Estou acompanhando os dois primeiros dias da MIMO – Mostra Internacional de Música em Olinda. Quero fazer alguns comentários sobre esse belíssimo evento que este ano chega na sua 5ª edição.
O LOCAL
Se você é que nem eu que só conhece Olinda durante o Carnaval não sabe o que está perdendo quando suas ruas estão tranquilas e desabitadas. São sacadas belas, ruas instigantes, locais magníficos e um visual de deixar qualquer um de queixo caído. As igrejas, mesmo para quem não é devoto de qualquer religião, são um espetáculo a parte e exatamente por isso a MIMO se torna um evento único e especial. Os palcos dos shows é dentro das igrejas, aproveitando sua acústica e o cenário naturalmente deslumbrante dos lugares.
A ESTRUTURA
Fico imaginando ao observar cada detalhe, o trabalho que deve dá montar um evento como a MIMO no Brasil. Deve ser muito jogo de cintura da produção negociar a cessão dos espaços das igrejas, respeitar as suas condições físicas (em algumas nem luzes mais fortes podem ser utilizadas para não agredir as obras de arte internas) e levar público para dentro dos espaços.
Ontem em absolutamente toda a programação não cabia mais ninguém dentro das igrejas, todas abarrotadas, com cadeiras extras, gente em pé e tudo mais. E olhe que choveu a noite toda em Olinda e de uma igreja para outra tive que ir de taxi para chegar a tempo de assistir os concertos e apresentações.
um outro detalhe da MIMO é que a programação é toda gratuita, então se torna necessário chegar cedo, pegar ingresso e agendar bem o que vai assistir. Toda essa entrega de senhas acontece bem na entrada da parte alta da cidade numa biblioteca (linda por sinal). As ruas também estão iluminadas com a sacada das igrejas remodelas por luzes. Telões extras são colocados para o público que não consegue entrar nos locais de show acompanharem o que se passa dentro de cada igreja.
Você tem idéia do que é amplificar uma orquestra? É muito trabalhoso! E amplifica-la dentro de uma igreja onde não se pode fazer cabeamentos “de qualquer jeito” tendo que respeitar volume, intensidade de graves, mesmo assim, fazer o povo ouvir as apresentações? Fácil né? Na igreja mais impressionante e menor tinha um piano de calda “mega” bem no centro do local. Botar ele ali sem danificar nada, não deve ter sido fácil!!!
AS ATRAÇÕES
Vou falar o que vi ontem, o que já deu a dimensão do que vai acontecer aqui até domingo. Comecei vendo o argentino radicado em Salvador Ramiro Mussoto. O som era música contemporânea total, até meio dançante, tocada em cima de programações e baseado em vários berimbaus com afinações diferentes e grooves de tambores, muito bommmmmm! Quase vi pessoas dançando dentro da igreja!
Vi Também um duo de sax e piano chamado Peranzzetta-Senise. A dupla brasileira parece ser (desculpe meu desconhecimento) uma espécie de pop stars do jazz nacional, tamanha era a euforia do público com a apresentação. Tudo lindo, som perfeito , cenário deslumbrante, não tem como não gostar. Até a chuva deu charme especial para apresentação. Quase me senti no período Renascentista ou algo assim.
Para terminar consegui ver uma peça do sueco violinista Jam Stigmer. Mais incrível ainda! Detalhe é que ele tem um stradovarius (é assim que se escreve?) de quase 300 anos, um dos viloninos mais raros do mundo. Foi lindo! A cena hilária é que o sueco não larga o violino nem para comer, como pude perceber numa pequena vernissage que rolou logo após a última apresentação da noite de ontem. Ele não sabe e nem percebeu, mas numa das passagens perto da minha mesa levei uma ‘leiroada” do tal violino – que estava dentro de um case.
Meu primeiro contato com um stradovarius foi excelente! Parabens a todo mundo que faz o MIMO e vida longa ao evento!
fiquei sabendo ontem tbm que só tem 600 violinos desses no mundo e deve custar caro né? tá explicado porque maluco nuam largou o bicho nem para fazer xixi…
jacaré que vacila vira bolsa de madame e o sueco já deve ter aprendido essa máxima por aqui.
Pode crer… fuderoso!!! Bem fraquin…