– Não é que o CD vá morrer, fazer elocubrações sobre isso tornou-se uma coisa chata, nem sei como alguém consegue escrever uma lauda inteira falando sobre a morte do compact disc caso essa pessoa não trabalhe na indústria de tecnologia e esteja fazendo uma análise de mercado. O principal é: os rumos são outros. Vejam vocês que o Iron Maiden que na minha cabeça uma das coisas mais tradicionalistas na música, seja pela própria música que faz, como pela arte dos seus discos (oh, em vinil era mais gostoso!) decidiu lançar um disco só com sucessos dos anos 80 (fora dessa década houve mais algum?). A diferença é que vai fazê-lo disponibilizando primeiro para download gratuito. A lógica (e correta, eu acho) é que leigos no mundo da dama de ferro irão baixar, gostar e depois comprar o disco. Mas primeiro tem que fazer o download. Então vamos parar de falar do que pode estar morrendo, e começar a falar do que é irreversível: a vida digital da música pop.
– A prova que o papo sobre mortes no mundo da música é muito nada a ver, é que o Elvis Costello decidiu radicalizar mais do que o Radiohead, mais do que o Nine Inch Nails e mais do que o Iron Maiden. Pois o tiozinho fodão vai lançar o próximo trabalho dia 22 de abril em vinil. Não é também em vinil. É só vinil. Daí você compra o bolachão e ganha um código para baixar o disco em formato digital direto do site dele. Arrasou! Ah, o nome do disco é Momofuku (?!).
– Tem quem curta o Créu limpo e seco, já a galera ixtaile e dixcoladjinha mistura Diplo com Deize Tigrona e (pasmem!) sampler/mashup do Devo, que com a música Bandida, prometem arrasar as pistas de dança mundo afora (e conseguirão). A coisa é tosca, mas depois de uns gorós acho que não fica um roqueiro na pista parado.
– Benício Del Toro irreconhecível. Quer ver? A foto já faz parte da campanha de divulgação do filme The Wolfman, que tem lançamento marcado para 2009. Achei bacana o desprendimento dele, “oscarizado” e tudo mais, tendo atuado em filmes densos como Amores Perros e Traffic, se dispor a estrelar um remake de um horror movie.
– A verdade é que a discussão se o clipe da música “Music is My Hot Hot Sex” era mesmo o mais visto da história do Youtube ou apenas fruto de um bug, foi das coisas mais desnecessárias que surgiram nos últimos tempos. Não que o fato em si não merecesse uma nota, mas a repercussão e a discussão que chegou a ser travada em blogs, sites e comunidades virtuais deveria ser solenamente ignorada. A não ser por técnicos em informática. Agora acabou de vez, depois que o cara que fez o vídeo, um fã italiano, decidiu ripa-lo.
– Irvine Welsh com livro novo na praça. Saca o título: If You Liked School, You’ll Love Work. Na espera para ler. Acho que Welsh é das coisas necessárias da literatura contemporânea. É seco, cru e ao mesmo tempo pop, sarcástico. Hum, será que eu vou dizer uma heresia? Mas eu acho que ele é um Nick Hornby do mal. Pronto, falei.
– Na boa, o mundo do rock é prodigioso em coisa de mau gosto. Que o diga a lista das 50 Capas de Discos Mais Polêmicas. Tudo de muito, muito mau gosto =)
– Isso aí em cima não é um editorial de moda da Vogue com a Scarlett Johansson. É a capa do disco da moça, que se chama Anywhere I Lay My Head, só com músicas do Tom Waits. Breve, breve num link para download mais próximo de você =)
– Para os que têm um quê de Rob Fleming e compulsão por listas, aqui vai mais uma: as piores capas de Playboy de todos os tempos, no Brasil. Eu, claro, discordo da capa de Marina Lima, 1999, que entrou na lista. De resto, é impossível não concordar com as bolas fora (sem trocadilhos, por favor).
– Há quem deseje visitar o túmulo de Elvis Presley, outros querem conhecer o set de filmagem de algum filme, há quem queira meditar no Tibet. O meu roteiro (ainda farei) diz respeito a livros: as dez melhores livrarias do mundo. E o seu, qual é?
– Donatela Versace + Wody Allen = show de horror.
– Você sabia que pode assistir a clássica série do cientista Carl Sagan, Cosmos, no Youtube? Maravilha. Lembro do impacto que foi ler O Mundo Assombrado Pelos Demônios. O modo didático, esmiuçado como Sagan ia quebrando as falsas informações sobre acontecimentos paranormais, místico. Um choque, desses que faz você não parar de ler e quando acaba tem vontade de reler fazendo anotações e organizar tudo num guia, numa tabeça de Excel. Perfeito.
– “As Farc ainda são fortes, ricas e seu poder desestabilizador alcança toda a América Latina“. E quem tem coragem de duvidar do todo-fodão Luiz Felipe Alencastro? O cara é bom, dá prazer em ler.
– “Passar muito tempo enviando mensagens, checando e-mails e jogando games pela web pode não ser um bom sinal. Segundo o “American Journal of Psychiatry”, mais que um vício, o uso excessivo de internet pode ser um distúrbio mental que deveria ser tratado como doença pela psiquiatria.” E aqui vai um depoimento pessoal: uma das coisas que me deram mais alívio nos últimos tempos foi deixar de usar o BlackBerry. Existe uma linha tênue entre gostar e estar viciado que começa aos poucos a prejudicar suas relações sociais. Eu já não consenguia sair de casa sem o tal tamagochi e ficar, mesmo enquanto conversava com amigos ou minha namorada, checando e-mails, sms e a porra toda. É exasperante. Eu achava que era tudo tiração de onda e brincadeira dos amigos, além claro, de implicância da namorada. Não era.
Na lista das cover-arts muita coisa boa, que não é de mal gosto, claro, possivelmente polêmica. Vide “In Utero” (nirvana) ou “Nothing’s Shocking” (janes addiction) ou rolling stones. Trágico é uma dos consagrados beatles “yesterdays and todays”. kkk. abraço.