A formação clássica de quarteto do thrash metal tem no Megadeth sua mais fiel representação
Um furacão thrash metal tomou de assalto o Citibank Hall, no Rio, na noite de ontem. Depois de um tempão sem tocar na cidade – em 2006 o grupo passou só por São Paulo – o Megadeth veio disposto a mostrar que ainda está vivo, fazendo um show furioso, urgente, intenso e matador. Dave Mustaine, que hoje é espécie de David Coverdale do thrash, apresentou a nova versão da banda sem piedade, enfileirando porradas sonoras que não deixaram tímpano sobre tímpano. Com um peso avassalador, acabou judiando do público numa apresentação que durou apenas uma hora e vinte minutos.
Mustaine entrou no palco a mil por hora
A coisa não começou muito boa com a ótima “Sleepwalker”, do mais recente disco da banda, o sugestivo “United Abominations”. Havia um notável desequilíbrio entre os instrumentos, só a guitarra base de Mustaine era percebida pelo público. Mas a coisa logo se ajustou, e três hinos do Megadeth levaram o local a baixo: “Wake Up Dead”, “Take No Prisioners” e a cadenciada e estridente “Skin O’ My Teeth”. Como um diabo loiro de ventas escondidas pelos cachos, Mustaine, enfim, da o ar da graça num breve “boa noite” – essa foi a única frase proferida por ele durante todo o show, a não ser quando apresentou a banda, no final. Megadeth, hoje, é Mustaine + 3: Chris Broderick (ex-Nevermore e Jag Panzer, guitarra), James LoMenzo (ex-Black Label Society, baixo) e Shawn Drover (ex-Eidolon, bateria).
Mustaine e James LoMenzo solam pra valer
Mas a pressa demonstrada pelo único homem que desafia o poderio o Metallica tinha certa explicação. A voz de Mustaine falharia diversas vezes durante os parcos 80 minutos que a apresentação durou. Na baba “A Toute La Monde”, a única balada da história do Megadeth, e que foi regravada no último álbum com a participação de Cristina Scabia, do Lacuna Coil, Dave pediu a participação do público depois de cortar um dobrado para atingir as notas mais altas. “Sweating Bullets” foi outra prejudicada, e talvez esse tenha sido o motivo das músicas “Burnt Ice” e “Ashes In Your Mouth”, e até o solo de Broderick terem sido limados do repertório num último momento, com a banda já no palco. Ao menos os problemas técnicos que interromperam o show de São Paulo por meia hora, na sexta, não se repetiram.
Desafiado, Chris Broderick não amarelou
Fraqueza na voz, agilidade nos dedos. Foi isso que salvou Mustaine e a noite do Megadeth. Quando, em breves intervalos, ele se dirigia a um dos lados do palco, lá vinha uma introdução instrumental típicas do thrash. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a espetacular “Hangar 18”, que levou a platéia a cantarolar junto com as guitarras falantes de Mustaine e Chris Broderick. Impressionante a velocidade com que eles executavam a música, numa forma extraordinária. “She Wolf”, resgatada do fraco álbum “Cryptic Writings”, na seqüência, também cantarolada, trouxe um duelo ultramelódico entre ambos de arrepiar e fazer lembrar os bons tempos de Martin Freedman e dos shows seguidos que o Megadeth fez no Rio na segunda metade dos anos 90.
LoMenzo: discreto, mas eficaz
Lembrança reforçada por uma parte final de arrasar. “Tornado Of Souls” foi tocada – também – numa velocidade que lhe fez jus; a cadencia thrash de “Symphony Of Destruction” fez o público gritar o nome da banda a cada vez que o riff pesadão se repetia; e “Peace Sells” trouxe de volta a imagem de Mustaine vestido de jeans e camisa social branca no Rock In Rio de 1991, na primeira passagem da banda pelo País. No bis, bandeiras do Brasil e camiseta da seleção foram usadas antes de a banda mandar a inacreditável “Holy Wars”. Uma das músicas-símbolo do thrash metal em todos os tempos, tocada – de novo – numa velocidade extraordinária, fechou uma experiência curta, intensa e incendiária. Pouco para uma banda de carreira tão longa. Muito pelo turbilhão de emoções que proporcionou ao bom e participativo público. Volta logo, Mustaine.
Dave Mustaine continua sendo um dos mais emblemáticos representantes da música pesada
Set list:
1- Sleepwalker
2- Wake Up Dead
3- Take No Prisioners
4- Skin O’ My Teeth
5- Washington Is Next!
6- Kick The Chair
7- In My Darkest Hour
8- Hangar 18
9- She Wolf
10- A Toute Le Mond
11- Tornado Of Souls
12- Sweating Bullets
13- Symphony Of Destruction
14- Peace Sells
15- Holy Wars… The Punishment Due
FOTOS POR MARCELO MARTINS
gostaria de saber se voces poderiam me ajudar a gravar um disco.tenho quatro composioes com melodia so de voz.sem arrranjo etrumental.desde de ja agradeço.