Foto: Léo do Camarones afinando seu equipo no Móveis Convida (Nicolas Gomes)
Por Foca
Uma coisa é certa. Toda vez que você ouvir falar em Móveis Coloniais de Acaju já dê como certa pelo menos uma coisa: competência. Esses caras de Brasília são exemplo para todas as bandas do mercado musical brasileiro, inclusive as do mainstream, com o seu formato de trabalho além palco. Foi nesse ambiente que pousei para dois momentos de atividades no Móveis Convida/RollaPedra: um para palestrar e outro para tocar.
Já na segunda estive o dia todo hospedado com os caras, numa aula de administração in loco. A banda tem um escritório muito bem equipado e uma sala de ensaio melhor do que muito estúdio de gravação que já vi por aí. Excelente estrutura que permite a turma aplicar com maestria ações de comunicação como o projeto “Adoro Couve” e ações de venda como uma central de fabricação caseira de cds e dvds. Tudo em nome da banda!
Nesse meio tempo deu também para me aproximar ainda mais do Esdras, um dos caras mais legais do rock nacional. Assuntos de música e hamburguers não faltaram, inclusive com visitação pública em algumas lanchonetes da capital federal.
Tive um dia exaustivo de trabalho na terça. Participei de uma mesa sobre gestão de carreiras com o Bruno do Toque no Brasil e o Ofugi do Móveis. O papo fluiu bem a parece ter agradado. Conheci o Gustavo e pude ver como funciona o merchadising do Teatro Mágico, uma inspiração pro formato de trabalho que o Camarones quer implantar em 2011. Saímos correndo da Universidade de Brasília pra Livraria Cultura. Lá vi um excelente teatro para shows e falei sobre o Festival Dosol, junto com o Festival de Música de Londrina. Excelente!
Pulamos quatro dias e mudo minha atividade dentro do Móveis Convida/Rolla Pedra. Já era sábado é já estava no papel de banda, já que o Camarones Orquestra Guitarrística era um dos convidados desta edição do evento. Com um receptivo perfeito e muito prestativo chegamos e fomos acomodados no Hotel Nacional. Foi muito bom ficar lá pela vibe antiga do hotel e pela história dos seus salões. Conhecemos nesse meio tempo o pessoal do Orgânica, com o Bacalhau (Ultraje) e Peu (Ex-Pitty) comandando as ações da banda.
Chegando ao show nos deparamos com uma estrutura enorme. Dois grandes palcos cobertos (inclusive para a platéia), uma área cercada para umas 6.000 pessoas e dois backstages gigantes, um para as bandas e um outro de convivência entre artistas, convidados e imprensa. Não tinha como dar nada errado e não deu.
Vi os excelentes e promissores Watson e a pegada invocada e muito profissional do Trampa. Duas bandas prontinhas para girar festivais facilmente. Deu a hora do show do Camarones com o lugar recebendo umas 4.000 pessoas. O Móveis gentilmente cedeu sua equipe de p.a. e palco para nos atender e o show rolou bonito com o melhor que podíamos fazer! A parte ruim foi culpa nossa: uma enxurrada de pessoas querendo comprar nosso material e a gente sem nada para vender. Uma pena e pedimos desculpas por isso.
Na sequência os super-heróis playboys do Porcas Borboletas fizeram o de sempre: um show excelente! E amigos, pude ver uma das cantoras mais legais que presenciei ao vivo em muito tempo. Ellen Oléria é o nome dela, uma espécie de Lauren Hill candanga sem nenhum exagero. O show magnífico também foi ajudado pela sua incrível banda e por uma comunhão perfeita com a platéia. Fiquei feliz em conhecer isso. Por fim o Móveis tocou em casa, precisa dizer mais alguma coisa? Acho que não.
A plataforma de festivais ganha dois nomes sólidos em Brasília. Rolla Pedra e Móveis Convida são exemplos que podem e devem ser replicados por aí. Foi massa!