por Diário de Natal
Makely Ka conceitual
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
Considerado um dos mais irrequietos criadores da cena mineira e um dos mais gravados de sua geração, o compositor Makely Ka lança seu segundo trabalho solo em turnê por quatro capitais nordestinas. Depois de marcar presença em Natal com palestras e discussões em torno das políticas públicas direcionadas ao setor musical, ele traz o show amanhã ao palco da Casa da Ribeira, acompanhado pelos potiguares Esso Alencar e Paulo Sarkis. O projeto disponibiliza gratuitamente as músicas para plataformas móveis através de aplicativo no iTunes. E a novidade não para por aí. Makely é um dos criativos compositores de sua geração, contando já com mais de setenta canções registradas em CD por diversos intérpretes.
Cantor está em turnê para apresentar o segundo trabalho solo, Cavalo motor. Foto: Michelle Soares/Divulgação |
Ele propõe com o novo trabalho a elaboração de suas referências a partir da ideia-conceito de uma máquina rítmico-poética que seja capaz de encadear timbres eletro-acústicos com a pulsação cardiovascular e os sinais elétricos do sistema nervoso. O artista elabora suas influências mesclando elementos da tradição popular e oral do Nordeste com elementos da escola harmônica mineira. Nascido no Piauí e criado no interior de Minas Gerais, o artista trabalha a simbiose entre as diferentes culturas, condensadas na imagem poético-geográfica de um sertão-cerrado.
“É uma proposta de fusão entre o orgânico e o sintético; entre máquina e animal, como diz o título do show, Cavalo Motor. É o uso das referências nordestinas da música – um referencial pessoal, fraterno – e a harmonia da escola mineira. A gravação é acústica, com elementos de programação eletrônica. São os ritmos orgânicos relacionados às batidas do coração e as batidas elétricas assemelhados aos sinais do sistema nervoso”, explicaKa. Sobre os potiguares no palco, o músico comenta: “São parceiros do Fórum Nacional de Música. Somos militantes dos colegiados setoriais. E fiquei surpreso com a organização da Rede Potiguar de Música, já dentro do movimento nacional. Falta aí é envolvimento do poder público”.