Coberturas

COMO FOI? FEIRA MÚSICA BRASIL, BELO HORIZONTE/NG

feira
Foto por Ana Morena

Texto por Foca

Vamos tentar aqui fazer um resumo de atividades e de tudo o que conseguimos ver, conversar e sentir durante a Feira Música Brasil, evento que praticamente encerra o “ano letivo” da movimentação musical nacional, pelo menos politicamente. O mais legal é que podemos fazer relatos tanto como músicos, porque tocamos com o Camarones Orquestra Guitarrística e como compradores porque participamos da rodada de negócios com o Dosol.

Já na chegada tive dois problemas crônicos que viriam a se estender por todo o evento, um receptivo falho e pouco comunicativo. Também não consegui me hospedar onde estava combinado por conta de overbooking. Resolvi com contatos locais (coletivo pegada) o primeiro problema e deixei o segundo para mais tarde.

Rumei para Feira e vi que meu nome também não estava no cadastramento oficial mesmo eu estando com duas atividades distintas: músico e produtor. Como conhecia parte das atendentes consegui desenrolar rápido meu credenciamento. O espaço separado para as principais atividades da feira eram excelentes, dentro do próprio prédio da Funarte, perto da Praça da Estação em Belo Horizonte. O palco principal do evento também ficava por lá, o que se mostrou um problema que relataremos depois.

Percebi que a atuação internacional da feira era a melhor oportunidade de negócios e como fomos focados (banda e festival) no intercâmbio com os gringos foi excelente. Já no primeiro dia conheci e almocei com o Daniel do Primavera Sounds, só para dar um exemplo.

SHOWS E APRESENTAÇÕES

Foram muitas apresentações durante toda a feira e fica impossível elencar todas. Vi bons shows da Banda de Pífanos de Caruaru, Orquestra Contemporânea do Recife, Antônio de Pádua e o melhor de todos: a incrível performance da Tulipa Ruiz no excelente Lapa Multishow (que só não foi melhor por causa da truculência da segurança na hora da saída).

O sonorização prejudicou muito o show do Gilberto Gil na abertura e achei uma escolha meio estranha (mesmo que bem intencionada) a homenagem à música mineira encabeçada pelo Andreas Kisser (gente fina, diga-se de passagem). Como ficamos só os três primeiros dias na feira, foi isso que consegui ver.

RODADA DE NEGÓCIOS

Excelente mesmo foi a organização e participação da Rodada de Negócios, capitaniada delo James da Music News e por Décio Coutinho (Sebrae/GO). Acho que foi o momento alto de interação entre bandas e produtores durante toda a feira. Nós fechamos uma dezena de negócios entre produção de vinil, contratação de bandas, fechamento de tours e afins.

Acho que atendemos mais de cinquenta pessoas interessadas em conhecer o Dosol e nossas atividades e aproveitamos para vender o Camarones Orquestra Guitarrística. Foi muito proveitoso.

TOCANDO NA FEIRA DA MÚSICA

Aqui morou na minha opinião, o principal calo da Feira Música Brasil: o atendimento às bandas e artistas que se apresentaram nesta edição. Como já relatei antes, o receptivo do evento foi bastante equivocado e com pouca gente a disposição das bandas. Relatos de espera no aeroporto e no hotel causaram diversos transtornos para praticamente todo mundo que veio tocar.

O hotel, numa falha gravíssima de produção, ficava a quase 40km do local dos shows e era difícil explicar para equipe de produção que bandas não vem à feiras só para tocar. Também fazemos negócios, encontramos pessoas e participamos politicamente das atividades. Era praticamente impossível fazer isso estando tão longe e muita gente reclamou.

O Camarones deu sorte e teve pró-atividade. Praticamente não usamos a condução da feira, utilizamos um apartamento no Centro da cidade como QG e fomos relevando os problemas de produção para que não atrapalhasse nossa performance. Somos calejados pela estrada e não tem fricote, se deu algo errado já passamos pro plano “B” sem choro. Foi o que fizemos.

A competente equipe de palco do festival nos deu tranquilidade na hora do show, só assim mesmo para ficar tranquilo com o seguinte quadro: check line a jato com direito a tocar 30 segundos de música para ajustar o palco e sem direito a passar o P.A. Isso não foi exclusividade nossa, todos os artistas (incluindo os headliners) passaram pelo mesmo problema. Parabéns a equipe de som que fez tudo funcionar, mesmo as escuras. A qualidade técnica do show foi excelente e deu certo no final.

SALDO DA FEIRA

Como encontro e geração de negócios saí muito satisfeito, foi realmente um ambiente amistoso para que pudéssemos atuar como artistas e produtores. Minha sugestão é a seguinte: deixar a parte das feiras, convidados e paineis com produtores acostumados com esse tipo de atividade e deixar a mostra de música com quem já faz esse tipo de atividade durante todo o ano. Claramente, quem produziu a feira não tinha a menor experiência com festivias de música e os maiores transtornos começaram exatamente aí. No geral uma nota 07 faz jus ao esforço para a feira acontecer e o que ela proporcionou. Vamos em frente!

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2 Comments

  1. Concordo em parte sobre a inexperiência da produção, por falar nisso, alguém sabe o nome da produtora do evento? Sobre a nota 7, eu baixaria para 3.
    INFORMAÇÃO: Artistas se mobilizam para receber seus prêmios (cachês), a produção ainda não fez o pagamento e não dá informações reais sobre o que está acontecento. Lamentável, pois artistas os selecionados num evento que se intitula o maior evento de música da América Latina, não merecem serem tratados como ‘lixo ocidental’.
    Deixo aqui meu protesto!

    Samuel!

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