A cantora baiana Pitty se apresenta hoje em Natal a partir das 22h na Estação Ribeira, dentro da programação do Natal Summer Festival. Tocam também o Eta Carinae (PE) e o Vitrola (RN). Pitty, uma das maiores artistas do rock nacional, falou com exclusividade ao jornalista pernambucano Bruno Nogueira com texto publicado originalmente no site parceiro RecifeRock. Acompanhe a entrevista e bom show logo mais (com cobertura total do site dosol):

: O público que te viu há três anos vai notar muita diferença no seu show?
Muita diferença! Na verdade, quem viu o show fim de semana passado já acharia diferente. A gente muda muito show, deixa as coisas muito em cima da hora. A gente vai modificando o jeito de mudar as músicas. Nao é nada pensado, é natural.

: Uma semana? E vocês estão a quanto tempo com esse show?
Essa turnê tem uns três meses. Mas a gente é muito inquieto, já mudou quase tudo.

: Mas o pessoal perdeu muita coisa que aconteceu nesse tempo. Você pensa em cantar músicas antigas?
Claro. Tem as músicas do primeiro disco, do segundo e do ao vivo. Eu nao sei porque rolou isso da gente passar tanto tempo sem tocar, nem acho que cabe a mim pensar isso. O importante é que vai ter agora.

: Com a carreira crescendo, você ainda consegue manter contato com os fãs?
Mantenho sim. A gente tem um site que é um grande canal de comunicação com os fãs, sempre recebemos e respondemos email. No orkut eu entro raramente, mas nao tenho muita paciência.

: E desse contato, você acha que seu público já mudou muito?
O público vai mudando sempre. Existe uma galera que conhece a gente desde o comecinho e ficou. Depois veio uma galera que não conhecia muito rock, mas como a gente tava bombando em mídias mais abertas, então chegaram pessoas que gostaram daquilo ali e foram ouvindo. Muitos desse passaram, em busca de outra moda de verao e outros ficam. Essa galera é que importa.

: E isso influência alguma coisa agora, quando você passa a fazer música já tendo um público formado?
Eu não penso muito no público não. Acho que nenhuma arte tem que ser assim. A arte tem que ser feita para expressar o que o artista tá sentindo. Eu pelo menos faço música para expressar o que eu to sentindo. É legal compartilhar com outras pessoas que se identificam, mas nao acho que dá para fazer música para o outro.

: Você ainda mantêm algum contato com o que acontece no rock da Bahia e no Nordeste?
Ainda conheco as cenas sim, claro. As pessoas que estão fazendo as coisas agora são todos meus amigos.

: E do que chega até você, o que tem achado interessante?
Na Bahia rolou uma coisa muito legal que foi o Boombahia, fazia uma data que ninguem fazia um festival decente em salvador. Eu espero que aconteça mais vezes. Das bandas, eu gosto muito do Cascadura.

: E da galera mais nova, tem alguma coisa que você ouviu e recomenda?
Tem sim, Nancyta e os Grazzers, ela é uma pessoa muito talentosa e tá com o disco perto de ser lanado. Tenho certeza que vai estourar. Tem também uma galera de umas bandas mais novas, de uma geração já diferente da minha e que não conheço tanto.

: Com a carreira estabelecida, já dá para pensar em voltar a morar em Salvador?
Dá nada, não tenho dinheiro para isso (ri). Eu não tenho como voltar ainda oficalmente em Salvador. Bem ou mal, a grande maioria dos shows acabam acontecendo por aqui. Se você tá no Nordeste fica caro pra caralho, não tem como ir de ônibus, como a gente vai aqui pra RJ e BH, para fazer um show no Sudeste.