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MATÉRIA COM O FORA DO EIXO NO DIÁRIO DE NATAL

Fora do eixo, mas dentro da lógica

Movimento que surgiu tímido em 1995 ganha força e chega a Natal para diálogo com produtores
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br

A palavra “teia” é hoje mais usada para classificar uma articulação organizada sob um mesmo objetivo do que o conjunto de fios de seda produzido pela aranha. Aliás, “rede” também mudou de conotação. E todas elas justificam os tempos dominados pelo universo virtual proporcionado pela internet. Um movimento mutante cresceu sob a genética dessa contemporaneidade. O Circuito Fora do Eixo captou as mudanças e problemas originados pelo novo mundo e criou soluções. São hoje os emergentes do cenário cultural, enquanto a indústria fonográfica afunda no conservadorismo de práticas de uma década atrás, já consideradas ancestrais.


Pablo Capilé, Talles Lopes e Felipe Altenfezder, gestores nacionais da iniciativa, contam com o apoio local do produtor Anderson Foca Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press

Essa rapaziada formada substancialmente por produtores culturais com presença em 60 cidades e 27 estados da Federação está em Natal. O motivo é rotineiro. Se a internet encurta espaços ou até os elimina muitas vezes, a comunicação na rede virtual é insuficiente para certas comprovações. Essa galera está hospedada na casa do produtor e músico Anderson Foca para o reconhecimento presencial do cenário local. “O que constatamos em cada cidade é a dificuldade em se viver da cultura para quem trabalha individualmente. Hoje até para ser egoísta precisa pensar de forma coletiva”, argumentou um dos gestores nacionais da rede, Pablo Capilé.

O embrião do Fora do Eixo surgiu em meados da década de 90, quando a internet se torna mais acessível ao público. O cenário musical já vislumbrava novos cenários enquanto músicas viajavam em downloads gratuitos. Era o futuro do consumo, da relação de mercado. Então, qual seria o papel da indústria fonográfica? O que substituiria o trabalho de produção, gravação e divulgação da música? Essas questões formaram a base para produtores culturais e universitários de Cuiabá pensarem alternativas. Na capital matogrossense, as bandas covers dominavam a produção musical. E bares e shoppings eram os locais para escoar o talento dos músicos.

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