Olhando para trás não lembro de ter visto uma programação tão boa quanto a deste ano do AbrilProRock. Das 23 bandas que tocarão nos dias 11 e 12 de abril quero ver 21. Este ano como já é sabido, o lugar mudou. Do Centro de Convenções para o Chevrolet Hall, ao lado do antigo local. A programação abrange boa parte do Brasil, reúne nomes bem representativos em várias vertentes do rock e, que bom, não veremos nenhuma banda Emo ou algo parecido, mas como nem tudo é perfeito, a cerva será Nova Schin (arghhhhh). Abaixo vem um tira-teima do que vai rolar nos dias 11 e 12. Me desculpem os que gostam de Metal, mas eu não gosto e não vou escrever sobre as duas alemãs que tocam dia 27/04. Clicando nos links é possível obter mais informações e alguns discos para baixar.
Do Rio de Janeiro temos dois representantes: Lobão e Autoramas. Andaram juntos na independência, mas o velho lobo decidiu mudar de lado e lançou disco novo pela Sony, bem como relançou toda sua obra. Cláusula de contrato. Lobão passou de líder do movimento anti-pirataria, com a criação da revista OutraCoisa inclusive, para apresentador da MTV e embaixador do “PEIDEI, mas não fui eu”. Movimento criado pelo fotógrafo Zé Maria Palmieri. Lobão tocou no Vímana, banda que trazia Ritchie e Lulu Santos e também tocou na Blitz de Evandro Mesquita e Fernanda Abreu. Que Deus a tenha. Já o Autoramas completou 10 anos de atividade com o lançamento do quarto álbum “Teletransporte”. Passaram pelo Japão, Europa e América do Sul, além de todo Brasil, com uma turnê que nunca acaba. Gabriel Thomaz, guitarra e vocal, é também dono do selo Gravadora Discos. A banda é uma das mais ativas e elogiadas do cenário independente brasileiro e está com baixista nova, Flávia Couri.
De São Paulo também temos dois representantes, bem distintos. Enquanto Céu encanta a MPB com disco próprio e participação em vários outros, como o de Siba e Fuloresta, a banda Zumbis do Espaço vem com seu rock horror influenciado por rockabilly, punk, metal e outras vertentes, bem como letras que falam de assassinatos, mortos, zumbis e tudo que envolve o mundo dos filmes de terror. Céu é aclamada entre as novas musas da MPB brasileira e emplacou o disco homônimo na Billboard. O sucesso é fruto de uma voz envolvente misturada a uma MPB que anda de mãos dadas com música eletrônica, jazz e outras influências. Um toque de sensibilidade e de muito bom gosto ao festival.
De Sergipe uma representante, Rockassetes. O som calcado em referências dos anos 60, pop e indie rock também não deixou saudades na apresentação do MADA 2007. Um show bom, mas nada mais que isso. Não empolgou. Agora pode ser diferente? Não creio. Disco lançado pela Piraquara Records.
Mukeka di Rato vem do Espírito Santo para quebrar tudo com um hardcore rápido e nervoso. A banda com 13 anos de estrada lançou recentemente “Carne” pela Deckdisc. O oitavo disco. No vocal Sandro, primeiro vocalista da banda que passou um tempo afastado. Promessa de imensas rodas de pogo. Letras politizadas com irreverência.
Do Rio Grande do Norte, que colocou bandas nos últimos dois anos (Bugs e Bonnies), vem The Sinks e Barbiekill. Bandas bem diferentes em todos os aspectos. Enquanto o Sinks conta com a experiência de Foca (combo DoSol, Allface, Ravengar, Jam 97, Officina), Marcelo Costa (General Junkie) e Dante (753,3 bandas ao mesmo tempo), shows em vários estados, três EPs (Hardlife Blues, Ignored e Sunshine) e um rock direto e sem frescura com muito riff e refrão, o Barbiekill (foto) vem com cinco novatos formando a primeira banda de Electrorock de Natal. Funk com guitarras indie, abertura de shows do Montage, EP (Ai meu Edy!) com quatro músicas que vem sendo elogiado e apresentação divertida ajudaram a banda a abrir caminho e chegar a esse teste de fogo.
