Foto: The Sinks em ação no Festival Dosol, lugar adequado pro rock…
Por Foca
Existem algumas máximas nesse meio roqueiro (e de música no geral) que eu discordo fervorosamente. Coisas como “Quem tá no rock é para se fudê!” ou “Temos que está onde o povo está” na verdade só escondem a real falta de noção de nós músicos sobre o que estamos fazendo e para quem estamos apresentando nosso trabalho.
Nesses 15 anos na labuta roquística aprendi que é possível fazer quase tudo (bem feito), contanto que se tenha MESMO a real noção do que se está fazendo, coisa rara no nosso meio infelizmente.
O caso mais recente que serve de ilustração pro texto aconteceu comigo mesmo quarta passada à frente do trio que toco baixo: o The Sinks. Fomos convidados para fazer duas noitadas no bom pub local chamado Sgt. Peppers, uma casa no coração do bairro boêmio de Ponta Negra e com grande circulação das mais diferentes tribos. De prostitutas a playboys. O ambiente, nem um pouco receptivo a shows de rock como o que faço no meu grupo, já deixava margem ao que poderia acontecer. Eu inocentemente insisti que poderíamos tocar por lá já que outras bandas também tinham tido a mesma experiência.
Só que quando liguei meu baixo já percebi que estávamos no lugar errado e na hora errada. Como tocar onze da noite numa casa sem tratamento acústico sem incomodar vizinhos e outras casas fazendo o som que fazemos? Impossível. Internamente já sabia disso, mas até por falta de bom senso aceitei o convite generoso do dono da casa. Resultado: começamos o show, a casa pediu para baixar, baixamos um pouco, a casa pediu para baixar de novo, atrapalharia o nosso artístico e foi fim de show com menos de vinte minutos tocando. Tudo numa boa e sem stress. Só percebemos, casa e banda, que naquele dia não daríamos certo juntos.
Mais uma lição para aprender: jamais coloque seu grupo para tocar em ambiente que ofenda quem assiste ou ofenda a banda. Não soma em nada na carreira. Se tiver cachê envolvido, deixe bem claro pro contratante o que você tem a oferecer com seu trabalho.
Algumas dicas:
1) Se você notar que o show que você vai fazer não tem estrutura para segurar sua apresentação rolam duas opções: ou negue o show ou leve tudo. Exatamente para não se dar mau e quebrar a máxima citada lá em cima. O Dosol tem feito tours no interior e levado TUDO! Até P.A levamos para alguns shows e montamos e orgnizamos toda a sonorização. As condições são bem mais cansativas mas os shows são do jeito que a gente planeja nos ensaios.
2) Não ache que todo mundo vai gostar do rock que você faz em todos os lugares. Cada um no seu quadrado se aplica bem nessa condição. Por isso, em muito casos como convites para tocar em shoppings e happy hour para tocar mais baixo (vulgarmente conhecido como “pianinho”) invariavelmente dão errado. É melhor ficar em casa ou ir fazer outra coisa de produtivo com a banda.
3) Valorize seu rock. Se os convites que estão te fazendo são ruins, monte seu rock do seu jeito, num lugar adequado e sem ter que ficar dando satisfação para quem não entende do “pescado”. Minimiza problemas esse tipo de ação.
Foi bom escrever sobre isso para eu me lembrar porque em 2004 abri um lugar chamado Centro Cultural Dosol. Fikadik.
ontem no show dos coteletas deu polícia no peppers e condiscaram até euipamentos da banda. mo merda, afgora eu acho que foi de vez não rolar mais banda lá, não enquanto não rolar um isolamento ou algo do tipo.
mózebra!
quando cheguei no peppers no show do sinks e logo acabou pensei que eu tinha me atrasado muito, mas sabendo agora que nao foi isso, fico triste, ainda mais após ler sobre o lance com os costeletas….. muito válido todo esse post!