Para quem vai ficar em casa no carnaval uma dica boa: visite sempre o portal Dosol que as novidades estarão aqui. A primeira delas é uma lista de excelentes filmes que estão em cartaz (ou para downloads), todos resenhados por Rodrigo Levino. Hoje abriremos a leva de resenhas com “O Gangster“
O Gângster é acima de qualquer coisa a história do que os americanos costumam chamar de self made man. Frank Lucas, o protagonista vivido por Denzel Washington (numa atuação perfeita), foi do final da década de sessenta até meados dos anos setenta o retrato fiel, embora improvável, da quebra da estratificação que ousou durante um período lastimável da história americana recente subjugar os negros.
Foi nesse vácuo entre a segregação e o desdém que com dedicação e rigidez de princípios (uns poucos, é verdade) ele se tornou o maior distribuidor de heroína do país. Austero, visionário e acima de tudo cruel, desafiou a lógica dos que tinham a sua existência e o seu poder como impossível, para construir uma rede de tráfico e aliciamento de potenciais viciados.
Tão improvável quanto a sua ascensão foi o personagem que desconstruiu o seu império e por tabela promoveu uma limpeza ética na polícia americana. Richie, interpretado com maestria por Russel Crown, é um típico anti-herói, incapaz de administrar sequer a vida familiar e, afetado por isso, foca todos os seus esforços na caçada de Frank, com os recursos e ajudantes mais improváveis. O resto é história, que poderia aliás, figurar entre os candidatos ao Oscar. Mas a bilheteria monstruosa tratou de recompensar o diretor Ridley Scott.
American Gangster, 2008, Ridley Scott.