Foto: Largo da Rua Chile lotado.
Cobertura Colaborativa (Assessoria e produção). Fotos por Ana Morena Tavares
Cobrir edições do Circuito Cultural Ribeira tem virado missão impossível para uma pessoa só. São tantos espaços com programação que dá uma certa agonia de estar vendo uma coisa sabendo que tem outra ao mesmo tempo que você também queria conferir. Problema bom que só os grandes eventos proporcionam. E foi exatamente nisso que o Circuito Cultural Ribeira se transformou: numa grande celebração da cultura potiguar.
Foto: Gira Dança na Lavagem do Beco da Quarentena
Logo cedo deu para acompanhar a “batalha campal” da produção do circuito para deixar o Beco da Quarentena limpo. Segundo relatos, de sexta até domingo – o dia da atividade – Â o espaço foi limpo (e logo em seguida aparecia sujo) mais de cinco vezes. A iluminação pública colocada para o circuito também foi roubada. Depois de uma persistência épica em prol do processo educativo que envolve uma ação com essa, a Lavagem do Beco da Quarentena aconteceu de maneira apoteótica e arrepiante com vários grupos percussivos liderados pelas meninas do Rosa de Pedra, simpatizantes do bairro e pelo grupo Gira Dança, batendo os tambores e entoando cânticos para espantar as más vibrações que pudessem existir no lugar. Foi uma das coisas mais bonitas que já presenciamos na Ribeira.
Quando essa parte “de rua” acabou, a programação das casas já estava fervendo e foi muito difícil escolher o que assistir por dois motivos: o primeiro é que escolher programação não foi fácil e o segundo era a total lotação de praticamente todos os espaços. Não temos números oficiais mas achamos que mais de 10.000 pessoas circularam pelo bairro sem medo de errar.
Foto: Casa de Lençóis com Quitéria Kelly
Na Casa da Ribeira deu para ver a excelente estréia de Quitéria Kelly no espetáculo infantil Castelo de Lençóis e de relance vi a atividade do Espaço a Deriva com a encenação Procura-se. Uma ótima atividade de teatro oferecida para a comunidade.
O Jazz e o samba de raiz ficaram em destaque na programação da Rua das Virgens com bons momentos vindos do Consulado Bar e Buraco da Catita. Demos uma escapada para ver rapidamente a programação de reggae no Cultura Clube, que não fazia parte oficialmente da programação mas que somou bastante. Estava absolutamente lotada a casa.
A parte de música com maior fluxo de pessoas aconteceu mesmo na Rua Chile, principalmente pelo acúmulo de espaços que existem na região. Centro Cultural Dosol, Armazém Hall, Central Ribeira e Galpão 29 fizeram a alegria das milhares de pessoas presentes no domingo bonito da Ribeira.
O Centro Cultural Dosol esteve abarrotada o tempo inteiro com o excelente programa de shows proposto. Destaque para o tríade SeuZé, Camarones Orquestra Guitarrística e Talma&Gadelha que fizeram o público dançar e cantar do começo ao fim.
O Rosa de Pedra encerrou de maneira apoteótica a Lavagem do Beco da Quarentena com um show lindo, tendo no final a participação do grupo de percussão levando o público para fora do Armazém Hall. O Central Ribeira ficou com toda as mesas ocupadas para conferir a Orquestra Boca Seca com participação de Diogo Guanabara. No Galpão 29 os DJs  deixaram o espaço lotado com destaque para o show do Emblemas Funk.
O fato é que o Circuito Cultural Ribeira só teve três edições e já se transformou numa das principais ações de cultura da cidade. Não sabemos onde vai parar, mas esperamos que não pare nunca. Até a próxima edição.