Para encerrar, Pernambuco. Cinco bandas. Estilos variados. Destaque para a veterana Vamoz! (foto) que tem na formação duas guitarras e uma bateria. A presença de palco do trio é aula para muita gente. O som pode ser chamado de Guitar Rock? Pode, mas não é só isso, as influências são muitas. Vão de Neil Young a Dinosaur Jr. Estão juntos desde dezembro de 2002 e lançaram seu primeiro álbum “To the Gig on the Road” em agosto de 2003. Os riffs prometem um show matador. A banda Erro de Transmissão tem 3 anos e um EP lançado em 2006 “Relativirtudes”. Três meninas e dois meninos que são influenciados por gente distinta como Queens of The Stone Age e Radiohead. O Sweet Fanny Adams faz um rock simples e dançante, marca caracterísitca de muitas bandas novas. Com apenas um mês de banda, resolvera se inscrever no festival de rock independente Microfonia e chegou à final. A banda também está escalada para tocar no Warm Up do Festival DoSol no fim de março na Casa da Ribeira em Natal. Victor Araújo é um garoto de 18 anos que toca piano. Isso mesmo, piano. Ele e Céu são os que destoam do resto da escalação. Tomara que sejam boas apresentações. Victor ganhou prêmios em recife e em São Paulo. Também se apresentou em vários programas, dentre eles o do Jô. Uma das grandes sacadas dele é fazer versões para clássicos do rock no piano. Já a banda Project 666 é a única na vertente metal dos dois primeiros dias de festival. A banda começou em 1996 e tem como proposta fazer músicas através de colagens musicais de várias vertentes do metal de forma a criar um som pesado e agressivo. É no mínimo curioso, eu que não gosto de quase nada de metal quero ver. “Demolition”, EP da banda lançado em janeiro de 2007 mostra essa forma de fazer música deles. As três faixas do disco se completam formando a primeira parte do tema que dá nome ao disco. Interessou?
Ainda restam duas vagas para fechar o festival. Elas virão de uma votação pela internet no site Link Musical. Uma vaga é para bandas de Pernambuco e a outra para bandas dos demais estados nordestinos.
As gringas
The Datsuns
Passando por The Who, Led Zeppelin, AC/DC e afins, o quarteto da Nova Zelândia The Datsuns vem para fazer um show carregado de guitarras, no melhor estilo hard rock. O som retrô remete aos anos 70? E daí? Desde que seja bem feito…E é. Fácil sacar pelos vídeos e discos lançados. Essa é uma banda não muito falada por aqui, mas de qualidade inquestionável. Eles começaram em 1996 e lançaram o primeiro disco, homônimo em 2002. Show para se ver com atenção. Deve ser um dos melhores.
Antes do movimento Punk os New York Dolls já estavam na ativa, e com um visual andrógino. A formação inicial contava David Johansen (vocais), Johnny Thunders (guitarra), Sylvain Sylvain (guitarra), Arthur Kane (baixo) e Billy Murcia (bateria), que morreu afogado numa banheira antes mesmo de gravar o primeiro disco. Cuidado crianças, bebida e banheira não combina. Os dois primeiros discos “The New York Dolls” e “For Too Much Too Soon” de 1973 e 1974, respectivamente, não foram bem aceitos. Começavam os desentendimentos entre Thunders e Johansen. Em excursão pela Inglaterra foram visto por mister McLaren que resolveu adotá-los e vesti-los. Mas já era tarde. Thunders saiu para montar os Heartbreakers e Malcolm McLarem voltou à Inglaterra para montar os Sex Pistols. A banda voltou a ativa em 2004 e a formação atual conta com dois integrantes originais: David Johansen e Sylvain Sylvain. Em 2006, o grupo lançou o álbum “One Day It Will Please Us to Remember Even This”, o primeiro em mais de 30 anos.
Bad Brains
Quem olha os cidadãos do Bad Brains vê uma banda de reggae, na aparência claro. Os dreadlocks e o rastafári como crença casam bem direitinho, mas a banda ataca mesmo no hardcore. Como uma das bandas clássicas do estilo, principalmente em sua terra natal Washington D.C. A banda é derivada da Mind Power pelo guitarrista de jazz fusion Dr. Know(vulgo Gary Miller) em 1977. Junto a ele havia o vocalista Sid McCray, o baixista Darryl Jennifer e o baterista Earl Hudson. O som era basicamente Funk e Jazz Fusion. Em 1978 o punk rock aparece para a banda, que já andava escutando Black Sabbath e isso mudou toda a percepção. Por influência do vocalista mudou o seu nome para Bad Brains, nome de uma música do Ramones. Suas perfomances na época eram lendárias e suas gravações ja eram difíceis de achar. O primeiro single “Pay To Cum”, foi prensado em poucas cópias e em 1982 o álbum de estréia foi lançado apenas em formato de fita cassete, intitulada “ROIR”. Em seguimento ao lançamento da fita, o grupo lançou outros EP’s. Em 1982 foram contratados pela gravadora PVC lançando logo em seguida o clássico album “Rock For Light”, que foi produzido por Ric Ocasek (ex-integrante do grupo new-wave The Cars). Entre discos clássicos como “I against I” e fracassos a banda mudou integrantes e introduziu no som da banda um rock mais pesado, influenciado pelo metal. Fãs e crítica não gostaram, mas a banda continuou trilhando o mesmo caminho de misturar estilos e no fim de 2006, a banda voltou com a formação original para os últimos shows na casa CBGB. Com o sucesso da apresentação, a banda voltou de vez e lançou o álbum de inéditas, “Build A Nation”, produzido por Adam Yauch, integrante do Beastie Boys. A banda agora é contratada da gravadora Megaforce Records, famosa por suas bandas de metalcore.
HUm..legal…
não é por nada não, mais estou com medo das bandas internacional…
ehehheh!
e eu das internacionaIS!
😀
ZUMBIS!
como faz para participar do evento?