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EDITORIAL DOSOL: ANALISANDO O FESTIVAL NOVAS

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Realizamos no mês de janeiro inteiro o Festival Novas no Centro Cultural Dosolrockbar. O rock colocou exatas 20 bandas em ação e revelou algumas caras interessantes na cena local. Pude observar coisas durante o processo de realização do evento que servem para analisarmos como funciona esse meio da música e principalmente do rock.

A primeira coisa que me veio a cabeça comentar é a impaciência de alguns grupos em seguir a trilha natural das coisas. Me parece bem lógico que se o festival que está rolando é de bandas novas 90% dos grupos ainda não vão estar realmente preparados para grandes apresentações ou shows consistentes e é exatamente para isso que o Novas, ou mesmo o New Generation, existem e faço questão que continuem. Por isso cai por terra os argumentos como “você falou da banda tal e nem falou da banda tal que foi bem melhor”. O importante é que todos toquem e se sintam bem, público (sem ser amigos), elogios e oportunidades serão fruto desse trabalho. Se a banda não anda ao menos um pouco sozinha é porque não tem muito futuro e aí é melhor fazer outra coisa ou virar platéia.

Outra característica geral dessa edição foram as reclamações com retorno, som e com o técnico. Quase todas fruto da inexperiência dos grupos que se apresentaram. Uma banda que diz “tocamos sem retorno” o fez porque culpa dela mesmo. O certo é acabar a música no caso a primeira e pedir uma solução pro problema, que normalmente vem rápido (salvo quando o equipamento realmente falha o que não era o caso). Isso aconteceu na Chamada Carnavalesca do Rock com o Ravanes. Por um erro do técnico a banda começou seu show com os retornos de palco desligados. Tocaram a primeira música e ao final dela pediram o funcionamento do equipamento. Parece simples, mas poucas bandas fazem isso por falta de maturidade e de cancha. O próprio Ravanes já passou por situação semelhante antes no próprio New Generation e aprenderam a lição.

Uma das bandas tinha nove componentes se apresentando. No show reclamaram muito da sonorização. Ora, uma banda com nove pessoas tem que obrigatoriamente levar um técnico que entenda a sonoridade proposta pelo grupo, não tem muito o que fazer. Conversando com a banda depois eles disseram que o técnico estava no Dosolrockbar na hora do show mas eles não sabiam que podiam utiliza-lo. Outra inexperiência. Seria um sonho se toda banda tivesse um técnico. Seria muito mais fácil soar bem para o público. O técnico de som de lugar nenhum tem obrigação de conhecer o seu grupo e fazer ele soar como você imagina. Não vou nem entrar no quesito equipamento (onde mora quase 80% dos problemas de uma banda).

O saldo é sempre positivo. Shows servem para dar mais experiência, se divertir e seguir em frente. Muitas destas bandas não vão mais existir ano que vem mas isso não importa. O legal mesmo é saber que tem sempre gente querendo começar a fazer o rock do seu jeito: tosco, autoral, cover, pesado, leve, cantado, gritado…

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