Por Grant Lawrence – Vancouver/Canadá
Tradução: Atalija Lima
Durante a última turnê do The Donnas pela América do Norte, um dos shows mais memoráveis terminou com uma das integrantes da banda dentro viatura policial, com os braços voltados para trás e algemas que cortavam a circulação de seus punhos retorcidos. O crime dela? Beber whisky nas ruas do Canadá.
Sim, o The Donnas é de verdade e está aí para ficar. Elas são sobreviventes em uma indústria mais conhecida por sucessos meteóricos do que carreiras de sucesso. Elas são bem sucedidas, inteligentes, selvagens e sexies. Elas são a máquina americana de fazer Rock n’ Roll.
A lenda começou em uma escola secundária em Palo Alto, Califórnia, onde quatro “pré-adolescentes desajeitadas”, como elas mesmas se descrevem, formaram uma banda de rock n ‘roll. O ano era 1993, a idade das meninas: 13 anos. Ao longo dos 14 anos que se seguiram, seis álbuns aclamados pela crítica foram lançados e o The Donnas viajou o mundo várias vezes em turnês que viram o crescimento e fortalecimento de uma base internacional de fãs fiéis, conhecidos como “Donnaholics”. De Palo Alto para os palcos de David Letterman e Saturday Night Live e páginas da Billboard e Rolling Stone, o The Donnas tem se firmado como um dos melhores grupos de rock feminino de todos os tempos.
A banda sempre atraiu um espectro de fãs tão ridiculamente amplo que seria difícil imaginar tanta diversidade em um mesmo ambiente. Onde mais, além de num show do The Donnas, você vê fãs esfregando ombros na primeira fila vestindo camisetas de bandas tão opostas como Motley Crue, Mr. T Experience e Maroon 5? Alguns até aproveitam uma liberdade condicional para comparecer ao show e trazer lembranças especiais direto da penitenciária. Não é piada – em Oklahoma City, nos Estados Unidos, um ex-presidiário fã da banda apareceu no show com quarto placas de carro que ele fez “quando os guardas não estavam olhando”, cada uma com o nome de uma das integrantes do grupo.
Então quem é o The Donnas em 2007? A formação continua a mesma: Brett Anderson nos vocais, Maya Ford no baixo, Allison Robertson na guitarra e Torry Castellano na bateria. Uma prova do talento e dedicação das garotas. Mas existe um grande diferença entre as menininhas sem-jeito da década 90 e o The Donnas de hoje. Além da musicalidade incontestável (e de cortes de cabelo bem melhores), o The Donnas tem entrado em um novo capítulo de maturidade e conforto em sua carreira.
“A grande diferença entre antes e agora é que não temos medo”, afirma Allison Robertson, uma das melhores guitarristas de rock – do sexo feminino, masculino ou qualquer outro – em atividade. “Sabemos o que queremos, sabemos como obter isso, e estamos prontas e dispostas a vencer. É quase como se tivéssemos concluído um ciclo completo. Talvez, de alguma forma, ainda sejamos as mesmas pré-adolescentes desajeitadas que começaram a tocar porque adoravam rock n ‘roll. A diferença é que agora estamos completamente confortáveis e confiantes em quem nós somos. ”
Ao longo de todos os altos e baixos do rock n ‘roll, as meninas permanecem fiéis ao que elas são a cada passo desse caminho espinhoso. O The Donnas é o resultado de uma equação de quarto mulheres unidas pela amizade, arte e negócios. Existe uma profunda e rara confiança entre os membros do grupo, uma dinâmica que a maioria das bandas nunca poderia sonhar em alcançar. É por isso que muitas bandas acabam e o The Donnas continua por aí.
“Acho que esse é o nosso segredo para sobreviver na indústria todo esse tempo”, afirma Robertson. “Somos muito próximas. Podemos ler a mente uma da outra num restaurante e fazer o pedido do que a outra quer jantar. Nós também nos respeitamos muito.” “Sempre nos mantivemos fiéis às nossas armas como banda e como amigas”, acrescenta a baterista-furacão Torry Castellano, mulher de negócios inteligente e determinada. “Nós lembramos quem somos. Não queremos ser nada além de nós mesmas no final do dia.”
No que diz respeito ao som, “Nós sempre nos sentimos meio por fora da cena”, diz Torry. “Mas ultimamente, quando vamos a um show de metal, sinto que ‘esse é o meu público’. É lá onde eu realmente sinto a conexão Motley Crue-Cinderella-Aerosmith-Def Leppard, e é aí onde eu quero que nossa banda esteja.”
