Matt Berninger: da timidez ao arroubo de voz, saiu extenuado do palco
Por Marcos Bragatto, Rio de Janeiro/RJ
Conteúdo: Rock Em Geral
Enquanto playboys, globais e o mundo fake em geral bombavam no show de Kanye West no palco principal, os indies até que encheram o denominado Palco Ponte Brooklin e tiveram uma grande surpresa ao ver o humilde The National crescer pra cima do irreal MGMT. Ruim em disco, o primeiro fez um grande show, enquanto o segundo simplesmente não conseguiu reproduzir, ao vivo, aquilo tudo que inventou, em estúdio, no bom (e único) álbum.
O The National segue aquela tradição indie de iniciar músicas como não estivessem nem aí com a hora do Brasil, geralmente usando recursos minimalistas, para depois encerrá-las numa barulheira dos diabos. Sonic Youth, por exemplo, é mestre nisso, mas a referência básica aqui é o Joy Division, muito por conta dos vocais de caverna de Matt Berninger. Ele passa a maior parte do tempo como se o microfone fosse adjacente à sua garganta; na menor, se esgoela a valer e consegue modificar radicalmente o tom dramático de cada música. Assim foi em “Secret Meeting”, “Abel”, e em “Mr. November”, a última, na qual ele chegou a descer na grade antes de deixar o palco visivelmente extenuado. Ponto para a entrega do rapaz.
O violinista porra-louca deu um tempero a
mais ao som do The National
Ao vivo, o grupo chega a ter oito integrantes: as duas guitarras recebem a ajuda de um mini-naipe de metais e de um tecladista/violinista. Com um visual hippie, ele chega a incrementar alguma das músicas do grupo, caso de “Start a War”, que abriu a noite com aquela despretensão indie, e em “Baby, We’ll Be Fine”, em que chega a dar um tom épico. A música é uma das melhores da noite, muito, também, por causa de um refrão (um dos poucos no caso do The National) bem sacado. Você pode não acreditar, mas eles já desfrutam de alguns hits ali com a turma do gargarejo, que acompanhou em coro músicas como “Slow Show” e a já citada “Mr. November”, certamente uma das melhores do repertório.
O legal é o nível de entrega dos rapazes, que, no maior estilo Chico Buarque, tocam cada música como se fosse a última. Como indies, não chegam a ser tímidos. Berninger chegou a transformar um bandeira do Brasil que lhe foi oferecida pela platéia em cachecol. E olha que esse ano a geleira do festival ainda não deu o ar da graça. Até o som esquentou demais, deixando todo mundo sem entender nada quando, em “Slow Show”, só a bateria lá atrás ecoou, enquanto o vocalista tentava puxar um corinho à capela ali na frente. Sorte que ligaram o disjuntor rapidinho.
Seria lindo se a lógica do mundo fosse mais “matemática”. Ora, se o The National, que tem discos fracos, fez um excelente show, o MGMT, com um belo disco, certamente iria detonar um memorável espetáculo. Não foi bem assim que aconteceu. Convertido em um grupo com cinco integrantes, o duo formado por Ben Goldwasser e Andrew Van Wyngarden não conseguiu engrenar: as músicas não colavam. Mesmo trazendo debaixo do braço uns três hits entre a turma, o show não chegou a empolgar, à exceção da quicante e “fofa” “Kids”, esta sim, que encerrou a noite em clima de festa e – acreditem – bolhas de sabão.
Andrew Van Wyngarden se
divertiu, mas o show do MGMT
só empolgou na saideira
Em nenhum momento, por exemplo, o grupo conseguiu reproduzir aquela aura hippie/psicodélica criada no CD. O guitarrista adicionado ao duo, que parece saído de uma banda de death metal juvenil da Flórida, bem que tentou, mas os solos que ele debulhou não foram os mais cativantes. Tal qual um Jack White afônico, Andrew não conseguiu segurar a onda como frontman – embora lembrasse, por vezes, Neil Young ou Bob Dylan. E Ben Goldwasser só apareceu quando o grupo enveredou pelo progressivo estéril, caso da quilométrica “Metanoia”, uma suíte (mal) atualizada e com tantas mudanças de andamento (mal) engendradas que conseguiu – vejam vocês – calar a euforia indie que o The National preparara.
O grupo também enfrentou problemas com o som. Além de um plugue mal conectado que zumbia no ouvido de todos, um dos lados do palco chegou a ficar silenciado por alguns instantes. Apesar da apresentação água com açúcar, houve flores sim. “The Youth” e “Eletric Feel”, tocadas juntas, por exemplo, proporcionaram um breve momento de animação. E – repita-se – “Kids” garantiu o fim de festa. Curioso é que justamente no melhor do show, a essa altura uma autêntica rave, os instrumentos foram deixados de lado. Prova de que a música feita pelo MGMT pode ser bem melhor se eles ficarem só mexendo nos botõezinhos lá no estúdio mesmo.
Minha resposta para o Show do MGMT foi a seguinte:FODA….mesclada com o HA.HA HA,pras pessoas que houvem a OI FM achando que eles são indies Eletro Modinhas,vocês se fuderam com o perdão da palavra,se quisessem rave,assistissem os Klaxons,MGMT é a banda Mais foda de ROCK do universo de hoje em dia,Psicodélico?sim,progressivo?graças ao bom deus,talvez porque faltou Benflogin com cerveja na cabeça dos criticos..Ben e Andrew provaram a maturidade e a sagacidade de caras com 25 anos apenas fazendo nos voltar a serem amantes da música e da melodia em tempos ruins de bandas pretensiosas.Dou um conselho:Embarque nessa viagem hedonista,porque viver bem e curtir é melhor que sofrer….