Yuno Silva
repórter
Instrumental, vintage e divertida. Assim é a música da banda Camarones Orquestra Guitarrística, que lança seu segundo álbum neste sábado durante show gratuito no Centro Cultural DoSol, Ribeira. O evento está programado para começar pontualmente às 18h, e ainda conta com a presença de outras duas atrações: as bandas Hossegor e Talma&Gadelha. O álbum “Espionagem Industrial” sai do forno amparado por patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobras, cujo edital prevê a produção virtual do disco – já disponível para ser baixado na página eletrônica do grupo www.camarones.com.br.
“Mesmo não contemplado no edital, achamos interessante lançar o disco físico (CD) para ampliar a possibilidade da nossa música chegar a lugares onde a internet não é tão forte”, disse o músico e produtor Anderson Foca (teclado e efeitos), líder do quinteto também formado por Ana Morena (baixo), Xandi Rocha (bateria), e a dupla de guitarristas Karina Monteiro e Leo Martinez. O novo disco é dividido em lado A e lado B: no primeiro 11 faixas exclusivas da Camarones, no lado B mais seis faixas compostas em parcerias com outras bandas como Canastra (RJ),Chimpanzé Clube Trio (SP), The Baggios (SE) e as potiguares Talma&Gadelha e Hossegor – “Cada uma colaborou a sua maneira: o pessoal do Canastra, por exemplo, entrou com os metais, The Baggios tem uma guitarra bem interessante, e assim fomos compartilhando com amigos esse projeto”, adianta Foca.
Com uma proposta sonora amadurecida ao longo de quase três anos de estrada, a Camarones surgiu com o intuito de juntar pessoas de várias bandas para executar versões despretensiosas para trilha sonora de filmes, desenhos animados entre outras experiências: “Hoje nossos shows são totalmente calcados em repertório próprio, tem tem uma ou outra música incidental, mas a base é autoral”, disse Anderson. Ele explicou que o projeto ganhou corpo em 2009, quando chegou a participar do Festival Rec Beat durante o Carnaval do Recife. “Foi a hora de decidir se continuaríamos como um projeto ou se seguiríamos como banda. Naturalmente a formação mudou, pois os guitarristas e o baterista já tinham trabalhos próprios, e a partir dali eu e Ana começamos a remontar o grupo. No começo eram quatro guitarras em estúdio, fomos para o palco com três e hoje estamos com duas guitarras que suprem todas as necessidades”, garante.
Partindo do pressuposto de que não há fronteiras no território da música, Foca diz “não importar se a banda faz rock só com o computador, com voz ou sem voz, sem guitarra ou só com baixo e bateria como o White Stripes – os formatos são diversos e o público que costuma ir aos nossos shows não está preocupado com letra. O importante é conseguirmos nos comunicar”, aponta.
Destacada pelo empreendedorismo e pela larga utilização das mídias digitais, a banda já tocou nas cinco regiões do país, do Acre ao Rio Grande do Sul, e já passou por mais de 50 município. “Devemos atingir a marcar de 60 cidades até o fim deste ano, e os planos para 2011 ainda incluem segunda turnê pela Argentina e passagem pelo Uruguai. Chile é outra possibilidade e Europa é nosso foco para 2012”.
Sobre a inspirações e influências da banda, Foca diz com segurança: “Fomos buscar elementos presentes na trilha sonora daqueles filmes policiais dos anos setenta, um fator fundamental para guiar o tratamento que damos à música instrumental – e acredito que o título ‘Espionagem Industrial’ tem muito desse clima. Somos basicamente uma banda de rock e também estamos muito ligados a conceitos visuais, tanto que o registro audiovisual do nosso trabalho chega a mais de 100 vídeos oficiais publicados em nossa página na internet”, informa.
Depois de Natal , a Camarones sai em turnê pelo Nordeste ao lado da brasiliense Móveis Coloniais de Acaju. “Passamos por aqui de novo em 4 de dezembro”, avisa Anderson Foca.
Serviço
“Espionagem industrial”, da Banda Camarones. Hoje, 18h, no Centro Cultural DoSol, rua Chile, Ribeira. Entrada franca