Editorial

EDITORIAL DOSOL: SABER, TODO MUNDO SABE!

publico
Foto: quase 2.000 pessoas acompanharam a programação do Dia Mundial do Rock Natal, foto por Jomar Dantas

Por Foca

Voltamos a ter assunto para comentar, justificando mais um editorial aqui no Portal Dosol. Essa semana o texto tem haver com o excelente público que apareceu para conferir nove bandas locais no Dia Mundial do Rock Natal. Desde antes do evento acontecer eu já havia comentando com algumas figuras do rock local sobre o assunto e que automaticamente nos despertou uma reflexão: qual é a diferença entre o show de domingo e o show da invasão sergipana por exemplo (onde pouco mais de 50 pessoas apareceram para ver as bandas)?

A propaganda que fizemos para os dois shows foi exatamente igual, tudo 100% na internet utilizando nosso portal, orkut, fotologs, twitters, blogs e afins. Não teve rádio, nem TV e muito menos jornais (mídia que jamais usei para anunciar shows). Cartaz de papel ou lambe-lambre? Nem pensar, suja, polui e não funciona para esse tipo de show.

Chegamos a conclusão de que todo mundo que tem interesse em ir para um show de rock em Natal, sabe (ou tem como saber) da programação do Centro Cultural Dosol. E isso acontece diretamente acessando os sites ou indiretamente no boca-a-boca comum e eficiente.

O que muda de um show para o outro é o real interesse das pessoas em assistir essa ou aquela programação, essa ou aquela banda. Ou mesmo o interesse das pessoas em ir para um show num ambiente roqueiro, que é o que oferecemos. O público espera o final de semana, analisa as opções e aparece ou não. Mas saber o que vai rolar eles sempre sabem.

Entram aí outros fatores que se somam para que um show tenha sucesso. Existem bandas que acham que toda a responsabilidade do sucesso de um show passa pela mão do promotor ou da casa, deixando toda a responsabilidade da divulgação com a mesma. Ora, todos nós sabemos que quem mais conhece o público das bandas são elas mesmas, seja ele numeroso ou não. Essa soma de trabalho da casa com a banda é que dá a “liga” de um show. Já li gente da cena local dizendo em entrevista que o Dosol não tem público, que quem tem público são as bandas. Claro que isso é um bobagem. Quem lembra como eram e em que quantidade aconteciam os shows autorais antes do Centro Cultural Dosol abrir? A diferença para o momento atual é brutal. Quem quer ver shows analisa tudo: atração, espaço e acesso. Sem banda não tem casa e vice-versa. Sem público não tem nenhum dos dois.

Até a próxima…

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9 Comments

  1. Minha opinião pode até soar estranha mas é o que penso…

    Muita gente, e muitas dessas que frequentam o bar pode até ser rockeiro, mas não estão nem aí pras bandas locais, e nem aí pro rock local… Elas querem apenas um “rolé” pra sair, encontrar uma turma pra bater papo, outros querem apenas estar lá por estar… Por isso que muitas ficam do lado de fora e nem entram…

    E aí se tem um rolé massa como o da invasão sergipana, o cara vai e pensa, há não vai dar ninguém da “minha galera” então nem vou… E sai pra um barzinho qualquer, ou um shops da vida…

    Já num rolé desses como o dia mundial do rock, por ser um evento que foge o dia-dia do dosol, aí essa galera sabe que todo mundo vai… Daí ela vai lá curtir esse rock…

    =]

  2. hugo, isso é papo furado. Parece ate que no dosol só tem esse tipo de show. Pedrinho, vc está só concordando com o texto. O que gio nele é que todo mundo sabe dos shows e resolve ir ou não de acordo com seus interesses pessoais.

