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HOJE TEM SEGUNDO DIA DE SHOWS DO FESTIVAL DOSOL: VEJA ENTREVISTA COM ALYAND DO DEAD FISH NO DIÁRIO DE NATAL

Dead Fish encerra hoje o Festival DoSol

Em O Poti

Os capixabas da banda Dead Fish enfrentaram os percalços de uma estrada de 20 anos na cena independente da música brasileira para tocar neste domingo de rock no Festival Dosol. Ultrapassaram buracos, derrapadas, driblaram até a “cangueragem” de outras bandas perdidas pelo caminho, a exemplo do Raimundos, mas continuam no prumo. Sem desviar por trilhas erradas, seguem em frente na estrada do hardcore e pela segunda vez fecham a programação do Festival em seu dia mais trash.

“Em todas as dez edições do Dosol direcionamos o domingo para os sons mais pesados. Virou tradição. E o Dead Fish é uma banda muito querida do público do Festival Dosol e desde 2006 não trazíamos eles. Era uma boa hora deles retornarem”, comentou o produtor e idealizador do Festival, Anderson Foca. E a hora é de não-independência. Após quatro discos e inúmeras demos, os caras romperam a barreira independente e alcançaram o mercado mainstream.

ENTREVISTA – AYLAND (BAIXISTA)

O Dead Fish já tem seis discos lançados em 20 anos de banda. Cada disco lançado é uma pressão a mais, já que vocês são considerados uma das maiores bandas de hardcore brasileira?
Sim, já temos seis títulos, porém não nos sentimos pressionados ou preocupados, pois o processo de composição nosso é bem simples: fazemos músicas para nós mesmos, música boa que deve agradar a banda e com isso não ficamos com este peso. O bom é que o público sempre gosta, hehehe.

Como é, no Brasil, ter 20 anos de carreira em um estilo como o hardcore?
Não é nada fácil! Ainda enfrentamos situações bem complicadas. Ter uma banda onde você fala o que pensa da sua maneira, sem obedecer ordens de mercado ou sei lá o que, você sempre paga um preço caro, mas estamos muito felizes assim e não mudaríamos nada, nem uma virgula! Somos uma banda de hardcore brasileira e temos muito orgulho disso.

Não pensam em fazer um CD ou DVD comemorativo?
Na real, já está marcada a gravação no dia 11 de novembro deste ano, no Circo Voador (RJ). Convidamos a todos os fãs do Brasil para comemorarmos juntos.

O que mais mudou depois que vocês saíram do total independente pra assinar com uma gravadora?
Bom, ainda não saímos totalmente da independência. A Deck, nossa gravadora, é também independente, porem é uma grande gravadora. O que rola é que uma exposição maior da banda aconteceu em 2004 com o CD Zero e Um e o DVD MTV Apresenta, fora isso passamos as mesmas coisas: muitos shows, estrada, contratantes desorganizados, etc… como tem que ser, o Dead Fish é uma banda de estrada e é isso que gostamos.

Qual o diferencial da geração que o Dead Fish começou (90) pra atual?
Acho que a atual tem a vantagem da internet. Essa galera de hoje é mais antenada e agilizada, porém um pouco rápida demais. Eu acho que nesse ponto deveria ter um pouco da geração passada, amor às coisas como bandas, zines, etc… Isso é muito importante e hoje tudo é descartado muito rápido. Muitas coisas boas são perdidas por esta nova geração.

Vocês já mudaram de formação algumas vezes. Como isso pode ajudar e atrapalhar na banda?
Nunca é legal uma mudança. No nosso caso, a maioria foi por problemas internos de relacionamento. O bom é que sempre ficamos bem e seguimos em frente. Na parte de composição não muda muito, pois o Rodrigo escreve, e eu faço as músicas com o Phill, assim foi com todos os outros integrantes. Então, não muda nada. O lance mais visível para a geração mais nova que acompanha o Dead Fish é a segunda guitarra que não temos mais, mais isso é de alguns fãs. Para a banda está lindo e é assim que vai ser sempre e está muito melhor agora. O que mais me marcou na última mudança foi o Marco ter entrado: ele deu nova cara e vida à banda; é muito bom tocar com ele; todos nós estamos felizes; ele é um dos melhores que já vi tocar bateria.

O último CD Contra Todos já foi feito como um quarteto. Até que ponto isso influenciou nas músicas?
É como te falei: foi a coisa mais simples do mundo. Em três semanas já tínhamos feito mais de 18 músicas. Os arranjos que fizemos ficaram mais diretos, talvez esta seja a diferença maior, mas eu prefiro assim do que como era antes, com várias guitarras e tal…

Vocês não acham que antes surgiam mais bandas marcantes no estilo hardcore do que hoje em dia? Qual seria o motivo para isso?
Eu falei: a geração atual descarta as coisas muito rápido, e esse é o problema. A moda dita o som e os estilos. Antes isso não acontecia. É como eu falei: você falar o que quer na sua música e não seguir regras de mercado não é fácil, e às vezes acho que falta isso nas bandas atuais: fazer musica de verdade para eles e não para assinar com uma gravadora ou ganhar dinheiro com isso. O tempo vai fazer isso pela sua banda.

Quem vocês destacam na cena hardcore atualmente?
Garage Fuzz, Zander, Plastic Fire, Confronto… tem uma banda nova chamada Sequela, que é boa… sei lá são muitas.

O Dead Fish já tocou em Natal várias vezes, e inclusive já fechou uma noite do Festival Dosol em 2006. Como está a expectativa de vocês pra encerrar mais uma noite do Festival?
Eu adoro poder ir para o Rio Grande do Norte e cada show tem uma vibe diferente. Estamos ansiosos para este show e estamos preparando uma set para que todos possam se divertir! Será um prazer poder tocar mais uma vez no DoSol!

PROGRAMAÇÃO DE HOJE NO FESTIVAL DOSOL

Domingo (6)
Rua Chile, Ribeira (R$ 20)

15h30 – Antiskieumorra (RN)
16h – Los Costeletas Flamejantes (RN)
16h30 – Sunset Boulevard (RN)
17h – Conquest For Death (EUA)
17h30 – Madame Saatan (PA)
18h – Hillbilly Rawhide (PR)
18h30 – Guachass (Uruguai)
19h – Monster Coyote (RN)
19h30 – Violator (DF)
20h – Sanctifier (RN)
20h30 – Krisiun (RS)
21h30 – Galinha Preta (DF)
22h – Dead Fish (ES)

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