Isso nos leva à pancada sonora que é Bitchin’, o novo álbum do The Donnas. Um registro de hinos de hard rock que não pede desculpas à ninguém. A banda amadureceu bastante sua “pegada”, resultado obtido graças à química durante as sessões de gravação. Trinta composições de um rock de se gritar junto foram reduzidas às catorze músicas que compõem o album, todas co-produzidaa por Jay Ruston (Polyphonic Spree, Meat Loaf).
A poderosa vocalista Brett Anderson explica, “A produção do nosso novo álbum foi selvagem, mas foi também um passeio educativo. Queríamos alcançar um público maior com este álbum e isso nos deu inspiração para enfrentar esse desafio no estúdio. Nós aprendemos muito sobre o processo de se escrever músicas e pela primeira vez tivemos tempo para experimentar e desenvolver o nosso som, que combina tudo que sabemos e amamos dos nossos registros anteriores com uma nova vida e energia renovada, um sentimento que é resumido no título.”
Bitchin’ é um álbum forte, desenfreado, e foi fruto de um processo de catarse para a baixista-fêmea-fatal Maya Ford. “Compor essas músicas me fez ver que eu posso tirar algo de bom até das piores experiências com relacionamentos. Eu dispensei um cara e nós ganhamos as músicas. Eu sou mais forte do que eu era ontem por causa disso.”
Com isso dito, a faixa “What Do I Have To Do” (“O que eu tenho que fazer”) dá uma palhinha do que seria o lado mais vulnerável da banda através de letras que contam a história de uma relação que não deu certo. “I’ve been way too nice/And you’re cold as ice” (Eu tenho sido boazinha demais/E você é frio feito gelo) é ouvida como “O que eu preciso fazer para que você me querer?”
Os sentimentos mostrados em Bitchin’ vão de tensão com o namorado, à ira de brigas entre meninas, à curtição total. “Girl Talk” é uma remanescente das antigas The Donnas, com uma letra que traz à mente a imagem de uma briga entre garotas no corredor de uma escola secundária, com uma esquentada Brett Anderson gritando, “Up & down the halls/writing on the walls… Stop talking about me…” (Pra cima e pra baixo nos corredores/escrevendo nas paredes… Pare de falar de mim), e “Think you’re jealous much/all up in my business/girl, I’ve had enough/you better start running.” (“Acho que você está com inveja/se metendo na minha vida/garota, pra mim já chega/é melhor você começar a correr”). Depois, há ainda “Don’t Wait Up for Me” (“Não espere por mim”), um hino de metal à la Def Leppard que proclama “Loosen up/drain the cup” (“Se solte/Esvazie o copo”), e reúne as palmas e gritos de um estádio lotado com uma bateria pulsante e um solo de guitarra poderoso.
Bitchin’ marca o retorno do The Donnas à uma carreira de completa independência. O álbum foi lançado setembro de 2007 através do selo Purple Feather Records, que pretence às meninas, e está disponível através da Redeye Distribution. A banda seguiu seu próprio caminho após ter tido seus dois últimos albuns (“Gold Medal” e o super bem-sucedido “Spend The Night”) lançados pela Atlantic Records.
“Não existe mais prestação de contas sufiente na indústria da música”, diz Brett Anderson.
Allison Robertson concorda, “Nós formaram nosso próprio selo porque podíamos fazer isso. Essa é a beleza do projeto. Nossa carreira inteira tem sido “The Donnas” e “a gravadora”. Faz sentido continuarmos fazendo o que queremos e deixar de lado outras bobagens.”
The Donnas: uma banda de poder no palco e fora dele.
Quando elas voltarem pra agitar o Canadá, o uísque é por minha conta.
Eu tô muito ancioso para o show do the Donnas, é imprecionante a evolução musical da meninas, principalmente a partir de Gold Medal. Rapaz vai ser muito foda esta apresentação no Do Sol… Save de Rock Forever
não vejo a hora!
Booooooooooooooy!!! vai ser violento demais!!!!
nossa q legal em ammmeeeeiiiii hasuhauhsuahuahsuhaushs !!!! q coisa mais derrrrdddddd
nossa vai ser legal em !!! tb naum vejpo a hora ² uahsuas 😉