo pilotado pela curiosidade sonora de Yves Fernandes que ficou a frente das gravações. Nós quatro ouvimos, gravamos, conversamos e registramos temas sonoros aleatórios, cantando coisas numa língua inexistente.
Nem sei dizer o tamanho da honra em dirigir um trabalho com esse resultado. Não dá pra dizer que esse som será ouvido, se será local ou mundial, mas aqui no meu mundo afirmo de novo: esses caras estão no topo.
Rux, apenas ouça.
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