Natal, Notícias

HUGO MORAIS – MAIS UM SUCÍDIO?

Quem visitar o site DoSol esses dias encontrará lá um editorial que diz que o bar poderá fechar as portas em novembro após mais uma edição do Festival DoSol. O que está por trás disso? Sinceramente não sei. Foca se questionou, e deixou a questão a quem quiser responder no site, sobre Natal merecer um local como o DoSol. Eu pergunto: Natal merece o quê?

Aqui as pessoas são acostumadas a reclamar. Eu mesmo faço isso. Se tinha Domingo na Praça, reclamavam, se acabou, reclamam. Se tem DoSol reclamam que não agüentam mais ir pra lá, mas se fechar irão reclamar que não tem mais lugar. O DoSol é uma casa de show. Fato. Não é bar. Eu até preferia que fosse as duas coisas, mas não é. E pra fazer isso agora requer bastante investimento, na estrutura principalmente, não dá. Num show até que vale ficar no calor e fumaça, mas vale num bar?

Em recente entrevista ao Disruptores Foca respondeu que pretende transformar o bar num centro cultural. O nome já é e de certa forma ele fomenta a cultura com as apresentações de rock. Mas um centro cultural precisa de mais. E é isso que ele e Ana Morena querem. Para investir do próprio bolso acho que não dá, então irão tentar a verba pública. Se a verba pública financia Aratú no Facho com Cavaleiros do Forró e Ricardo Chaves chamando de movimento cultural, porque não financiar uma ação no bar? É possível. Não sei se as mentes conservadoras que analisam e destinam as verbas aos projetos ainda vêem o rock como algo desagregador, ruim, como uma má influência. Mas que as mentes dos que estão por trás dessas aprovações não são lá muito evoluídas isso é fato. A ordem é: investir no que é da terra. Então planta macaxeira.

Quando falo em suicídio, obviamente refiro-me ao fato de se matar, e não matarem. Foi o que aconteceu com a Velvet Café e Música, a Limbo Livros Selecionados e provavelmente vai acontecer a GHQ. Mortes anunciadas. Suicídios. E sem falar na Solaris e na Mudernage. Ok, a Mudernage não morreu, mudou. Vlamir tem em mente exatamente o tal centro cultural onde todas as formas de expressão de arte tem vez. Abrir um negócio que envolva o cultural aqui em Natal requer estudo. Foi isso que Milena Azevedo fez no SEBRAE. E dentro de seus investimentos delimitou um prazo: julho. Se até lá não der lucro, fecha. E vai fechar. Se não deu em dois anos vai dar em 3 meses? O caso do DoSol é diferente, no próprio texto do site mostra que o bar tem se sustentado. No caso da Limbo não sei, mas no da Velvet foi um alto investimento sem retorno. Apesar da decisão, na minha modesta opinião, ter sido precipitada. Marcelo Morais deveria ter esperado mais porque o capital investido teria retorno a longo prazo. Mas agora já era, ele já tomou a decisão e continua vendendo seus discos virtualmente.

Aí lá vem a velha frase malhada de Cascudo: “Natal não consagra nem desconsagra ninguém”. E pra quê insistir então? Por amor a arte? Para tentar mudar algo? Por masoquismo? Não sei. A verdade é que um dia cansa. E o que cansa principalmente é o fato de se investir, saber que é uma boa opção e o público não enxergar igual. O público tem sempre razão? Pra mim não, isso está ultrapassado.

Talvez Foca e Ana Morena estejam cansandos. Talvez com o cansaço deles apareçam outros dispostos a continuar. Quem sabe? O que eu sei é que muitos que se lamentam não vão ao bar, assim como não iam na Velvet, na Limbo (eu nunca fui) e nem na GHQ, os tem como referência virtual. Já vi vários lugares surgirem e sumirem deixando ou não saudade. Não torço para que o DoSol feche, vi muitos shows excelentes lá, mas não vai ser o fim do mundo se o DoSol fechar.

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5 Comments

  1. hugo

    1) Não estamos cansados, mesmo que o bar venha a fechar vamos continuar fazendo a mesma coisa. Faço show há 15 anos e só a 04 tenho o dosol…

    2) Se o dosol fechar não é o fim do mundo e é exatamente por isso que fechará se não atingirmos nosso novo objetivo. Assim como você, a comunidade musical (público e bandas) potiguar tbm não devem achar o fim do mundo o bar fechar e se assim for nossos objetivos iniciais terão sido cumpridos mas não fazem mais sentido agora.

