Natal, Notícias

HUGO MORAIS: FOI CARNAVAL

Como seria o carnaval sem música? Como seria o carnaval sem Axé, Frevo, Forró, Pagode, Samba? Não seria.

Bonito é ver que o carnaval de Natal está voltando para as mãos do povo, digo, voltando a ser popular, sem aqueles trios elétricos que elitizam com seus cordões de isolamento, sem os abadás que discriminam. E voltando a ser do povo embalado a Frevo e marchinhas. E essa visão não é apenas local. Deu gosto ver Moraes Moreira dizendo que não se apresenta em Salvador porque lá o carnaval é coisa de elite. E realmente isso se comprova quando ouvimos relatos de que havia gente pagando até R$ 1000.00 para pular um dia de carnaval e na tv era possível ver os blocos formados por brancos, em plena Salvador que é a cidade com mais negros no Brasil. Claro que isso não é novidade, não é de hoje. Será que esse povo sabe que o feijão subiu?

Muita gente se desloca para Olinda nesses dias por considerar o carnaval de lá o maior e melhor do Brasil e, pelo que se vê na tv, realmente é. Mas por aqui, guardadas as devidas proporções, podemos ver o mesmo carnaval de rua. Não com o mesmo prestígio, mas popular, alegre, sem discriminações, sem violência. Basta ir a Ponta Negra ver Moraes Moreira e as bandinhas de Frevo pelas ruas do conjunto, ao Centro ver as Kengas, a Redinha ver as Raparigas, a Ribeira ver o desfile das escolas de samba. Até ir a Pirangi sair nas Virgens, prática já abolida por mim devido ao grande número de crianças jogando sprays nos olhos de quem passa na rua sem nenhum controle dos pais.

Domingo é tradicional na Redinha com as Raparigas e a Banda do Siri. Depois de uma hora sobre a ponte Newton Navarro, conseguimos chegar a Redinha. O problema não é nem o grande fluxo de carros, é o semáforo ao fim da ponte, ou início dependendo do sentido. Devido ao atraso de mais de trinta minutos, já que o bloco travestido sai ao meio-dia, nos paramentamos na rua mesmo e corremos. Pra quê não sei, nãoa chamos nada. Chegamos a pensar que algo tinha dado errado já que íamos de um lado a outro pedindo informação e ninguém nos dava alguma de confiança. O jeito foi esperar no bar Pé do Gavião, parada obrigatória do bloco. Uma hora ele passava por lá. E passou, quase duas horas depois. No sol escaldante da fria Redinha lá fomos nós fazendo o tradicional trajeto que percorre as ruas da Redinha Velha. Passando próximo ao Mercado, pela casa sede da madrinha do bloco e terminando no cruzeiro. Em todo esse trajeto estão todos juntos: gays, lésbicas, brancos, pretos, pobres e ricos. Todo mundo se divertindo ao seu jeito. Cansaço no corpo significa voltar para casa.

Segunda-feira foi dia de reencontrar velhos amigos e depois conferir o que Ponta Negra tinha a oferecer. Uma bandinha de frevo percorrendo as ruas e terminando num palco ao lado do Shopping do Artesanato Potiguar. No trajeto a mesma mistura vista na Redinha e nenhuma briga, nenhuma confusão. Só alegria e diversão.

Terça-feira foi dia de conferir uma novidade no carnaval multicultural de Natal, o Rock. Ele que vem sendo introduzido em todo Brasil, faz parte da programação em Natal desde o ano passado, dentro da programação do Grito Rock, evento que englobou até Montevidéu e Buenos Aires. Por aqui a festa contou com bandas diversas que foram do Eletrorock ao Metal. O público estimado em 1500 pessoas se comportou bem e a programação deve seguir na grade do carnaval de Natal.

O importante nisso tudo é como a música une as pessoas. Todas juntas com suas diferenças em prol da diversão, um exagero aqui, outro acolá, mas nada que prejudique a imagem de confraternização em torno da festa que “inicia” o ano. Se a alegria, organização e confraternização vista na festa popular continuar durante o ano, será bem produtivo. Mas é sempre bom ficar de olho no que os órgãos pretendem fazer em benefício da cultura popular, que os investimentos não fiquem só nas grandes festas: Carnaval, São João e Natal, se intensifiquem em várias frentes. Até porque a cultura popular local é segundo plano tanto para a população como para os órgãos públicos.

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1 Comment

  1. O carnaval fechou com chave de ouro com o rock!!! Eu fui a pirangi e me diverti tbm com os rockeiros disfarçados!! Rock e carnaval tradicional é o que há!!!

    PS: hugo ficou uma dama desvairada!!!ô bicha feia da porra!!!

    ahuhauauhauhauhau
    flw

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