    Muito normal aliás. Dar ou não valor ao rock local é outra história…

  3. Quanto a isso acho que ta mudando bastante, ta rolando bastante bandas indies no dosol, no mes passado se não me engano, rolou o dusolto que já estão escalados pro festival, no inicio do ano teve o mundo livre, que não pode ser no dosol pois o local é pequeno para tal, mas ta rolando… O The Bagios que rolou na invasão, quer queira ou não é algo diferente do que o habitual, o warm-up do ano passado trouxe o debate que é algo bem diferente, rola rock de todos os estilos, de boonies a comando etilico…

    Acho que a programação é bem diversificada, a unica coisa que não vejo rolando é reggae, poderia fazer um evento com reggae, não curto muito, mas acho justo que role… Até pouco tempo atras rolés de metal (metal verdadeiro) no dosol era raro, hoje em dia rola com frequencia, e sempre dá bastante gente pois eles tem um publico fiel, publico esse que não existe no punk/hard-core/indie/experimental…

    To cansado de ver, no sabado tem um evento e no domingo tem um metal, pega as resenhas, no sabado dá 50 nêgo, no domingo dá 200…

    Veja quando tem rolé no galpão com essas discotecagens, e essas festas doidas, as festas do coletivo lo que sea e pum! que rolam lá, nas 2 que eu fui a casa tava cheia…

    O que ta faltando é os rockeiros darem as caras…

  4. A minha resposta acima foi pro comentário do hugo…

    Foca, acho que isso de dar valor ou não as bandas locais influencia e muito no publico dos eventos…

  5. Eu acho que alguns estilos de música tem um público cativo e fiel. Como é o caso do metal, do reggae, da música eletrônica.

    O público de rock comum (rock duro, hardcore, indie, etc) é bem menor ou talvez temos muito mais bandas tocando nesse segmento e por isso o interesse do público fica diluído (“ah, vou não que amanhã tem fulano e na semana que vem sicrano toca de novo”).

    Tem o seguinte tb, uma grande parte desse povo rocker tá mais a fim de “balada”, uma noite legal pra beber, conversar e, se der, ver uma banda legal. É como se eles fossem mais egoístas, entende? O metaleiro vai lá “cumprir o seu papel” se monta todo, encontra os amigos na casa de alguém pra ir “esquentando” e chega cedo, enquanto o rocker diz: “que se foda! Tô com preguiça.” ou chega tarde e fica na frente batento um papo. 😛 Acho que é mais uma questão de postura e de TIPO DE PÚBLICO mesmo. E eu nem recrimino ninguém, não.

    Já vi o Dusouto tocar pra ninguém em festa deles pq a galera não queria pagar 5 conto pra ver. Mas em festa de graça abarrota de gente. Nesse caso acho pior, o público é puramente de balada e que, ESSE SIM, não dá valor a banda.

    E tem mais, eu ainda prefiro tocar pra 50 interessados do que para uma massa que não tá nem aí. Não esnobem as 50 pessoas por favor, elas são tão importantes que vcs nem imaginam…

  6. Também acho que a maioria da galera “rocker” de Natal só frequenta os sons por causa q a sua galera vai estar lá, pouco importa a banda, geralmente acontece isso, e a maioria fica na frente por esse movtivo, vai ver a galera, conversar, pq sabe q vão estar lá, esse é o caso de eventos gratuitos ou beneficentes lotarem, todos vão estar lá, é de graça, ou é 1kg de alimento, quem vai tocar? o q importa? A gente vai encontra a galera e toma umas. Dificilmente querem ir ver as bandas. há excessões, e concordo que é melhor ter 50 pessoas ali que estejam interessadas do que ter 200 que não estão nem ai pra o q vc faz, é horrível e é estressante (pelo menos pra mim). E concordo com Foca quando diz q a maioria das bandas deixa a cargo do promotor a divulgação dos eventos, o que deveria ser diferente, eu não vou a shows só pq é no dosol, eu só entro se tiver interesse de sacar alguma banda, as vezes nem por gostar mas por curiosidade, já entrei em eventos em q não conhecia nenhuma banda, e sai de lá procurando material de algumas. e se uma banda envia pra mim um flyer, um convite, já é um interesse a mais, eles estão trabalhando e de alguma forma tá pedindo pra vc sacar o som. É de interesse das bandas ter alguém ali que foi ver vc tocar, sacar seu som, e é interesse da casa não ter prejuízo, então só uma parte faz a divulgação? Formar público requer trabalho, e se a banda não se ajuda fica difícil.

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