    3) Mudar é importante. Alguns xiitas idiotas que param no tempo e no espaço e acham que continuam relevantes mesmo sem ser nunca gostam muito de mudanças. Aqui em Natal temos alguns exemplos disso…

    4) Eu quero sempre melhorar, nem que para isso tenha que dar algum passo para trás. Já dei antes e vou continuar dando sempre que seja necessário. Vivo disso e por isso, não comecei hoje nem pretendo sair amanhã…

    5) A Velvet não fechou, mudou. A mudernage não fechou, mudou,. O dosol tem 500 ações diferentes e o dosolrockbar é só uma delas. Estamos atrás de mudar, melhorar, tomara que der certo…

    6) o dosolrockbar, caso feche, vai ter sido junto com os festivais e o movimento generallee/modusvivendi/alfândega uma das coisas mais importanrtes que já foram feitas pelo rock da cidade. O tempo vai mostrar isso.

    Não sou saudoso, bola para frente que o rock continua.

  2. Hugo, sinceramente achei esse seu texto completamente sem noção. É muito fácil dizer coisas como “Marcelo Morais deveria ter esperado mais porque o capital investido teria retorno a longo prazo”. Oxente. Acho que ninguém mais do que Marcelo sabe onde o calo apertava, né? Dizer isso levianamente sem ter visto nemhuma planilha financeira do local não dá.

    Outra coisa, repudio veementemente a comparação de que “Se a verba pública financia Aratú no Facho com Cavaleiros do Forró e Ricardo Chaves chamando de movimento cultural, porque não financiar uma ação no bar? “. Totalmente equivocada a sua colocação.

    A verba pública não tem que financiar um bar coisa nenhuma. E NEM VAI! O que estamos propondo é AMPLIAR E MUDAR a proposta do bar (que nunca foi na verdade um bar, lugar pra beber, sempre foi um lugar pra show). Ele em vez de ser APENAS um local pra show, vai ser um centro de ensino de música, um local onde se fomenta o começo da cadeia produtiva da música como músicos, produtores, técnicos.

    É isso! 🙂

  3. SE VAI ACABAR O MUNDO EU NÃO SEI, MAS QUE VAMOS PERDER UM LUGAR FODA PRA TOCAR, VAMOS!! SE FOSSE PRA CANSAR LIGEIRO, FOCA JÁ TINHA MANDADO TD PROS ARES, MAS O BICHO É INSISTENTE E ROCKEIRO E TEM VÁRIOS AMIGOS QUE TORCEM, FAZEM E APÓIAM ELE PRA QUE O ROCK ROLE!!!

    O LANCE CULTURAL DO BAR ACONTECE DESDE QUE FOI FUNDADO, FORAM MUITAS BANDAS QUE TIVERAM A OPORTUNIDADE DE TOCAR POR LÁ, SEM RESTRIÇÕES. UMA COISA ESSENCIAL QUE PRECISAMOS É QUE OS ROCKEIROS DEIXEM DE SE ENRUSTIR!!! SE GOSTA DE ROCK TEM O DOSOL COMO REFERÊNCIA, SE GOSTA DE VIBE, UMA BOA PEDIDA É O ARATU NO SACO, MAS SE LIGUE, QUE SE O DOSOL FECHAR, NÃO VAMOS TER UMA REFERÊNCIA DE ROCK NA CIDADE!! SERÃO AQUELES “ÓTIMOS” LUGARES COM SOM TOSCO E A GALERA SE QUEBRANDO LÁ EMBAIXO E AXANDO BOM!!

    MAS SE O BAR FEXAR FUDEU!! PELO MENOS PRA MIM QUE TOCO, PRODUZO ALGUNS SHOWS E TORÇO PRA QUE NATAL TENHA UM CIRCUITO DE ROCK LEGAL!!!

    É ISSO!!

    FLW

  4. O pior é que sabemos onde o sapato apertava com Marcelo. Porque no dia que a Velvet fechou as portas ele nos disse o quanto tinha investido e o que estava apertando ele que antes não existia. O que não existia? Um funcionário, outro ar-condicionado, mais luz, fora máquina de café e etc.

    A comparação com o Aratú talvez não tenha sido entendida da maneira correta. O que ele quis dizer foi: se a verba publica pode patrocinar um evento com Ricardo Chaves e Cavaleiros do Forró, que em nada servem para a cultura local, e com apoio de político, é mais do que justo que a verba pública PATROCINE o que vocês querem fazer no DoSol.

    Nesse ponto ele errou em escrever “financiar”. Não é financiar, financiamento tem que ser pago com dinheiro. Já patrocínio tem que ser pago de outra forma. No caso de vocês com cultura.

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