Se estiver com preguiça de ler, já vou alertando: é textão com relato sobre o Rio2C, FUNARTE, Oi Futuro, Exposição de Festivais, Mestre Ambrósio, Circo Voador, Jonathan Ferr, Morro da Urca e sobre as muitas conversas e azeitamento de relações presenciais. O Rio de Janeiro continua lindo.
O convite partiu do Rio2C para fazer parte da Comissão de Música, onde vários festivais do Brasil são convidados para estarem no evento e assistirem shows case de artistas selecionados por eles. O Rio2C é “o maior Encontro de Criatividade e Inovação da América Latina”, um evento que traz um monte de gente importante do audiovisual, tecnologia, comunicação, moda, influencers, youtubers, globais, celebridades nerds, ativações e, claro, música. Tudo tem música, né? O Rio2C é imenso.
Foram dois dias de shows case com oito artistas. Fabiane Costa e Zé Ricardo que também estão à frente dos palcos Sunset e Favela do Rock in Rio, são os nossos anfitriões sempre muito gentis e atenciosos com todo mundo que chega. Algo importante a ser ressaltado é a estrutura excelente de som e luz que eles disponibilizam para os artistas se apresentarem que, aliada à equipe técnica que cuida dos mesmos palcos no Rock in Rio, gera um resultado primoroso. Não tinha como ser diferente.
Eu sou muito entusiasta de todo tipo de ação que promove o diálogo entre frentes diferentes de um mesmo setor. Acho fundamental pra gerar novas oportunidades, manter os nossos projetos criativos e faróis de uma cena. Conheci pelo menos três artistas que quero fazer dentro das nossas ações no DoSol. Vamos ver…
A semana foi surpreendentemente produtiva. A ABRAFIN – Associação Brasileira dos Festivais Independentes, da qual estou presidenta, solicitou uma reunião com a FUNARTE, aproveitando que estávamos vários filiados no Rio. A ideia era um encontro pra gente se conhecer pessoalmente e conversar sem pautas muito definidas. A comissão da ABRAFIN foi super bem recebida pela Presidenta Maria Marighella, por Eulícia Esteves, Diretora de Música e por Leonardo Lessa, Diretor Executivo da FUNARTE.
Eu penso que a comunidade artística precisa estreitar cada vez mais o relacionamento com os nossos gestores. Para isso é importante estar em bloco, entidade civil organizada em associações e coletivos que representem setores do nosso mercado cultural. Os gestores são os nossos representantes, pessoas que estão nesses lugares para nos fortalecer. E precisamos aproveitar esse momento importante porque quem está nesses lugares são pessoas nossas, artistas e fazedores culturais.
Na reunião, nos foi relatado os planos futuros da gestão, Marighella quer organizar a FUNARTE, e toda uma burocracia envolvida, antes de disparar as ações (capricorniana, claro). Nós também falamos um pouco das nossas pautas e preocupações, conversamos sobre a Lei Rouanet, sustentabilidade dos projetos de fomento, focados na localidade e diversidade, sobre circulação dos artistas e fortalecimento das casas de show, falamos muito sobre conexão. Foram duas horas de papo franco e saímos de lá com um sentimento de esperança e coletividade. Excelente reunião.
A semana continuou com mais pautas legais no Rio. Também estive na abertura da exposição “Futuração: Festivais Navegando Todos os Sentidos” no Futuros – Arte e Tecnologia, nova marca do Centro Cultural Oi Futuro, que tem como diretor artístico o Chico Dub. Eram oito festivais residentes, mas tinha material de muitos outros, Festival DoSol incluso com vários cartazes, livros, copos, etc. A exposição está aberta ao público até dia 30 de abril e se você estiver no Rio, indico demais uma passadinha por lá. A inauguração também contou com um seminário com várias mesas e uma delas eu participei com Maria Marighella, Luciana Adão e Sandro Rosa – que são os gestores de projetos da Oi Futuro. Importante pra mim estar nessa mesa com duas mulheres tão incríveis, que falam com maestria e que eu admiro fortemente. Agradeço demais o convite.
“Ana, você não turistou nem um pouquinho?” Turistei como uma boa fã de música, né? Fui para dois shows que queria muito ver: Mestre Ambrósio no Circo Voador e Jonathan Ferr no Morro da Urca, uma junção de lugares maravilhosos e impactantes com shows excelentes. Um rock rico chiquérrimo e um babilônia gente como a gente. Me diverti horrores com muitos amigos de vários lugares do Brasil, inclusive de Natal.
O Rio é caótico, perfeito, imperfeito, continua sendo e eu volto já.