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HUGO MORIAS (RN): CONHEÇA OS HAXIXINS (SP)

Tinha escrito aqui hoje mesmo que não colocaria nada referente a música, estava e estou com preguiça, mas eis que achei uma entrevista com o baterista da banda Os Haxixins, Sir Uly. A banda faz um som retrô com muito teclado e efeito Fuzz nas guitarras. Acho bem interessante o som. Eles lançaram disco por um selo em Portugal em vinil. Também andam fazendo shows por lá e na Espanha e Itália. A banda é de São Paulo de onde saiu também FuzzFaces. Outra banda boa. Segue a entrevista e o disco para baixar.

Entrevista Os Haxixins

Quando surgiu o interesse pelo garage e psicodelismo?

Putz cara, isso veio de forma indireta, desde a infância quando os pais escutavam discos da Jovem Guarda, Beatles, Rolling Stones. A partir disso sempre desconfiamos que poderia existir algo mais sujo e obscuro nesse mundo 60’s, foi aí que descobrimos o garage punk, o psicodelismo.

Como a banda se formou?

Já nos conhecíamos por morar um perto do outro e os gostos musicais em comum pelo garage fez com que nos aproximássemos. No começo era só uma zueira de amigos com muitas músicas experimentais até que tomamos gosto de verdade pela coisa e estamos aí até hoje desde meados de 2003.

As letras remetem a viagens alucinógenas. Até onde vai o culto ao haxixe que batiza a banda?

Não há uma espécie de culto ao Haxixe, com ou sem ele fazemos músicas da mesma forma, e esse nome Os Haxixins saiu de um livro de Theophile Gautier. As reuniões que eles faziam no Hotel Pimodan eram muito parecidas com as nossas, daí a identificação com o livro.

Como é o circuito de bares para tocar em São Paulo? Existem muitos lugares?

Cara, pelo tamanho de São Paulo e por ser uma metrópole deveria de ter mais, já tocamos em todos os bares deste circuito mais alternativo, não existe um público muito fiel a esse tipo de som, o que rola mesmo são os amigos que gostam mesmo do som e sempre estão presentes nos shows. Os demais acabam só por se impressionar por sermos uma banda com a pegada bem diferente.

Como é essa história de tocar com instrumentos antigos?

Pois bem, quem já tocou em um valvulado sabe a diferença, a sonoridade dos instrumentos “fritam” bem mais, deixando o som mais primata.

Vocês lançaram disco por um selo português. Como surgiu o interesse pela banda?

Depois de ter quase desistido de gravar, gravamos no Bar Berlin com a produção de Jonas Morbach e lançamos no myspace. O selo Groovie Records ouviu e nos convidou para lançar um disco de vinil 12″. rsrs. Aceitamos na hora.

Vocês gostam de instrumentos antigos e até a vestimenta de vocês remete ao passado. Como é o uso da internet pela banda?

É, mesmo vivendo musicalmente e se vestindo como pessoas de décadas passadas, a internet é de extrema importância para banda, através dela que fechamos a maioria das coisas.

O garage e psicodelismo foi e é muito forte mundo afora, mas no Brasil não. Porque isso acontece?

Talvez seja pela cultura brasileira, que tem o samba, bossa nova, mpb em geral muito forte.

Como é o convívio entre as bandas do mesmo estilo? Há uma união? Qual a força da zona leste de SP dentro da cena Garage?

Toda, de lá vieram bandas como FUZZFACES, MIGALHAS, TRANSISTORS, SKYWALKERS, LABORATÓRIO SP e outras. Pena que hoje em dia essas bandas acabaram, mas sempre acaba que os integrantes dessas bandas formam outra. Hoje em dia quem faz um som autêntico de garage que eu conheça só sobrou Os Haxixins, mas num passado remoto a galera aqui da Zona “Lost” estava mandando brasa. Era muito bom de ver o show dos caras e todos moramos perto e temos um bom convívio.

Não lembro de ver bandas no mesmo estilo de vocês em festivais, vocês já mandaram material para tocar nos festivais independentes país afora?

Sim, estamos finalizando uma tour pela Europa pro mês de abril. Tá difícil, mas estamos quase lá.

Qual o papel da música, do rock, na banda? Vocês vivem disso? É um hobby?

Como disse antes, no começo realmente tocávamos só pela diversão, agora nos divertimos e estamos tentando viver da banda, por enquanto só estamos investindo (gastando).

É comum as bandas reclamarem da qualidade técnica dos locais onde ocorrem shows que geralmente não são próprios para rock. Com vocês deve acontecer a mesma coisa já que tocam com instrumentos antigos e a sonoridade as vezes fica prejudicada. Sem falar nas projeções que vocês usam. Como funciona o show de vocês?

Quando há um bom cachê oferecido pela casa, pagamos uma Van e levamos nossos valvulados. As projeções dependendo da casa até rola. Mas quando o cachê é baixo, a gente acaba por dar um jeito tocando com os amplificadores da casa mesmo, no fim acaba ficando bom, mas com certeza as casas deveriam se equipar melhor, ainda mais quando se trata da bateria, geralmente são uns lixos.

Interessou? Quer baixar o disco? Clique na capa lá no topo. E se for para contratar os caras é só ligar: (11) 94212934 (Daniel)

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3 Comments

  1. Saudações Hugo Morais!!!

    O objetivo de envio do e-mail é parabeniza-lo pela publicação da reportagem com Sir Uly (Os Haxixins), considerei a mesma como simplesmente sensacional!!!Essa banda possui um grande potencial e, infelizmente é desconhecida no cenário musical nacional, mas esse grupo é detentor de uma personalidade interessante com a sua postura sessentista!!!As músicas denunciam a insanidade de seus compositores e reprodutores!!!Um garage rock psicódelico totalmente provocativo e musicalmente insurrecedor!!!
    Apenas uma pequena observação, não identifiquei o link para download do album na página publicada por você, orienta os leitores a clicar na capa, localizada no topo, mas como escrevi, não a identifiquei…

    Um grande e sincero abraço!!!

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