Por Thiago Maikel
NINGUÉM PARA O CAMARONES
Com show impecável, banda lança cd e agora sai para representar o RN Brasil afora
Na aconchegante Casa da Ribeira com público apenas razoável (meio teatro de ocupação) foi possível ver com calma e concentração total porque o Camarones Orquestra Guitarrística é hoje o grupo que mais cresce dentro (e porque não fora?) do estado.
A banda parece pronta para enfrentar qualquer situação e num palco como o da Casa da Ribeira isso fica bem claro. Tirando alguns artistas que se apresentam 2 ou 3 vezes por ano usando teatros sou capaz de afirmar que o quinteto instrumental hoje é um dos poucos grupos locais que tem realmente um show para apresentar, e melhor que isso, que pode ser apresentado em qualquer lugar, sem elocubrações “carnavalescas” de luz e adereços.
Isso acontece porque a banda reforça o que de mais importante um grupo musical tem que ter: o conjunto. Não me assustaria se descobrisse que separados, os músicos do Camarones fossem medíocres, mas quando estão reunidos em volta do set que foi apresentado na Casa da Ribeira eles se agigantam de um jeito que fica difícil se segurar na cadeira.
Foi o segundo show que vi da banda na semana e não tenho destaques pontuais. O show todo foi muito bom, tocando um set autoral seqüenciado, pensado, com efeitos inventivos e bem complementares ao instrumental e ainda tirando da cartola alguma supresas como uma versão rocksteady para os Ramones, música incidental do Franz Ferdinand e um apanhado de temas de desenhos animados reunidos num take só.
O Sex On The Beach da Paraíba foi convidada para abrir a apresentação e mostrou seu Surf Music autoral com bastante maestria com temas diversos e interessantes. Talvez deva funcionar melhor num ambiente para dançar e os músicos pareciam intimidados com o foco de luz todo em cima deles no ambiente do teatro.
Foi uma bela noitada de shows num ótimo lugar. Já espero outras oportunidades como essa.